quinta-feira, 30 de abril de 2009

I Wished...

Queria poder escrever sem expor tanto de mim…
Mas também queria utilizar todas as palavras que se atropelam na garganta
sem subtis mensagens, as entrelinhas que ainda protegem a minha essência

Queria mandar abaixo este blogue para mais ninguém saber de mim, assim…
Queria ter a capacidade de o guardar vivo e intacto na minha lembrança
Ter a coragem de fazer “delete blogue” com a simples mensagem:
“Fui!!! Obrigado a todos aqueles que me fizeram sentir que faço diferença”

Queria…
Mas mesmo sem a capacidade de nos últimos tempos escrever como me sinto
Não consigo…

Este canto faz parte de mim…

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Que dia!

Um verdadeiro teste...
Check-Up gratuito integral
à minha sanidade mental

Relatório:
Com algum desgaste emocional apresenta leves sinais de infantopia, não preocupantes, em conjunto com alguma dislexia no coração, o qual apertado, potencia o aumento da massa encefálica à proporção do quadrado, provocando uma leve contusão no óculo esquerdo que lhe obstroi em grande parte a visão.
É de notar que a causa provável do desgaste emocional se deve à inércia, contrária aos movimentos do seu coração, esta por sua vez contrária aos circuitos electrizantes da razão.

Recomendações:
Descanso do coração e da razão.

(a loucura invade-me)

domingo, 26 de abril de 2009

JAI HO !

"Kab Se Han Kab Se Jo Lab Pe Ruki Hai Keh De
Keh De Ha Keh De Ab Aankh Jhuki Hai.. Keh De
Aisi Aisi, Roshan Aankhe, Roshan Dono heeray, Hai Kya
Aaja Aaja Jind Shamiyane Ke Tale
Aaja Jariwale Nile Aasman Ke Tale
Jai Ho.. Jai Ho!"

A.R. Rahman


Porque todas as palavras têm significado, mesmo que pareçam uma outra lingua ao inicio.
Todos falamos e procuramos o mesmo.
Todos falamos a mesma linguagem.

JAI HO

sábado, 25 de abril de 2009

Se fosse uma árvore

No princípio alimentei-me das duas grandes raízes
Uma sólida e ramificada em tantas sólidas sub-raizes
Outra forte per si mas com a existência de fracas sub-raízes

Cresci, equilibrada na fonte das minhas raízes
Alimentada em amor sem nada sentir falta
Floresci saudável e cheia de cor

De mim nasceram galhos que abraçaram mundo
Alegrias e tristezas, que com cumplicidade se transformaram em troncos
Uns continuam a florescer, avivados por saudáveis galhos
Outros, ficaram corroídos e desvitalizados pelos galhos, descuidados

Quando uma das raízes deixou de viver de água
Mostrou-me que as suas raízes afinal não eram fracas
E com sede de amor, este tronco foi à fonte beber água
Perfurando o solo, cada vez mais fundo
Em perfeitas e sólidas auto-estradas

Deste meu tronco nasceram novos troncos, e não secos galhos
Esta árvore cresceu e floresceu em espelho das suas raízes

Descobri que desta raiz, nunca faltará água
Mas existirá sempre sede...
A sede desta linhagem
A busca incessante de sonhos
O cultivo da arte
A hiper-produção da hormona amor
A procura interior
A descoberta da transparência
Numa linhagem cheia de segredos
Mas fiel condutora do seu principal alimento
Água cheia de bolhinhas…

Bolhinhas cheias de carinho e amor

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Click

Quem sabe mil anos se passaram, desde a última vez que nos vimos?
E ainda assim, o toque que deixas quando por aqui passas, mantém-te vivo
Em mim, em nós…

Não te conheço, reconheço-te

Nesta passagem por aqui, por mim, deixas o teu toque, um pouco mais refinado
que mesmo no esquecimento, nos permitirá o click e o reconhecimento daqui a uns mil anos…

Quem sabe?

quinta-feira, 23 de abril de 2009

NOrte

Aos poucos desencontro-te
E no meio de palavras vagas
Sinto que perco…
Já me perdi em tantas máscaras, cortinas e nevoeiro
Que já quase não te vejo…

Dantes bastava um leve afastar de cortinas brancas
A luz por detrás de ti deixava antever em contornos a tua existência
E no meio da claridade…
confundia a minha com a tua sombra
numa luz que era apenas nossa…

Não aguentaste a luz…
e foste fechando cortinas uma após a outra…
tornando a tua divisão cada vez mais invisível, distante

