domingo, 30 de dezembro de 2007

See U 2007 Hello 2008



Ano de desassossego, de crises e lágrimas
Ano de dor, surpresas e desaconchego
de encontros e desencontros
de frenesim e calmaria
de desespero e conformação
de guerras e tréguas
de culpas e gratidão
de Olás e até jás
Ano dificil...
Ano de confirmação...
Descobri o caminho.
Descobri que ao percorrê-lo por um bem maior terei sempre perdas
Descobri que o bem maior é aceitar perdê-las
Seguir o caminho, agradecer, sorrir e deixar ir
Encho a boca para dizer que 2007 foi terrível, mas afinal em mim ganhei tanto...
Sei que 2008 não será sempre fácil... porque tenho de continuar a abrir caminho, desbravando-o com sorrisos e sem olhar para trás.

Que 2008 seja mais um ano de viragem. Cheio de Paz, de Amor, em Família, e com muitas alegrias profissionais. E, se por um acaso (destino), algo teimar em não funcionar, parem. Tudo tem uma razão de ser... oiçam o vosso coração e sigam o caminho que ele vos indicar. Tudo é simples, demasiado simples... nós é que teimamos em complicar. Havemos de lá chegar!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Diálogos cinematograficamente Sentidos

Skywalker:

"William Parrish:
- Love is passion, obsession, someone you can't live without. If you don't start with that, what are you going to end up with? Fall head over heels. I say find someone you can love like crazy and who'll love you the same way back. And how do you find him? Forget your head and listen to your heart. I'm not hearing any heart. Run the risk, if you get hurt, you'll come back. Because, the truth is there is no sense living your life without this. To make the journey and not fall deeply in love - well, you haven't lived a life at all. You have to try. Because if you haven't tried, you haven't lived.

Joe Black:
- So that's what love is according to William Parrish?

William Parrish:
- Multiply it by infinity and take it to the depth of forever and you will still have barely a glimpse of what I'm talking about.

Joe Black:
- Those were my words.

William Parrish:
- They're mine now...
"


CdaPluma:

"William Parrish:
- It's hard to let go, isn't it?
Joe Black:
- Yes it is, Bill.
William Parrish:
- And that's life..."


Skywalker:

"William Parrish:
- I thought I was going to sneak away tonight. What a glorious night! Every face I see is a memory. It may not be a perfectly... perfect memory. Sometimes we've had our ups and downs, but we're all together, And you're mine, for a night. And I'm going to break precedence and tell you my one candle wish: that you would have a life, as lucky as mine where you can wake up one morning and say, "I don't want anything more." 65 years, don't they go by in a blink?"


Porque há diálogos que fazem sempre sentido.
De um dos meus filmes favoritos, banda sonora favorita e guião de eleição - Meet Joe Black


Pic: FILIUS

UnFormat M:

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I
l r l r l r l r l r l r l r l r l r l r l r
e r e r e r e r e r e r e r e r e r e r e r
g e g e g e g e g e g e g e g e g e g e g e
a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a a
l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l l

.....................................................

Dei por mim a querer ser um Korben Dallas esquecendo regras, comportamentos e falsos julgamentos. Viver em sociedade cumprindo mas fazendo aquilo que nos apetece. Impossível...
A sociedade, por um bem comum, a vida, não nos permite. Bloqueia-nos os impulsos bons e os maus. Para os maus defendemos as regras, para os bons somos contra elas.
É irreal... compreensivel, mas irreal.
Junta-se a sociedade ao (falso) moralismo e criamos um cocktail Molotof. O altruísmo é visto como egoísmo, a iluminação como loucura e a força como fraqueza.
Quantas vezes deixo de fazer o que sinto sendo altruísta parecendo egoísta?
Quantas vezes me olham como louca, quando me sinto iluminada?
Quantas vezes me chamam de fraca, quando de mim brota uma força louca?
Quantas coisas, actos e gestos ficam a meio pela formatação que tomou lugar?
Quantas vezes me deixo levar pelo que os outros poderão pensar, quando apenas o sorriso dos que amo deveria ser a minha grande luta?
Deixo-me levar? Sim... Dentro do que posso, do que devo, porque há muito que as beiras da estrada estão delineadas.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Pára...

Digo "Pára..."
A loiça pode ficar para daqui a um bocado
As contas podem ficar por fazer
As camas podem ficar desarrumadas
A roupa pode ficar por estender

Digo "Pára... Deita-te um bocado..."
Não digo isto para te aborrecer
Não me olhes assim, olho por ti
Apenas te peço.... Ouve-me...
Ver-te assim quebra-me em pedaços

Digo "Pára..."
Apenas não pares para comer
Para beber ou te distrair
Dorme e procura sonhos
sonhos que te façam sorrir

Encontro paciência em mim
Digo "Pára..."
Grito por dentro e falo-te baixo
Por favor... abranda por mim...


Pic: viciouz

domingo, 23 de dezembro de 2007

Um dia

Gosto de café e ponto.

Café igual a ritual, mexer, encostar, prazer, lento, relaxe, quente, aconchegante, apaixonante, momento e viciante.

Mas o ritual de rasgar despachadamente o pacote de açúcar para dar início ao meu deleite, mudou há já alguns dias. Agora o ritual começa mais cedo... Desde que o café poisa na mesa. Olho para a chávena e para o pacote de açúcar. Se é amarelo, sorrio. Viro-o para mim... Se o Um Dia é um desejo, volto a sorrir, dobro o pacote delicadamente aberto a meio e deixo a frase virada para mim em cima da mesa. Só depois deleito-me. E bebo o café em tragos suaves, lentos e vagueio no meio do Um dia. (muitas vezes vem parar ao bolso das calças para me lembrar de não esquecer).



Brilhante Nicola! Mesmo ao passear pela rua ao ver os Mupis "Um dia..." sorrio. Uma boa forma de começar o dia... com um café.

Um dia fujo do trabalho para brincar com a minha filha Um dia ponho a mochila às costas e vou conhecer o mundo Um dia levo-te a andar de balão Um dia peço-te em casamento Um dia escrevo-te uma canção Um dia encho-te o quarto de flores Um dia vou morar para a beira mar Um dia a minha vida vira um livro Um dia desato a cantar na rua Um dia farei de ti a pessoa mais feliz do mundo UM DIA NUNCA MAIS DIGO "um dia" Um dia largamos tudo e fugimos juntos Um dia abro um negócio só meu Um dia encho-te o quarto de flores Um dia danço contigo no meio da rua Um dia faço uma tatuagem... Um dia juntamos as escovas de dentes...Um dia beijo-te a meio de uma frase...


HOJE É O DIA !?

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Wish upon a STAR

Olha... - dizia o pequeno principe - uma estrela cadente!

Ai! Rápido pensa num desejo! - murmurava ele, numa luta enorme contra o tempo.

Numa fracção de segundo tudo o que lhe corria mal passou-lhe pela cabeça, queria mudar tanta coisa, mas não sabia por onde começar, qual o mais importante, só tinha como pedir um. Teria de ser inteligente, escolher um desejo que comportasse com todas as suas vontades, alavancasse tudo o que teimava em não deixar de cair e acalmasse o seu coração palpitante. Teria de ser o mais importante, aquele que como uma chave mestra lhe abrisse todas as portas encantadas e as fechasse quando os seus sonhos começassem a virar pesadelos. Se lá voltaria entrar? Talvez... por esquecimento, as portas são tão iguais... Mas da mesma forma que as abrira, conseguiria-as fechar e abrir portas e mais portas para um mundo de encantar.

Paz! - pediu o pequenino principe - é isso! Paz... Quero paz!

Uma pequena princesa que também vira a estrela e o ouvira pensar, murmurou-lhe o seu desejo pelo ar - ... Acredita!


Um Encantado Natal para todos os principes e princesas do mundo, que amam sem se cansar, que lutam sem se esgotar, que vivem aqui, lá e acolá, que preenchem o coração de alguém e que são forças invisiveis extraordinariamente fortes para quem sem querer desiste. Puxem, dêem a mão, mostrem-lhes o coração.

O Natal é das crianças... sejam crianças, brilhem e encantem-se com as coisas mais bonitas da vida. As mais simples...

SORRIAM!



segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Descolagem


Estrelas e borboletas
Brilhantes e esvoaçantes
Voo e vejo planetas
rios e terras verdejantes


Nuvens escondidas
Fofas mas penetrantes
Salto, furo e voo
ondas de ar flutuantes


Frio gélido que arde
que corta e greta dedos
repuxa estala lábios


Voo, rodopio, estico-me
a uma velocidade estonteante
Abro olhos colados em esforço
abro a minha boca em espanto


Voo, giro, sorrio
vejo, mergulho e sinto


Era isto...
É isto...
O mundo...


Custa descolar para o descobrir, redescobrir e sentir




Pic: living-oxymoron


domingo, 16 de dezembro de 2007

How to Save a Life

How to save a life...
Step one LISTEN
8. Hold still
15. Let it go
Don't be Scared...
... scared of Death
LAUGH
18. Talk to someone
45. Touch
Breathe
22. Cry
23. Accept
7. Forgive
Release
HAVE FAITH
Surrender
1. LOVE
Secure
86. Open Up
REMEMBER
99. Say Goodbye



(The fray)

Coincidência Feliz


A escolha do nome da minha linda princesa foi feita por unanimidade ainda com seis semanas de gestação. Dos meus dois predilectos um coincidia com um dos favoritos do pai e não se pos mais essa questão. Comprido, antigo, histórico, constante, não muito vulgar até à data, calmo e nome de infanta.

Ontem recebi uma notificação no meu email de que "O Jornal do Aniversário" já se encontrava novamente no ar. Não perdi tempo e simulei o Jornal do Aniversário da minha princesa. E... Surpresa! Só há uma personagem histórica de referência homónima da minha princesa e coincidentemente nasceu exactamente no mesmo dia que ela 714 anos antes.

De princesa para infanta, que até rima com esperança de que o seu caminho seja muito mais feliz.


(no Jornal do meu aniversário as coincidências foram mais banais... O Sporting foi campeão nesse ano, o carro do ano foi o Renault 5... o meu primeiro carro dezoito anos depois e o êxito musical do ano a minha música favorita portuguesa "E depois do Adeus...").


Pode ser que tenham surpresas agradáveis. Visitem.



Objectivos 2008 - 1

O que gostava de fazer?
Ter tempo, cabeça e paciência para passar a vida a programar e a realizar surpresas.
Embrenhar-me a fundo em projectos que no fim resultem em sorrisos e lágrimas de contentamento.

Adoro fazer surpresas. Adoro dedicar-me, aqueles momentos de segredo em que em pensamento sorrio e olho para o futuro supreendido... "Nem imaginas....". O momento de orgulho em mim ao olhar para o que consegui. E vejo, revejo e babo-me. Penso naquilo que gostaria que fizessem para e por mim. E se me completa... fico feliz.

Desde há dois anos para cá que não me dedido como quero às surpresas... fiz o quê? Dois dvd's com filmes dos colegas, dos quais me orgulho e me surpreendo com a minha perseverança, paciência e até capacidade. Mas não fiz mais nada... deixei-me de dedicar. Perdi nesse tempo, ganhei no tempo de instrospecção para acabar por voltar de certa forma ao principio.

É uma das mudanças para 2008.


sábado, 15 de dezembro de 2007

Momentos de ouro... ou... pluma...



Momentos de priincesa

Filha: Também queria uma batata Fita...
(A amiga Maria abre o pacote de tiras de milho e tira uma e dá-lhe...)
Amiga Maria: ... pica na lingua...
(ela olha com olhos de desconfiada para a tira de milho picante cheia de manchinhas...)
Filha: Mãe... não gosto destas batatas... têm sardas...

Pai: Filha... estás bonita!
Filha: é... a mãe deu um jeito...

Filha: Mãe... o pai não te emprestou as luvas?
Mãe: Não amor, a mãe não pediu.
Filha: Quando chegarmos a casa vou ter de falar com ele
Mãe: Não é preciso meu amor, a mãe pede da proxima vez

No supermercado, já na caixa de pagamento o operador de caixa faz uma chamada de telemovel enquanto nos atende. A miuda, dentro do carro de compras, fica muito atenta a ouvir a conversa. Quando a conversa termina...
Filha - Estavas a ligar para casa?
Operador de caixa: Sim... estava a falar com a minha mãe. Sabes? Mandou-te um beijinho...
E ficou feliz da vida...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Amigo Azul

Ainda há pouco estava a ler Pablo Neruda onde ele falava ternurentamente da primeira vez que rabiscou um poema (mal sabia ainda escrever...) . Comecei a pensar na primeira vez que escrevi qualquer coisa, sem ser redações, cópias ou ditados. Com 10 anos, nas aulas de expressão corporal do Colégio com a saudosa Professora Maria Schullz, tínhamos de recitar um por um, poemas por nós escolhidos. Habitualmente escolhia a Lágrima da Preta ou a Luísa (sobe que sobe, sobe a calçada). Num dia resolvi eu escrever um poema. Recitei-o e a professora perguntou quem era o poeta com o sobrolho levantado. Disse que era eu, com um ar meio tímido, meio encabulado. Não mais escrevi, mas o meu pai adorou. Mais tarde, talvez há uns dez anos atrás encontrei-o no meio do meu livro de Fábulas de La Fontaine. Ri-me da ingenuidade e achei-o de uma doçura termenda. Não me lembro onde o pus e se algum dia o irei encontrar. Não me lembro de nada, apenas do seu titulo "O meu amigo Azul". Coincidências?

Rewind

Ontem dei por mim de repente a fazer rewind aos momentos maus, onde por algum motivo e em qualquer altura me deu para fugir, chorar, sei lá... deprimir. Engraçado, tal como num filme vi em flash de passado em passado os momentos que me marcaram, os momentos de viragem, os momentos de desespero.
Não quis parar. Queria saber aonde chegaria, onde tudo tinha começado, em que altura e porque motivo a minha auto-estima teria ficado em baixo. Cheguei ao fim... e descobri. Nos meus vinte anos. Os motivos? Deprimentes e básicos, mas indubitavelmente a razão para o inicio do raio de uns momentos ocasionais exasperantes. Penso... não os consegui ultrapassar? Tinha e tenho a certeza que sim, mas então porquê a partir daí? Não entendo...

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Champagne

Em pequena no meio dos jantares sociais dos meus pais a Tia Mireille molhava o seu dedo no Champagne e dáva-mo a chupar para brindar. Sorria... por fazer parte do mundo dos adultos enquanto que os meus olhos teimavam em fechar numa sala apinhada de tios e muito fumo.

Em pequena a minha mãe não me deixava sequer lamber a colher do café que poucos minutos antes tinha mexido vigorosamente num café cremoso, quente e aparentemente doce. Sonhava em crescer para agarrar numa chávena pequenina e beber um café cremoso com o dedo mindinho espetado.

Em pequena os doces eram erradicados das minhas redondezas, era vetada qualquer tentativa de me lambuzar com um chupa, saborear rebuçados ou mascar chewingam. Os chocolates um quadradinho de quando em vez, marshmallows raramente, gomas... a 30 de Fevereiro. Ansiava começar a receber a semanada para poder comprar (às escondidas) gomas coloridas, chewingam e chupas.

Em grande... Odeio Champagne! Festejo com doces!

domingo, 9 de dezembro de 2007

Voltei...

Voltei...
Mais cedo do que pensaria...
Mais forte? Não...
Mais segura? Não...
Mais equilibrada? Também não...

Queria voltar apenas no momento em que tudo fizesse sentido...
descobri que assim nunca voltaria...
e lembrei-me daquela que penso ser a minha missão no mundo, sorrir...

E vou... Sorrir, sem nunca deixar de chorar, para nunca deixar de sentir.

Venham as lágrimas de crocodilo, de birra, de falta de auto-estima, de dor, de nervos e de desespero! Venham! Tive-as ontem, antes de ontem e durante quase uma semana, mas amanhã juro que acordo a SORRIR!


Já agora... acabei de ler o último Harry Potter (um dos meus vicios lidos) e parece que é mesmo o último livro... Olho para a estante de livros, conto o número de Harry Potters que tenho (sete) e assim sei há quantos anos retomei o vicio da leitura... sete! Sendo infantil, fantástico, o que seja que lhe quiserem chamar, sempre me fez bebericar cada letrinha até ao final.... e foi o que me fez retomar o vicio da leitura e me tornar numa ávida consumidora de livros da secção de Literatura (estrangeira e nacional) da Fnac, El Corte Inglés e da Bulhosa. Uhm... tenho de começar a dar alguns... já não tenho espaço nas estantes... Mas quais?!?

Expecto Patronum!




sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Até Já

Começou como começou...
Com mil motivos, mil razões...
Se acabou?
Não...
Nada acaba...
Tudo fica
Da mesma forma que os mil motivos e mil razões não deixam de existir, este blog irá persistir... sabático.

Tempo para mim, de introespecção total.

Por todas as tormentas deste Oceano, por toda a tranquilidade por vezes existente, por todos os sonhos não realizados, por todos os momentos quentes, por todos os sorrisos sinceros e presentes.

Aos fieis seguidores, aos pirilampos que aqui e ali foram aparecendo, surpreendendo-me e mimando-me sempre com doces comentários é apenas um...

ATÉ JÁ

Como...

... um pássaro a curar uma ferida que apenas lhe permite planar breves segundos para aterrar e descansar... a curar... a ganhar fôlego... força... com medo de chegar a um precipicio onde se me quiser salvar terei de me esquecer das feridas, concentrar-me no céu e voar.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Wind Beneath My Wings

Não sei quantas vezes dancei contigo ao som desta música.

Quando a dançava abraçada a ti, no auge dos meus 15 anos, nem ligava à letra, apenas sentia liberdade, paz e muita luz.

Hoje, num dia psicologicamente desgastante, em que toda a força que tenho tido para os meus amores, em que todo o equilibrio que tenho mantido, tendeu em derrapar, fui presenteada por um anjo, que teima em nunca me abandonar. Sabias que existem anjos que enviam emails? Este lindo anjo, mais uma vez, acertou em cheio... na hora H... Que bom...

E sabes? Associei a música logo a ti, mas não tive a mesma sensação de liberdade, paz e luz que sentia aos quinze anos. Afinal de contas e passado tanto tempo tornámo-nos manos. Foi uma valente misturada porque desta vez ouvi com atenção, sem ligar apenas à melodia e ouvindo o meu coração.

Descobri que sou ave, descobri que sou vento.

Descobri que sou força pelo amor e protecção que dou aos meus patinhos e que sem eles para amar e proteger a minha força nunca surgiria, nunca conseguiria voar.

E descobri que no meio das minhas derrapagens, dos poços de ar, existe sempre alguém que ajudo a voar.


Beijos


"It must have been cold there in my shadow,
to never have sunlight on your face.
You were content to let me shine, that's your way.
You always walked a step behind.

So I was the one with all the glory,
while you were the one with all the strength.
A beautiful face without a name for so long.
A beautiful smile to hide the pain.

Did you ever know that you're my hero,
and everything I would like to be?
I can fly higher than an eagle,
for you are the wind beneath my wings.