Por amor acreditei que nesse espaço existiria sempre luz
um núcleo de amor fechado, para sempre preservado
Por amor senti que teria de afastar cortinas espessas
uma após a outra, mesmo que pelo meio ficasse sem luz
mesmo que andasse às cegas…
Sabia o caminho e isso bastava

“Norte, vai para norte, onde o sol pouco brilha, mas está sempre mais próximo”

Segui, encontrei a última cortina, branca…
Mas a luz desse lado estava fraca…
Quis afastá-la…
Mas terias que ser tu a desejá-lo
Da jornada a minha luz ficou fraca…
Não me viste, pouco te vi
Apenas a minha sombra de pés a fundir-se com os teus

Refiz o caminho que percorrera
Passei por todas as cortinas que passara
Cheguei ao meu lado e encandeei-me com o brilho do meu corpo
que há muito parecia não saber o que era o ar

Pondero voltar…
Este brilho não é tão intenso como aquele que não consigo deixar de lembrar
Pondero porque pergunto-me…
- Será que voltará a não aguentar?

terça-feira, 21 de abril de 2009

Ao Escocês

Não escrevo como tu…

Nos detalhes, na exaustão das palavras, na combinação perfeita de metáforas cheias de entre-linhas e múltiplos conceitos. Cada frase, dentro ou fora do contexto, leva-me a buscar-te, encontrando-te sempre de uma forma diferente, um pouco como a idade do teu José, sem idade, ingénuo, puro e ancião. Cada linha impele-me a pensar, filosofando com as mais diversas interpretações.

Bebo cada palavra tua, como se acabasse de sair de um deserto…

E hoje sinto-me arrebatada com o presente que me deste.

Obrigada por me fazeres sentir-te e em ti, sentir um pouco de mim.

domingo, 19 de abril de 2009

Aprender a andar de patins ou uma lição de vida?



Põe-te em pé, firme e amparada. Não te mexas, apenas equilibra-te nos teus “novos sapatos”

Não te pendures em nada. Tens de compreender o teu peso, o teu corpo, assimilar o peso dos teus “novos sapatos” tornando-os um prolongamento de ti. Pendurada não aprendes. Apenas apoia-te em algo firme que te dê a segurança para dares os teus primeiros passos.

Afasta ligeiramente os pés, paralelos um ao outro e deixa-te deslizar um bocadinho. Se não experimentares o deslize, não saberás qual o objectivo que pretendes alcançar.

Pára sempre que precisares. Para te reequilibrares, para começar de novo. Demora o tempo que precisares.

Tenta deslizar com os pés na mesma posição, dando um ligeiro impulso no apoio onde tens a tua mão.

Se conseguires liberta a mão, afasta os braços para te equilibrares e precaveres a provável e eminente queda no chão.

Caíste? Levanta-te… Nunca com o teu peso nas costas. Põe-te de gatas, trava um dos pés, flecte uma perna e ergue-te de braços abertos concentrada nos teus pés. Fixa-te nas tuas raízes, lembra-te como são profundas e fortes e endireita-te.

De novo em pé, afasta ligeiramente as pernas, flecte os joelhos um pouco, lembra-te das raízes, inclina o teu tronco ligeiramente para a frente e desliza de novo.

Pensa… começaste a tua vida deitada, sentaste-te, gatinhaste e só depois, e de alguma quedas valentes é que andaste. Tudo leva o seu tempo… Não desistas…

Agora imagina que tens os mesmos sapatos de sempre. Não arrastas os pés pois não? Caminha, levantando um pé após o outro, como se marchasses. Enquanto tiveres um pé no chão, as raízes prendem-te.

Caíste? Levanta-te de novo… Volta atrás as lições que precisares para ganhares a confiança que perdeste.

Já caminhas? E pouco cais? Faz dos teus pés ponteiros de relógio. Acerta as horas para as dez para as duas. É sinal de vitória, sabias?

Anda como aprendeste. Mas em cada passo que dás, direito ou esquerdo, desliza. Imagina que por debaixo do chão há alguém com um íman, que te quer mostrar como é bom patinar e que cada vez que sentes mais confiança, mais rápido avança, mas nunca mais do que aquilo que desejas.

Quando deres por ti a pensar que já não pensas nos teus pés, que não te forças a posições, e deslizas, já estás a patinar. Se desligares do mundo e deslizares, vais ver que parece que estás a voar.

Quando achares que patinas bem, prepara-te para as mais violentas quedas. O excesso de confiança, o esquecer das regras, obriga-te a voltar ao chão e repensar todas estas lições.
Raízes, aprendizagem, humildade, perseverança, sonhos, flexibilidade, dignidade e sobretudo Amor.