It might have appeared to go unnoticed,
but I've got it all here in my heart.
I want you to know I know the truth, of course I know it.
I would be nothing without you.

Did you ever know that you're my hero?
You're everything I wish I could be.
I could fly higher than an eagle,
for you are the wind beneath my wings.

Did I ever tell you you're my hero?
You're everything, everything I wish I could be.
Oh, and I, I could fly higher than an eagle,
for you are the wind beneath my wings,
'cause you are the wind beneath my wings.

Oh, the wind beneath my wings.
You, you, you, you are the wind beneath my wings.
Fly, fly, fly away. You let me fly so high.
Oh, you, you, you, the wind beneath my wings.
Oh, you, you, you, the wind beneath my wings.

Fly, fly, fly high against the sky,
so high I almost touch the sky.
Thank you, thank you,
thank God for you, the wind beneath my wings"

(Wind Beneath My Wings - Bette Midler)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Blackout

Anestesia... total
Vegetal
Coerência... toda
Racional
Coincidências... nenhuma
Transcendental
Medo... muito
Animal

Vou vadiando num tunel em que me afasto das paredes, com medo das aranhas, do lado esquerdo ao direito. Sempre no meio de olhos fechados e sem mãos para me guiar. Sigo em frente e forço-me a esquecer do medo sob pena de voltar. É para a frente que tenho de caminhar. O que vejo, se estou de olhos fechados? Só eu sei... fechei-os para não me assustar. Ruídos só os meus... ocupo as minhas mãos tapando os ouvidos numa tentativa desesperada de não me perder com qualquer outro ruído que não o meu. Preciso de me equilibrar. Deixem-me estar. Deixem-me avançar olhando para dentro... só assim consigo chegar.

domingo, 25 de novembro de 2007

Vinil

Existem quatro discos de vinil que me arrependo largamente de ter despachado no meio das minhas não frequentes, mas bruscas e intensas arrumações e consequentes desprendimentos. A propósito, na semana passada deu-me para um momento desses lá no escritório, onde me 'livrei' de coisas que até há um ano guardava por um qualquer significado especial dos últimos sete anos que lá passei. Quando é para ir vai tudo, excepto cartas (antes dos emails), fotografias ou presentes de pessoas especiais. Até coisas que me custaram a comprar se há muito tempo que não as utilizo e se delas não guardo um qualquer significado especial, atiro para o saco. Alguém concerteza lhes irá dar mais valor. Tudo o resto... guardo aqui, debaixo na minha pele, em mim. Mas os quatro discos de vinil, mesmo já sem gira-discos para os tocar (livrei-me dele já com mais de 50 anos em cima ainda com um som fantástico, muito embora as 45 rotações funcionassem como 33, no ano passado), moem-me na memória por não existirem reedições em CD e nem no YouTube os encontrar. O segundo volume do Brincando aos Clássicos da Ana Faria, que para minha sorte re-editaram o primeiro, mas por falta do segundo ainda mais raiva me dá. É que ainda sei as letras todas de cor em salteado... A Banda Sonora da Abelha Maia, um album perfeito tanto em apresentação como nas músicas, dado pelos meus avós... tenho a certeza que foram os meus pais que o compraram (não estou a ver os meus avós há 27 anos atrás enfiados numa loja de música e a acertarem em cheio no meu desejo). O single do Abraço a Moçambique... Só me lembro de uma frase "tantas águas nos separam...", até consigo começar a cantarolá-la mas a dado momento dou por mim a misturar a melodia com a do quarto single que me arrependi de mandar às urtigas o We are the World, já riscado de tanto tocar e de tantas agulhas mudar. E é este último que me faz escrever este post. Encontrei-o no YouTube e passados não sem quantos anos a letra adapta-se ao nosso mundo e em tudo o que fazemos.

A minha mensagem?

"When you're down and out
There seems no hope at all
But if you just believe
There's no way we can fall
Well, well, well, well, let us realize
That a change will only come
When we stand together as one
"

E ía agora ao You Tube buscar o html para adicionar o tão desejado videoclip, e a página está "Http/1.1 Service Unavailable". Uhm... O "Porque não te calas" já deve estar a fazer os seus estragos...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Está...

Quando não há palavras suficientes para dar alento
Quando não há sorrisos que acalmem um coração a gritar
Quando não há nada a fazer para quebrar o desalento
Só há uma coisa a fazer... estar

Eu estou daqui a abracar-te
sem sorrisos, porque não consigo
sem palavras, porque não me saiem
mas estou a tentar agarrar-te

Não caias, não podes
Pára, sente-te, encontra-te
Dá-te a quem realmente te merece
Tudo o resto, hoje, amanhã...
Esquece!
Aqueles que não compreenderem, não te abraçam
Quem de ti gosta, há-de sempre estar

Eu ESTOU

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

De Alimentar a Sentir o mundo (de 84 a 00)

Descubram as diferenças...
De 1984

a 2000...

Crescemos, mudámos, individualizámo-nos demais... mas a consciência existe e somos mais, nem que seja apenas no fim... Confesso que me atrai mais o de 1989 pela alegria, jovialidade, consciência de grupo e pelo saudosismo de uma época que para mim, ainda criança, ainda não me dava preocupações. Mas também me chegam lágrimas aos olhos quando ao olhar e ouvir o de 2000, vejo a coerência e persistência de pessoas como o Bono e o Bob, a pureza e suavidade das novas meninas e acima de tudo o continuar a acreditar.

Que seja mais um principio... De alimentar a sentir

Gostava... posso?

O meu pai ensinou-me e eu aprendi.
Eu quero ou queria, sempre foram palavras rasuradas no dicionário verbal lá de casa.
Em sua substituição por muito que quisesse apenas diria gostava ou gostaria.
E então? Digo eu ao fim de 33 anos. Em prol da boa educação e dos bons costumes sempre gostei, sempre desejaria, muito tive e pouco queria. Resultei numa filha única pouco egocêntrica, pouco egoísta, e pouco mimada. Penso que o resultado pretendido foi atingido...
E agora? (posso dizer?) É que eu... queria... tanta coisa. É que eu queria... ser corajosa e destemida. É que eu... queria ter equilibrio... É que eu queria dar e receber na mesma proporção... É isso. Eu não queria, eu gosto, gostava, gostaria... Ai! (eu quero!)


ouvindo: Padoce de ceu azul - Lura

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Que...

Se hoje tivesse uma varinha de condão e pós de prelimpimpim tocava em ti, em ti e em ti.
Erguia o meu braço de mangas translucidas e com leves agitares de mão começaria assim:

- Que a nuvem que hoje se abate sobre ti, se transforme em nuvens muito pequeninas, se dissipe e que através de flocos já esbatidos no meio de um enorme céu azul consigas ver a luz.

- Que o fio de nylon que hoje percorres, invisível e fino, se alargue numa via láctea de estrelas para com elas caminhares em segurança e brilho.

- Que aquela ave que antes vias lá em cima a paiar e que hoje teima em não voar, ganhe balanço e que contigo se vá encontrar.


- E a vós que, depois das nuvens se dissiparem, depois do vosso caminho se alargar, e de lá de cima me conseguirem encontrar, me lancem os vossos pós de prelimpimpim para até vós conseguir chegar.



sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Interrogação ou Freedom??

Sabia o caminho. Pela José Malhoa acima a conduzir numa noite tão diferente das outras. O meu destino? A casa dos meus pais. Passo o viaduto da Gulbenkian e de repente tudo escurece. Nem candeeiros que iluminem a estrada, nem prédios com janelas iluminadas, nem o brilho da lua das estrelas me guiavam. Até os faróis do meu carro eram fracos, tão fracos que nem meio metro de estrada iluminavam. O medo, o terror inundaram-me. Junto ao que na minha memória guardava com distâncias mais ou menos calculadas de caminhos tantas vezes percorridos, localizei-me junto à mesquita e encostei o carro assustada, com medo de levar com um carro ou bater em qualquer coisa que não imaginava. Saí do carro e pelo meio do que os meus pés diziam ser estrada caminhei às escuras. Ao longe comecei a ver luzes lentas e amarelas a caminharem na minha direcção. Gentes tristes com capas velhas e castanhas com capuz pontiagudo começaram a passar por mim. Sempre de olhar cabizbaixo, a caminharem como se de uma procissão se tratasse, mas com passos de desalento e uma tristeza e inexpressão estampada em rostos sorumbáticos. Rodei sobre os calcanhares parada, parva e com medo. Aproximou-se um polícia de mim e aconselhou-me a juntar às gentes tristes, que ficaria mais segura. Não... Não! e Não! Comecei a andar para trás e enfiei-me no meu carro, mesmo sabendo que o caminho que nele percorresse seria incalculavelmente escuro e que dependia inteiramente dos meus instintos. Os primeiros metros conduzidos foram com pouca luz. Comecei a descer a medo a rampa do teatro para a Praça de Espanha, mas ao invés de ela inclinar para a esquerda, começou a inclinar para a direita... deixei-me seguir. Ao mesmo tempo que o caminho à minha frente se estreitava o céu tornavasse cada vez mais limpo e começava a nascer o dia. O caminho tornou-se tão estreito ao ponto de o meu carro não conseguir avançar mais. E resolvi deixá-lo ali, naquele beco sem saída, por motivos de largura... Saí do carro e pisei uma calçada irregular de granito. Olhei em frente estava num largo cheio de casinhas. À frente o único caminho. Percorri subindo a rua de granito no meio de um imenso sol, passei por um arco antigo e comecei a subir, a correr a caminho de ...


Até há uma semana atrás tinha dois sonhos que me marcavam a vida. O sonho de infância recorrente em que um lobo mau me perseguia à volta do palco da escola. E o sonho recorrente de adulta daquela casa sempre igual que terminava sempre numa divisão diferente. Não os tive mais e nunca os hei-de esquecer. No sábado passado em pleno descanso este sonho inundou-me por completo. Por medo, receio, segurança e insegurança, por todos os sentimentos arrebatadores e intensos de dúvida. Não o esqueci. Acordei a caminho de... Acordei a tremer, cheia de medo. Acordei com um ponto de interrogação na minha cabeça "O que é que isto quer dizer?". Hoje, ainda hoje, consigo lembrar-me de todos os seus minimos detalhes e o ponto de interrogação ainda me vai passando pela cabeça. Mas já não me assusta...


Ouvi enquanto escrevi - "Freedom" da BSO Braveheart

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Na mouche

A SMS da manhã veio na hora, no minuto certo. Sorri. E não foi pela pontaria, mas sim por saberes sempre o momento certo. Obrigada Ritinha (a putty tem razão)

Saco vazio???

Então meu amor, o que vais pedir ao Pai Natal este ano?
- Ahn?
O que gostavas que o Pai Natal te desse?
- Um presenti!!!!
Sim, meu amor, mas que presente gostavas que ele te desse?
- Um Noddy!
Oh meu amor, tu já tens dois iguaizinhos...
- Ah... pois é... tem razão!
Então o que é que gostavas que o Pai Natal te desse?
- aaaaa.... uma árvori de Natali!!!!
Mas a árvore de Natal não é o Pai Natal que traz, somos nós que a fazemos para dar boas vindas ao Natal... Então o que é que o Pai Natal te vai trazer?
- Mais nada.


PIc: g-i-g-a-s

domingo, 11 de novembro de 2007

Não sou

"És uma valente, filha" diz o meu pai, no meio de palavras meio comidas e pouco perceptiveis. Será que sou? Olho para mim e vejo que a minha capacidade de tomar decisões, a qual nunca foi o meu forte, continua igual ao de sempre. Tomo-as, é certo, mas quase sempre no limite, quando não há mais nada por fazer, dizer ou nenhuma hipótese a dar. Se estou no meu limite? Talvez... Mas sim, sei que sou uma valente numa coisa, na facilidade que tenho de transmitir aos outros que me aguento, que me hei-de arranjar, que não têm de se preocupar comigo. Foi isso... A resposta do meu pai veio no seguimento da sua preocupação comigo, que embora me vendo sempre com um sorriso, se apercebe que muitas das coisas não me têm corrido tão bem como ele desejaria. Em resposta à sua preocupação, respondi-lhe que não se preocupasse comigo, porque eu não me preocupo tanto assim. Se é da boca para fora? É sim, mas muito sentido... não é que não queira que se preocupem comigo, apenas não quero é que sofram por mim nem comigo. O mundo já é tão atribulado, tem tantas tensões... Não quero ser mais um problema, uma preocupação na vida de alguém. Apenas quero carinho, dedicação e afecto. Silêncios cúmplices e compreensão. Sentir que não caminho só. Mas pelos vistos às vezes é necessário dizer que sim, preocupem-se comigo, para receber alguma atenção. Porque aqui neste cantinho, onde ninguém me vê, ninguém se apercebe, porque me acham forte. Pois... não sou.

Trocas iguais

Gosto de gente inteligente, ou melhor, gente não intransigente. Ontem passei a noite em troca de argumentos, de ideias completamente díspares.

Engraçado que entre agnósticos, médicos e aqueles que, tal como eu, se rendem pelo simples aconchego da palavra acreditar, tivemos uma conversa saudável que sem ser limitada, respeitou os limites de cada um.

A palavra coincidência surgia de todos os lados, eu traduzia-a para sinais, caminhos, para energia e comentava que não achava uma coincidência estarmos ali todos juntos, mas sim que algo nos fazia juntar, aproximar-nos daqueles que nos fazem sentir bem, em quem nos reconhecemos de alguma forma.

Cada um tem o seu ritmo, a sua função nesta grande aldeia. Esta aldeia precisa de agnósticos com foco nas coisas práticas da vida, coisas que os (se quiserem chamar) lunáticos, tal como eu, não têm propensão para. Precisa de médicos, de ciêntistas que nos segurem e nos dêem segurança quando o "acreditar" teimar em nos deixar. E precisa daqueles que sem prova, sem nada, apenas com o seu sentir, acreditam na infinita probabilidade da existência de algo mais, que nos move, que nos faz amar, juntar, viver e acreditar.

É essa a magia... nós, seres humanos mágicos por natureza, todos diferentes e em constante equilibrio.

Gostei particularmente do abraço de final de noite à médica de serviço que em surdina me disse: "Amiga... adorei a nossa conversa. Podes não acreditar, mas vou com outro ânimo para o banco de 24 horas, a começar já daqui a quatro..."

sábado, 10 de novembro de 2007

Hero!

Doces memórias...
Mas hoje faz tanto sentido...



Metallica - S&M - Hero of the Day

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Perspectivas

O mundo está do avesso e esforço-me em olhá-lo ao contrário...
Procuro diferentes formas de olhar, cada uma sempre mais perfeita que a anterior, agarro-me de pés para o ar, sorrio com cada vitória em algo bonito encontrar...
Idealizo novas posições para me acomodar, encaixo-me de forma a não me magoar e continuo de pés para o ar, à procura de algo em que me agarrar para me impulsionar...
Diferentes perspectivas, diferentes olhares, mas nada que me dê o momentum para girar e voltar a descansar.

Já faz muito tempo...


Pic: kuschelirmel

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Busca...

Não interessa a excelência, quando ela não depende apenas de nós mesmos
Não interessa o ser perfeito, apenas à espera de um qualquer agradecimento
Não interessa a preocupação, da nossa excelência da nossa perfeição
em dar a cara por não excelências e imperfeições não nossas
quando todos os caminhos e forças teimam em desencontra-se
Ninguém o faz por nós, ninguém rema como nós, quando a busca pela excelência, a perfeição se encontra apenas de um lado, o nosso.

O que interessa não é o reconhecimento ou ainda melhor o agradecimento dos outros.
O mundo avança tão rápido sem dar tempo ao tempo para nos encher de ego.
O que interessa é sentir que nos reconhecemos quando olhamos ao espelho, que a busca para a nossa perfeição e excelência faz parte do nosso caminho e que nos esforçamos por isso, seja ele a escolha certa ou errada, mas sempre certa para nós num dado momento da nossa vida.

O que interessa é sentir que percorremos este caminho, este nosso caminho, e que minimizamos o impacto que as nossas escolhas positivas têm de negativo nos outros.

Quero morrer descansada, sem nada por que me arrepender. Quero seguir esta minha viagem sem ficar nada do que sinto por dizer, por meias palavras ou por palavras inteiras. Encher a boca para dizer "Amo-te" e sentir que até essa expressão é uma meia palavra por nunca conseguir preencher por completo as necessidades de explodir com o que sinto. Quero viver relaxada sem ter medo de um dedo apontador. Quero aceitar os maus momentos como sendo uma ínfima parte de um belo todo que preenche todo o meu caminho para ser. É só nisso que tento ser excelente, é só nisso que procuro perfeição, não no meu eu, mas na minha busca pelo meu todo.

domingo, 4 de novembro de 2007

é isto...

Dos 38 graus aos 4 e dos 4 aos 18 num dia

Adoro conhecer sitios novos, principalmente quando não é uma coisa que acontece todos os dias.
Gosto muito de calor, de muito calor, mas apenas para o descanso, num local paradisiaco.
Mas a minha casa, o meu sossego, o meu aconchego é a Europa... num qualquer país.
Não consigo explicar o que senti ao sair do avião de alças finas, com um frio que me enregelou os ossos. Vesti a camisola, o meu nariz ficou rosado e mesmo com frio, senti-me reconfortada. Embora não no meu país, senti o frio do meu conforto, senti-me em minha casa. O meu coração deixou de acelerar e ansiar o regresso desde que poisei em Malpensa. É tudo tão próximo... É tudo tão eu... Temperado ou frio, não interessa. Gosto tanto de bikinis como de camisolões. Português ou Italiano, não interessa. Somos quentes de coração e com ele entendemo-nos. O que me aconchega são raízes, história e gente que me aquece. Voei mais uma vez desta feita para o meu país. Reduzi uma hora no complicado relógio e calculei por alto o tempo até ver a minha filha. Parei de contar os minutos a partir do momento em que o avião começou a sobrevoar a grande Lisboa. Ponte Vasco da Gama à vista, ponte 25 de Abril, estádio José Alvalade, estádio da Luz, Torre de Belém, marginal, volta sobre a Caparica e aeroporto here i go. Que cidade Linda! Cinco minutos para apanhar as malas. Saí sobre uma montanha de gente. Como que diacho é que ía encontrar a minha pequenina? A resposta à minha frente... Com o maior e mais bonito sorriso correndo pela rampa acima e gritanto "Mãe!!!!!!!!!!!!". Larguei o trolley e abracou-me toda com as suas já longas pernas apertando a minha cintura. "Gosto tanto de ti, mãe..." disse-me ao ouvido. Eu também minha eterna pequenina.


De São Paulo a Milão e de Milão a Lisboa num dia
Pic: skywalker

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Bikinis e Sapatos

Meti-me num taxi e enfiei-me para um shopping mais baratucho. O do outro dia era lindo de morrer, com gente muito bonita (dizem que é o shopping que Gyanni frequenta), mas muito caro. O de hoje, cheio, feio e complicado. Não haviam montras bonitas que me cativassem nem gente bonita que me prendesse o olhar. Não tinha um outro objectivo que comprar bikini, all star, havainas e uma mala para os poder levar. Comprei all star para a princesa, uma havainas para mim e comecei na busca incessante e dificil de bikinis giros e baratos. Não encontrava bikinis giros e muito menos baratos. Já quase a desistir, a caminho da saída do feio shopping, passei por uma loja de surf. Entrei já conformada com a possibilidade de sair de mãos a abanar, mas algo me fez parar. A música que começou a tocar mal entrei na loja. Os acordes iniciais prenderam-me à loja e fizeram-me lá ficar até que a música acabasse "I would tell you about the things...They put me through...The pain I've been subjected to.... But the Lord himself would blush... The countless feasts laid at my feet... Forbidden fruits for me to eat... But I think your pulse would start to rush... Now I'm not looking for absolution...Forgiveness for the things I do... But before you come to any conclusions... Try walking in my shoes... Try walking in my shoes". A rapariga da loja, que se encontrava vazia, viu-me a olhar para os bikinis e assim que a música acabou disse "bonita esta música, né?", respondi-lhe com um sorriso que "sim, gosto muito...". Voltou a tocá-la para mim. Como cada vez mais acredito em sinais e não em coincidências, fiquei por lá mais um bocadinho e acabei por encontrar três bikinis lindos, ao preço dos de Lisboa, mas lindos de morrer.



quarta-feira, 31 de outubro de 2007

daqui deste lado

hoje a palavra de ordem é tristeza
tristeza que me enche o coração
como se de um sentimento
de abandono se tratasse

só? não...
tenho o coração cheio de gente
que me acompanha e preenche
mesmo não estando presente

sei que volto, acho...
sei que quando voltar
reencontro o que me preenche
o que me arrebata e aquece

mas este vazio que me inunda
que hoje me afoga e arrefece
não me permite pensar, sonhar
naquilo que amanhã me aquece

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Luz

Imensas palavras poderiam encher hoje, agora, este post... imensas tantas quantas as ideias e a quantidade de informação não filtrada que hoje, agora, me enchem a cabeça. Acho que um dia não me chegava para escrever tudo o que assimilei e senti num dia. Apenas uma palavra sobressai de rompante e com uma enorme energia, como se de um geiser se tratasse ou um feixe de luz que atravessasse o céu. Saudades.

Vêem a luz daí?

domingo, 28 de outubro de 2007

Ciau


A ideia deste post era mesmo esta. Escrever Ciau pelo que a própria palavra personifica. Daquelas expressões inteligentes que simplificam. É olá, é adeus, nunca uma despedida. Simples, não é?

Mas depois deste voo de não sei quantas horas (11?), onde a lingua italiana me entrava e adocicava os ouvidos (lingua bonita e quente...), onde a vontade de dormir era contrariada pelo não querer perder pitada, onde os assistentes de bordo me cativavam com aquele sorriso, puro italiano, lindo de morrer, com piscadelas de olho pelo meio (ai! ai!), não me posso ficar com uma simples e mera menção ao Ciau.

Sim, adoro tudo em Itália e tudo o que ela personifica. Romance, beleza, calor, simplicidade, vida, história, mistério e comida (até a comida a bordo do avião era fantástica)!

É o meu lugar de sonho.

Desta vez fiquei-me só pelo Aeroporto, em escala, mas ainda vou lá parar.


My Moleskine in Transit (Milan)


E é a espera e indefinição que me mata. Não me importaria de estar à espera, sem qualquer decisão, desde que a solidão não me arrebatasse por completo. Já percorri estes corredores para trás e para a frente, sei de cor os seus cantos, as suas cores. Já me parecem pequenos. Começo a ficar farta. O livro das curiosidades, a já poucas páginas do seu fim, já não me consegue cativar. Não me importa a dor de costas e cansaço, não posso é ficar parada.

Faltam duas horas para mudar de lugar.

Cheia de misturas de perfumes, em papeis, mãos e braços, com todos os meus vicios por satisfazer, vou-me é encher do elixir dos Deuses, que aqui tal como se fosse o céu, está cheio dele, Made in Swisserland.


Pic: adeps


My Moleskine in Transit (PT)


Existe sempre uma profunda atracção por tudo aquilo que é pequeno. A própria fisionomia dos recém nascidos assim o comprova. Os pequenes seres têm de ser redondinhos, com olhos grandes, narizes e orelhas pequeninas. Têm de aparentar fragilidade, pureza, perfeição, doçura, carinho para que os seus progenitores, jovens, adultos ou velhos desenvolvam uma tal atracção por eles que lhes provoque uma enorme necessidade de protecção. No entanto a natureza, sempre previdente, protege-os para a sua possível desprotecção dando-lhes unhas frágeis mas grandes e afiadas para a eventual necessidade emergente de defesa.

Atrai-me o pequeno em tudo. Crianças, crias, casinhas, aldeias, pequenas cidades, estradas empedradas, de terra batida, trilhos ainda por desbravar, pequenos aeroportos. Assusta-me o grande, o descontrolo, o salve-se quem puder e a desprotecção.

Quando olho para o nosso grande Mundo e o vejo como um conjunto de milhões de coisas pequeninas consigo ver a sua beleza, consigo admirá-lo e sentir que sou uma parte importante de todo o seu engenho.

Quando olho o mundo como um assustador e descontrolado gigante, sinto que ele nos move como peças de xadrez, alheando-se do nosso individual ser, ao seu belo prazer. Nesse momento, sinto-me como uma formiguinha adulta desamparada e desprotegida sem ter sequer o privilégio de ter umas unhas frágeis, mas grandes e afiadas para me defender.



Pic: myuh

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Onda


Já vi e começo a aprender que por muito que nos esforcemos, se tudo o resto navegar contra, se tudo o resto não nos quiser sequer compreender, aquilo que desejamos, se não depender inteiramente de nós tende a sair gorado. A perfeição, a unidade, o brio tendem infelizmente a ser postos de lado e pura e simplesmente temos de nos deixar levar. Isto se quisermos continuar na mesma onda...
A questão é o tempo que nos aguentamos em pé, perfeitos, numa onda imperfeita de cinco metros que parece estar sempre a querer rebentar.
Não me importo da existência da tuburlência enquanto sentir que estou a tempo de voltar atrás, de saltar para a calmaria e aguardar uma nova onda em paz.

Até já meus amores
Love U até ao fim do mundo, Love U como daqui à Lua



Pic: McInnes

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

fraco vs forte

E hoje o caos instalou-se! Como a ti te arrebentou no sábado e como a ti te tem magoado todos os últimos dias.
Hoje senti-me apertada, atada dos pés à cabeça, muda sem conseguir gritar, cega de tanto chorar. Hoje o sentimento de incapacidade irrigou-me o corpo por completo. Hoje a frieza, os interesses, os jogos, os segredos encheram de mágoa o meu coração. Não há pessoas fortes e fracas, não consigo, nem considero sequer ponderar essa opção. Há sim pessoas sensíveis e insensíveis. Se a sensibilidade é considerada por alguns como fraqueza, então deixem-me ser fraca, não me deixem desligar o meu coração.

domingo, 21 de outubro de 2007

OBRIGADA

Ana Dom Noronha Putty Cat Anjo Azul Inez Andreia Edgar Cristms Bichinho Teresa Edinha Maria thankful IB Galo de Barcelos CdaPluma Miguel Diana Pulguinha Clara PortoCroft Nuno MAD JC Mitro Maria Bee... e a todos os que me vão lendo!


Há exactamente um ano atrás arranquei com o meu Procellarum.
Há exactamente um ano atrás passei a fazer da escrita algo frequente, como não havia feito até então.
O estranho hábito, o estranho vicio de escrever aquilo que sinto todos os dias ajuda-me a descobrir-me e mesmo triste acabo sempre por encontrar forças nas minhas próprias palavras.
Este blog faz parte do meu caminho, é parte de mim... está comigo nos momentos tristes, de sufoco, em que todas as palavras me parecem sempre insuficientes para definir o que realmente sinto. E não me esqueço dele quando estou feliz, quando me sinto forte.

Obrigada a todos os que me acompanham nas minhas alegrias e tristezas, que me comentam com palavras sempre tão doces. Obrigada aos que não comentando me visitam assiduamente, demonstrando de longe o vosso amor e carinho.

Este blog existe porque nós existimos.

Há um ano atrás...

sábado, 20 de outubro de 2007

A meio caminho de um bengaleiro

Só não quero pensar
Só quero deixar andar
Não me quero sequer preocupar
Não quero deixar-me afectar.

Mas deixo sim...

Tudo me afecta e tudo me atinge
Tudo me preocupa e aflige
Mas tento não pensar
Tento não me preocupar

Olho em volta
foco-me num qualquer lugar
alcanço-o de repente
para conseguir dispersar

E consigo...

Perco-me no meio da paz
Perco-me no meio do nada
E quando volto ao anterior lugar
Tudo o que me afecta e atinge
Tudo o que me preocupa e aflige
Sem perder importância ou peso
Parece mais simples de ultrapassar

Mas ontem no meio de luzes, de espelhos, de fumo, de muita música, de muita alegria
A meio caminho de um bengaleiro, a esgueirar-me por entre tantas pessoas que dançavam
Senti que algo falhava... e não me foquei num qualquer lugar... não me foquei em nada... deixei-me levar pela corrente de pessoas estranhas por onde roçava, por entre pensamentos inalcansáveis, pelo bater inesperadamente triste do meu coração... e vivi o momento. No caminho de retorno tudo pareceu mais simples. Vinha a dançar...

terça-feira, 16 de outubro de 2007

I can see the world through you

Para todos os meus pirilampos que hoje não vêem aquela nesga de janela entreaberta, que não vêem a luz a brilhar ali ao fundo, que se encontram no meio de cruzamentos sem nenhumas setas a indicar um qualquer caminho…

Parem, olhem, sintam… [ouvem?] … admirem… apreciem um vosso momento…
Eu estou aqui a lutar com janelas entreabertas, a agitar tochas, a enviar amor para que a escolha de um qualquer vosso caminho não seja tão penosa.
Sigam o vosso “cacum cacum”, o vosso “tic tac” e deixem-se levar.
Em qualquer caminho estou aqui para vos abraçar.
Eu também me estou a deixar levar…

“You don't understand me now.
I wonder if you ever will.
I wonder if you'll ever try.
And don't get sad about all the strange things I wrote.
They faded as the ink dried.

So I say go, go hold your fists high
Grow. Slow. Stand up for the fight though I hope you never have to.
So I say run, run my sparkling light
Have your fun and then come home at night.
I'm sure you'll tell me something new.
I can see the world through you.

Frozen lakes and ice storms most you'll cross on your own.
You'll face the biggest landslides.
I'll catch you on the hardest falls.
I'll carry you inside these walls.
We'll sing through all the highest tides.

So I say go, go hold your fists high
Grow. Slow. Stand up for the fight though I hope you never have to.
So I say run, run my sparkling light
Have your fun and then come home at night
I'm sure you'll tell me something new.

Things you did and things you'll do
I can see the world through you”


Letra de música “I see the world through you” – David Fonseca in “Dreams in colour”
Pic: Lusac

domingo, 14 de outubro de 2007

Faz hoje...

Hoje agradeço aos meus Papis por me terem dado aquilo que de mais valioso tenho, a vida.

Agradeço-lhes por me terem feito assim deste jeito, cheia de defeitos mas cheia de sorrisos e de alegria pela vida, mesmo quando tudo caminha ao contrário, quando tudo parece andar do avesso.

Sou uma miúda de sardas, uma lua sardenta, que é levada pelas marés sempre com um sorriso.

Sou uma catraia de caracois que apenas quer prados, bosques, montanhas rochosas e luminosas para admirar.

Sou uma mulher apaixonada e devota por todos aqueles que me flecham o coração. Quem cá entra não mais sai. Quem me flecha recebe o meu em bruto, sem máscaras, sem muros, cheio de sonhos de menina.

Sou uma mãe louca e embevecida pela minha lua pequenina em tamanho mas grande de tanto amar.

Sou a maior admiradora de tudo o que em câmara lenta se ilumina.

Sou esperança no meio de lágrimas.

Sou a filha dos pais mais bonitos que existem.

Escolhi-os a dedo, ahn?

Faz hoje 33 anos que comecei a viver estas delícias.

sábado, 13 de outubro de 2007

Arg!

arg! Dia de más notícias, de gaffes, enfim. Fim de noite mal disposta. Com a cabeça a rebentar. Adormeci de cansaço no sofá. Sonhei sonhos ridiculos. Telemóveis trocados e partes de coisas escondidas numa casa de muitos andares que não conhecia. Fartei-me de rebolar na cama. Acordei com a pequena lua a abraçar-me e a fazer-me festinhas. O meu consolo. Algo de positivo tenho de ter, para uma criança tão bonita me abraçar e dar-me carinho deste jeito. Acabei por me levantar. Mas ainda assim estou triste. Vou passear.

Ultimamente não passa um dia em que o meu coração não teime em disparar.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Obrigada pontinha do pé por não desistires...
És a única parte de mim que toca no chão e me embala, quando todos à minha volta me fazem adormecer

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Um dia

Um dia
Quando tudo o que hoje achamos demais
se tornar em apenas troncos caídos no chão
e ao olhá-los lhes encontrarmos tamanha beleza

Um dia
Quando o nosso eu deixar de querer evidência
Quando deixarmos de medir forças e de guerrear
Quando em nós encontrarmos paz e a soubermos partilhar

Nesse dia havemos de deixar que o momentum ganhe o seu lugar
Nesse dia, havemos de nos encontrar e só isso irá importar

domingo, 7 de outubro de 2007

Encontros

E passaram-se o quê... dezoito anos?

Estava na esplanada do jardim, a fotografar os reflexos dos edifícios no lago, a ouvir a minha filha ao fundo a imitar o grasnar dos patos, a ver o céu, a sentir o sol a adorar os meus braços, a aquecer as minhas costas... Meio cá, meio lá. A observar e inspirar tudo o que me rodeia, a pensar como tudo não é coincidente. A lembrar-me do marasmo da manhã e do nada que assimilei para mim. Mais uma vez, tudo decorria em câmara lenta, todos os milésimos de segundo soavam a importantes. De relance algo me captou. Voltei a olhar. Inspeccionei ao detalhe a figura que se encontrava sentada ao meu lado. Desportivo, musculos lisos bem delineados, elegante. Mas algo me fazia voltar a olhar. Eram os olhos... Ao invés de um cabelo curto e moreno, tentei visualizar uma cabeleira loira e lisa. Ao contrário de uma cara com traços rígidos, tentei encontrar umas bochechas rosadas. O telefone tocou... A voz era a mesma, mas mais grossa. Era ele, não era? Fiquei na dúvida enquanto bebia o café. Continuei na dúvida quando me decidi a ir embora. E quando me levantei pensei "Mais vale fazer figura triste do que ficar uma semana a pensar". Aproximei-me da mesa, agachei-me e perguntei:

"Desculpa incomodar... mas... és o André?"

Olhou-me nos olhos e levantou-se de repente. E sem palavras, apenas com o meu nome, abraçou-me ao fim de dezoito anos. E que bem que me soube esse abraço. Ficámos na conversa enquanto a pequena lua e o pai se afastavam para irem brincar com os cágados. Situámo-nos em termos profissionais e de vida. Apontei para a pequena lua e disse "É a minha filha". Comentou que tinha reparado nela a brincar mas que não se tinha apercebido da minha presença. E como é usual em amigos e colegas de infância começámos a falar daqueles com quem ainda mantemos contacto. Ficámos com os contactos um do outro para ver se "um dia destes" combinamos um jantar com todos aqueles que conseguirmos apanhar o rasto.

O engraçado de tudo isto é que de facto a vida surpreende-me a cada dia que passa. Só precisamos de estar atentos a tudo o que por nós passa.

Tenho encontrado vários nossos ex-colegas do colégio, graças à renovação de geração no colégio, a geração dos nossos filhos, a qual coincide com a geração dos pais, mas ao fim de dezoito anos, num lugar onde nada me o faria encontrar, encontro-o assim sem que nada me fizesse esperar.

O mesmo aconteceu com o meu pai e a mãe dele há... vinte e nove anos atrás. Quando depois de anos sem se verem, tendo a última vez sido ainda em Lourenço Marques, se encontraram assim sem que nada estivesse previsto, numa festa de Natal do Colégio dos filhos. De certo que o abraço deles na altura correspondeu em pleno ao saboroso abraço que hoje senti.

Costuma-se dizer que a vida é feita de encontros e desencontros. Eu prefiro o contrário.
Que a vida seja feita de desencontros para por fim, num qualquer lugar, nos podermos encontrar.

É esta a luz...
Acreditar e não desesperar.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

O orgulho, ainda...

Devíamos todos gritar assim
Devíamos todos lutar assim
Devíamos todos acreditar assim

A paixão emociona-me.
Sou apaixonada por natureza
Emociono-me com frequência.

Voa


Deixei de acreditar em coincidências...

Sem querer tenho dado por mim a seguir o meu instinto contra todas as razões mais óbvias...

Não me perguntem, porque não sei explicar...

Mas das últimas vezes que sem pensar agi por um impulso momentâneo, os acontecimentos deram-se no momento e na hora certa de lá estar...

Só por isso comecei a ouvir-me mais...

E se calhar é essa a razão pela qual me sinto fora do meu lugar...

Porque todo o meu eu me diz para voar



quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Sorri...

Não ando bem...
Mesmo com o meu sorriso, com a minha força e a minha vontade de em tudo e todos acreditar.

Todos os dias me esforço para todos ver bem...
Todos os dias me apetrecho de armas e luto... luto por um sorriso.
Mas ultimamente os sorrisos à minha volta teimam em não abundar...

A força que vou tento para ti, para ti e para ti, está-me a deixar enfraquecida e hoje começo-me a abandonar...

Sei que me agarro, sei que sou valente, mas estou a precisar de me reabastecer... de sorrisos, de amor e de confiança.
São eles que, juntos, apetrecham esta minha arma...

Só quero lançar sorrisos...

Setas de ternura, de amor, esperança e confiança...
... sinto que é esse o único motivo para cá estar... para ser mais uma nesta espectável e infindável cadeia de sorrisos universal.

O mundo precisa de mais Guilhermes Tell de amor e sorrisos.

- Em posição! Disparem!

Red

Quando a cabeça pesa, quando a razão não encontra qualquer sentido
Quando tudo é recambolesco ao ponto sequer de ser impossível imaginar
Quando nada bate certo e o azar tende a não nos deixar
Quando a inércia nos prende para num outro lugar ficar
e quando todos os meus sonhos tendem a não se realizar

Dou um giro sobre mim mesma e tento parar aonde o meu coração me mandar
Não tem parado no sítio certo e por isso continuo a girar
Uma roleta russa de sentimentos que me leva a parar ainda no preto por tanta ânsia de chegar.

Vermelha é a cor e ainda lá vou parar.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Vou...

dormir para me encontrar nos meus sonhos.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

B Positive L

Quando a lua, o sol, as estrelas não chegam para nos iluminar
há sempre um farol que nos mostra o caminho e nos faz continuar a acreditar.

Anda, vem, vês a luz?
Agora precisamos de lutar com todas as forças que temos, mostrar a luz a quem ainda não a vê, e todos juntos com garra e sempre a acreditar, havemos de lá chegar.

Força, acredita e passa a mensagem.
Eu estou aqui ao lado nesta viagem.



Pic: loximaxus

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Juro que não percebo NADA!

(aliás, até acho que já percebi, não quero é pensar que é assim...)

Ali?

Uma ave?
Como aquela ali?
Sózinha mas sempre lá em cima?
De que serve voar sozinha?
Mesmo que seja lá em cima...

domingo, 30 de setembro de 2007

MAD

Ei!
Sei que me lês...
Parabéns mano!

Deixa-me fazer as contas...
Conhecemo-nos com nove anos... (há 24 anos)
Detestámo-nos até aos catorze... (há 19 anos)
Adorámo-nos dos catorze aos dezasseis... (há 17 anos)
Afastámo-nos dos dezasete aos vinte (há 13 anos)
Aproximámo-nos e foste o meu refúgio aos vinte e um.
E desde aí ficámos cúmplices de algo que nunca percebi.
Quando o telefone raramente toca é um S.O.S. camuflado.
E está sempre alguém desse lado.

Já viste há quanto tempo fazes parte de mim?

Obrigada por estares sempre aí.

Beijos enormes maninho!!!

KIPITE

'dream me up Scotty' em comentário ao meu sub-nick "Keep it simple":

"dream me up Scotty" diz:
keep it simple... keep it true... but most of all.. KEEP IT


(com as devidas autorizações do DM up Scotty)

Muito ou pouco, nunca nada

Começo a chegar à conclusão de que ainda não descobri qual o meu ofício, aquilo para o qual fui talhada para.
Ontem, em visita às ruínas do Teatro Romano de Lisboa, enquanto ouvia a arqueóloga nas suas explicações, voltei a sentir o mesmo fascínio que sentia quando tinha catorze anos. Arqueologia...
Memorizei o nome da arqueóloga - Lídia Fernandes. Enquanto a ouvia nos seus relatos, e nos raríssimos momentos em que me dispersava, pensava o quão bom seria ouvir aquelas histórias, aquelas explicações, sentada em sofás numa tertúlia nocturna interminável. Fascinante...
De facto, nem sei porque segui Gestão... Não é que não goste, se formos mesmo a ver, gosto de tudo... mas há tantas outras coisas das quais gosto mais...

Encher

Estava a sentir-me vazia.
"Preciso de um livro!"
Meti-me no carro com a minha princesa e fomos à Fnac.
Comprámos dois.

sábado, 29 de setembro de 2007

zigazig ha

Apetece-me fazer o pino, deixar cair o que é desnecessário, ver o mundo ao contrário e admirar o que se encontrava fora de sítio quando voltar a ficar de pé.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Abraça-me !!!

Deixa-me encostar ao teu ombro
Sem qualquer palavra no ar
Sem nenhuma obrigação de falar

Deixa-me ficar assim parada
esquecida, perdida num momento
e permite-me chorar

Preciso de chorar em silêncio
Preciso de um ombro onde me encostar

É só isso...
Um cair de lágrimas terno
Um ombro cumplice
e um silêncio a aconchegar...

É só isso...
Mais nada...
Sem soluçar...
Depois tudo irá passar...
Só preciso de me limpar...

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

A Cerimónia

"E para apresentar a maior maravilha do Mundo, gostaríamos de chamar a este palco todas as crianças de todas as nações!"

Gritinhos, risinhos, gargalhadas, alegria, timidez, um turbilhão de passinhos pequenos a correr, um incalculável e interminável barulho de crianças a mexer. De forma desorganizada encheram o palco do mundo de cor e movimento. Não conseguiam ficar paradas e as suas vozes excitadas inundavam a plateia do mundo de sorrisos.

Chegou o minuto para o qual tinham ensaiado em segredo. Umas mais crescidinhas começaram a dizer baixinho e em cadeia:
"Shiuuuu! É agora o nosso momento!"
Há medida que os Shiuuu's percorriam o palco do mundo, iam dando as mãos, e criando uma autêntica via láctea de crianças.
Os Shiuuu's começaram a ser cada vez mais silenciosos e o palco começou aos poucos a ficar sem movimento.
Grupo por grupo, em todas as linguas começaram todas a dizer:

"E a maior maravilha de sempre do mundo é..."
(...)
" And the world best wonder ever is..."

E assim que o último grupo terminou, sorriram.
A plateia do mundo, expectante com a tão anunciada grande maravilha de mundo, ficou parada a aguardar o tão ansiado momento. Um por um, não conseguindo evitar o sorriso silencioso que iluminava as caras de todas as crianças do mundo, começaram a sorrir. Começaram a olhar para os espectadores ao seu lado e a sorrir. Os sorrisos tornaram-se em abraços, e aos poucos os dedos das mãos foram-se entrelaçando.

A maior maravilha de sempre ecoou no coração de todos, no meio da maior sala de espectáculo do mundo sem ser necessária uma única palavra.

O Sorriso.

Gatos, casas e afins

E pronto, é mesmo minha filha. Não é que tivesse dúvidas algumas, por óbvias razões, mas há dias em que a sensação de "deja vu" bate com mais força à porta.

Adora gatos e mais ainda gatinhos (eu sou mais cães) e principalmente adora os gatos da tia.
Hoje enquanto combinávamos uma sessão de baby-sitter da tia aqui em casa, colocou-se a questão do baby-sitter dos gatos da tia. Apenas uma única reacção a choramingar e a soluçar:

"Eu... não quer... os gatos qui em casa... Eles estragam.. casa... minha!"

Teria eu menos um ano e perguntava aos meus pais, no meio de lágrimas, quem ficava com a casa se eles morressem. Ok... eu era mais drástica! [riso] . Mas com o passar do tempo até nem me saí mal. De egoísmo nem tenho muito...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Oiçam... sintam...


Dêem-me música
É só isso que entendo

Letras que me retratam
Compassos que me exaltam
Ritmos que me mexem
Melodias que me encantam

Dêem-me música
que me faça sorrir
que me faça chorar
que me faça viver
que me faça acreditar

Criem música
vivam de música
deixem-se flutuar

Assimilem tristezas
compartilhem experiências
mas acima de tudo
continuem a acreditar

Se uma nota sair fora de tom
outra há-de compensar
Se o começo for infeliz
há sempre a hipótese de mudar
A apóteose tem sempre lugar
É só ver, ouvir, sentir
É só deixar-nos levar...


(estou triste, nem sei em que acreditar. mas sabes, no meio de tudo encontro-lhe sempre um lugar. quando tudo quebra, quando os ciclos teimam em terminar, quando esbarro de frente com aquilo que já não é o meu lugar, há sempre alguém ou algo dentro de mim que me diz "Vá tens de avançar... o medo que hoje sentes amanhã será a tua força. Anda... deixa-te levar... eu estou aqui para te acompanhar". E hoje estou assim... triste, com medo, só e tremendamente fraca... mas o "Vá avança..." está aqui a tentar-me mostrar aquilo por que vale a pena lutar)


domingo, 23 de setembro de 2007

Já é segunda...

Uhm...
Fim-de-semana para último "revival" de férias...
Sem horários, sem pressas, sem relógio, sem vontade alguma de voltar...
Uma última tentativa de encontrar as forças que há três dias não tinha...
As forças? Não as recuperei, porque não as encontrei...
Agora tenho de as arranjar aonde elas parecem não existir.
Não tenho outra forma que não resistir. Não vou desistir.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Conversa silenciosa

Encostei-me, embrenhei-me e parei
Nada ouvi...
Fechei os olhos, enrosquei-me e parei
Aninhei-me no meio do silêncio
e senti o meu coração bater

- Ei... Estás aí?

sabes? começou-me a falar baixinho:

- Ainda estou aqui, ainda bato por ti. Sempre que sonhares, sempre que acreditares que os teus sonhos têm um não sei o quê de possível... bato por ti!

E se não me quiseres ouvir, se me colocares barreiras nos teus sonhos que também são os meus eu juro que disparo! Farei tudo para te mostrar que sou teu, vivo por ti e para ti, alimento-me dos teus sonhos e vivo para te ajudar a lutar para os seguir.

Se eu adormecer tal como agora, acorda-me, espicaça-me, lembra-me da minha razão de existir, lembra-me que pertenço a ti, lembra-me de não desistir.

Eu bato por ti, mas de tantas vezes disparar por não me quereres ouvir fico cansado e definho. Fico tão pequenino....
Também eu preciso de ti...
Também eu preciso de sonhar e de ter por que lutar.

Tinha saudades tuas....
vai parando de vez enquando tal como agora, ouve-me e também tu bate por mim.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Caçadora de Sonhos

...
e rebentei em lágrimas ao telefone com a minha linda mãe
liguei-lhe depois de ouvir uma música na tv e de olhar, pensar e pedir-me a mim própria "volta a encher-te de sonhos, por favor":


"Pelo céu as cavalitas,
Escondi nos teus caracois,
A estrela mais bonita, que eu já vi

Eu cresci com um encanto,
De ser caçador de sois,
Eu já corri tanto, tanto para ti

Fui um principe encantado
Montado nos teus joelhos,
Um eterno enamorado, a valer

Lancelot de algibeira,
Mas segui os teus conselhos
Para voltar à tua beira
E ser o que eu quiser

Os teus olhos foram esperança
Os meus olhos girassois
Fomos onde a vista alcança da nossa janela

Já deixei de ser criança e tu dormes à lareira
Ainda sinto a minha estrela nos teus caracóis
"


Música - Caçador de Sóis - por Ala dos Namorados


Conversas com Crist II

...
e hoje depois de lá estar a racionalidade começou a perder um pouco do seu lugar, tudo porque me doi ver aqueles de quem gosto feridos, magoados e sem saber o que aí vem.
Ainda há pouco no trânsito pensava "porra! isto é mau, mas há coisas tão piores", mas o coração insurgia-se e só me lembrava dos olhos e das lágrimas de hoje de manhã e de todos os pontos de interrogação sobre todas as cabeças durante todo o dia...
Só me apetece dar mimo e carinho... não suporto ver olhos queridos perdidos.
Juro que me passou pela cabeça que se eu fosse pelo mesmo caminho seria um alivio para mim. Mas não posso pensar assim, não posso menosprezar tudo aquilo que (ainda) agora tenho.
Confesso-te que muito embora esteja a ser forte, e sei que o estou a ser, me sinto... perdida.
Não quero mimo, nem carinho, apenas não quero ter que acreditar sozinha.
Apenas não quero sentir-me forte sozinha.
Só me apetece abraçar todos... e sem dizer nada, porque não há nada que possa dizer que mude as coisas, no silêncio descansá-los um bocadinho...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Monólogo com Crist

ei...
Imagino q estejas offline por estares ao telefone, sei lá...
mas escrevo só para te dizer olá e para me distrair desta minha cabeça a rebentar
Ainda não chorei e acho q não o vou fazer, não sei... sou mt imprevisivel...
estou a ser muito racional e sobretudo a acreditar, mesmo que tudo o que se passou hoje me diga para não o fazer
Acredito que eles vão ficar bem, que se calhar até vai ser melhor... afinal de contas este ultimo ano tem sido super desgastante... e para as pessoas de coração aberto as coisas tendem a bater certo...
não me preocupo comigo pessoalmente... o que tiver de ser será...
mas vejo um ciclo a terminar e já estou cheia de saudades
preocupa-me o que aí vem, mas fujo de pensar nisso...
o coração diz-me "deixa rolar, deixa a poeira assentar, depois para e começa a observar"
não pode ser tudo mau, não é?
nessa altura vou olhar à minha volta, para mim e ver se me encaixo neste lugar que hoje não parece meu
as coisas vão mudar, eu sei...
não sei se para melhor ou não...
mas vou continuar a acreditar...
quando deixar?
fui...

Intenso é a palavra

É não saber o que pensar
pensar apenas em deixar-me levar
É raciocinar para não sentir
afinal o hoje é o ontem de amanhã
E assim que a poeira assentar
deixar que o sentir tome o seu lugar

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Colégio

Não consigo descrever aquilo que senti assim que me sentei no carro.
Os olhos inundaram-se de lágrimas e a voz começou a sair tremida de tanta emoção.
Desde a alegria em chegar ao novo colégio da pequena lua, ao saudosismo de pensar que já foi o meu. Desde a chegada ao parque dos mais pequeninos, com música ensaiada onde, no outro lado, do lado do campo de futebol, os mais crescidos chegavam felizes uns atrás dos outros e a sentavam-se de "perninhas à chinês" e começavam a fazer coreografias com as mãos e com os braços. Pareciam anjinhos com aquelas mãos de criança a abanar e aquele jeito meio doce de trapalhão a balançar. Nos meninos mais crescidos não vi uma única lágrima, mas sim uma enorme alegria por voltar ao Colégio para mais um ano, mais crescidos e para rever os amigos. Tal e qual como eu me lembro. A pequena princesa largou logo a minha mão e foi de imediato balouçar-se freneticamente nos cavalos de baloiço. Completamente alucinada! A reunião dos pequeninos por parte das auxiliares e educadora começou a organizar-se e a minha pequenina ao aperceber-se tocou-me na perna e disse "Mãe... fica só mais cinco minutos...". Não pude evitar o sorriso. Não é que ela saiba o que são cinco minutos, mas sabe o tempo que demoram os meus "mais cinco minutos" para me levantar todas as manhãs. Lá seguiram os meninos para a sala, todos de mãos dadas com a educadora e auxiliares e a minha pequena comigo e com o pai de cada lado. "Não quero ficar aqui sem ti" dizia ela, "quero brincar contigo e com o pai....". Respondi-lhe que a íamos buscar e disse-lhe para ir ver o peixinho no aquário que se encontrava dentro da sala. Não se moveu e continuou a choramingar baixinho. Quando lhe disse "Olha vai ali para a sala para a mãe te tirar uma fotografia com os meninos" lá seguiu e não mais olhou para trás. Tirei a fotografia que me descansou... Num canto a grande maioria dos meninos já alinhados com a ajuda das auxiliares, num outro canto outro menino a olhar para a janela à procura dos pais e em grande plano um abraço ternurento da educadora à minha pequena lua. A ternura e carinho da educadora e a entrega em busca de mimo, abraçada e de pernas entortadas da minha linda princesa. Saí descansada, mas de tal forma emocionada que quando cheguei ao carro, o botão de descompressão activou-se e fiquei lavada em lágrimas.
Perguntei-me várias vezes ao longo do dia como seria que ela estava. E a sensatez descansava-me. Só me faltou contar os minutos para a ir buscar.
E fomos buscá-la e lá estava ela entertida a brincar com legos e a chamar à atenção da educadora para ver a sua obra de arte "Olha.... vês?". Portou-se bem, dormiu a sesta e comeu. Ao lanche lá conseguiu explicar o que era pão bom e lá lhe deram um pão seco, sem qualquer unguento ou acessório. "Bebeu três copos de leite" disse ela! Fez um relato delicioso e detalhado de alguns acontecimentos. Disse que brincou com os bébés. Perguntei-lhe "com quem?" e ela respondeu com a "nova amiga do colégio novo!". Falou da educadora e disse que é amiga dela. Falou dos três escorregas e por fim ao olhar para o canto do olho dela e ao ver que tinha uma nódoa negra perguntei-lhe o que tinha acontecido. Ela que passa a vida a queixar-se dos seus doidois respondeu "ahhh... foi um bébé mais piquinino que bateu em mim...". "Foi sem querer?", perguntei-lhe eu, "foi... ele é pequinino... eu sou grandi...". Sim, de facto ela é a mais alta de todos os pequeninos, mas ainda é o meu bébé...
Estou feliz, por ver que ela está bem.
Espero que seja tão ou mais feliz que eu no nosso colégio.

Porque é LINDO!!!!!!!!!!!!!!!


Ando feita parva...
A abrir diferentes luzes, para ver como muda...
E não é que muda?!?
Adapta-se ao frio e ao quente...
Porque é suave, doce, forte e imponente.

Love U


Pintura: Pólos por Rita Oom

domingo, 16 de setembro de 2007

Plágio

O que escrevemos aqui é um diário, um repositório de sensações, sentimentos, máscaras, acontecimentos e ligações. Estamos expostos a gente de coração bom, estamos expostos a gente que age de má fé. Não é isso que nos impede de escrever. Escrevemos sobre o que nos apetece. Como na música todos os leitores interpretam a leitura à sua semelhança. Cada um lê como quer, o que quer e assimila conforme as suas vivências, o seu percurso de vida, os seus receios, os seus sonhos. Podemos encontrar Aquela frase que nos descreve, mas quem a escreveu em forma de auto-retrato é completamente diferente de nós. O que une quem escreve a quem lê é a universalidade de sensações. Plágio de emoções, de sensações não existe, porque no fundo somos todos iguais. Mas Plágio de descrição de emoções, de sensações, é triste. Auto-descrever-se com textos de outro sem referência ao seu verdadeiro autor é triste. Mais triste é quando o plágio é feito com objectivos de vanglorização.
Pergunto-me? Quem o faz, o que sente?
É que é tão fácil escrever o que se sente...

"Ao toque do amor qualquer um vira poeta", dizia Platão.

Afinal, o que é que nos une a todos, o que nos torna em um?

É universal...

Amor Love влюбленность Amore αγάπη Liebe amour liefde

Prolongamento de ti

Adoro a paz que sinto, o não recriminar, o não julgar, apenas sorrir e olhar.
Gosto de falar, gosto de contar estórias e sobretudo relembrar.
A tua neta diz "Quando eu era pequinina eu comi muitas gelatinas" eu digo "Quando eu era pequenina brinquei muito e fui muito feliz. É por isso que hoje, um pouco mais crescidinha continuo a brincar". Falo, conto e relembro para nunca me esquecer do que é importante.
Continuo a errar todos os dias da minha vida. Continuo a tropeçar e a levantar. Não sei qual o meu objectivo principal, mas estou cá e deixo-me andar.
Sim...
Depois de muitas guerras interiores começo a acreditar que uma mão me assenta ao de leve no ombro e não me deixa nunca desistir. Uma mão que não me agride, não me obriga e não me recrimina. Uma mão que por vezes se torna em duas e depois em braços e me abriga nos momentos mais devastadores. Uma mão que me dá toques ao de leve no braço como se a dizer "tem calma". Uma mão que com dedos longos e elegantes me enxuga as malditas lágrimas que por vezes me deixam de rastos. Nunca me caiu uma lágrima de tristeza. Apenas de desespero, de incompreensão, de amor próprio ferido, de nervos e de felicidade. Não me posso queixar.
Acredito que algo me leva daqui para ali. Acredito que algo me protege. Acredito que alguém olha por mim.
E acredito em ti, aqui ou lá. Porque o teu lá estará sempre aqui, sempre que falar, contar e relembrar. Quando sorrir e sempre que para mim olhar.
Entretanto deixa-te ficar para te abraçar

Beijos Papi