Arrebata-te, arrebata os outros, sente, vive para ti e para os outros…

Faz de cada barreira ultrapassada, cada vitória, não uma nova arma, mas uma nova janela, a amostra da grande luz enclausurada que concentrada apenas em ti queima, mas aos poucos libertada aquece todos aqueles que te rodeiam e lhes dá luz.

… e se deslizares acompanhada com quem mais te enternece… parece que voas… e se caíres ele desce ao teu chão, abraça-te e conforta-te, não se importando por descer, porque desce por amor… e por amor, por ti, mantém-se à tona. Não se levanta sem ti... espera o tempo que precisar até ganhares coragem e força para contigo se erguer e juntos deslizarem de novo.



Pic: effluo

sábado, 18 de abril de 2009

Abraço-te...

Ontem fui ao velório de uma tia, meia-irmã do meu pai, que nunca conheci.

Como a minha mãe ainda estava em viagem, fui sozinha, representando a primeira família do meu avô. Quando lá cheguei estavam os meus tios e primos, da segunda família do meu avô, que apenas conheci no velório do meu pai, há já quase um ano.

Não me senti um único momento só…

Não me senti um único momento como a mais…

Senti-me sempre como se fizesse parte…

Senti que a minha presença, a minha paz, o meu sorriso foi importante…

Senti que a minha presença mudou algo…

Senti-me sugada do amor que transportava… que voltava a mim em carinho e mensagens…

Senti-me elo… força… união…

Senti-me encantada por confirmar, mais uma vez, que somos tão iguais, que partilhamos algo tão maior que se torna indiferente se nos conhecemos há uma vida ou apenas um ano… Carinho e ternura é o bem mais valioso que jorra desta família ao ritmo do bombar de corações…

Hoje na missa de corpo presente o padre começou a falar e pensei para mim “onde é que foram buscar este padre…”, por ser surreal, estranho… Lia as orações sem aquele ritmo a que estamos habituados. Falava de uma forma estranha e estava a achá-lo um pouco chato. Mas no momento em que pos o livro de lado e começou a falar para os presentes, a divagar, a filosofar, chamou-me a atenção… Catolicismo à parte começou a falar da partida, da morte, da saudade, de que as pessoas só morrem quando para nós não têm qualquer valor, só morrem quando nos deixamos de lembrar delas. O corpo é a personificação do palpável compreendido pelos humanos. Não é pelo corpo que nos afeiçoamos…

Independemente destas palavras, as quais ouvi e anui, por ter compreendido há quase um ano, o acto de benzer o caixão com água benta, continua a mexer comigo… como aconteceu com o meu pai. Fechar o caixão e a cremação não me incomoda. A benção mexe…

A missa acabou, os agentes da funerária começaram a tratar do caixão e um primo virou-se para o irmão e disse “Somos nós que vamos levar a tia” e transportaram o caixão até ao carro funerário sobre o olhar calmo e silencioso de todos os presentes. Começou a chover…

Fiquei ali na escadaria, sozinha, em silêncio a absorver toda aquela paz…

Os carros partiram e fiquei lá mais um pouco, junto com tios e primos que não seguiram para o cemitério. Ainda conheci mais um tio, que apareceu dizendo: “Disseram-me que és filha do Manuel”.

No meio da chuva, sem chapéu, comecei a despedir-me…

Ultimamente tenho-me mantido rígida sempre que alguém que mal conheço me abraça, não devolvendo os abraços em sintonia.

Hoje deixei-me abraçar e abracei, arrebatada, desprotegida, por quem supostamente conheço há pouco tempo e com quem apenas estive três vezes em toda a minha vida. No meio de abraços sem lágrimas e com sorrisos das nossas bocas saíram as palavras mais doces e sentidas. Percorreram corpo, bateram no coração, brilharam nos olhos e saíram pela boca em direcção ao meu coração.

O amor sem barreiras é a primeira e grande maravilha do mundo, da vida!

A morte até é bonita… Traz ao de cima todos os mais verdadeiros sentimentos… As máscaras, as falsas defesas desaparecem por de repente parecerem não ter qualquer sentido em algo tão arrebatador como o fim, o início…

Levo para sempre comigo os sentidos abraços, os doces olhares, as mãos cheias de experiência e vida e as palavras sinceras sussurradas ao meu ouvido… de ontem, de hoje, de sempre.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Intenso

Dias intensos!
Apre!
Demasiada emoção, demasiada informação
2 Much...

Argh!
Apetece-me meter num comboio 100 destino e não dar cavaco a ninguém!
Voltar quando sentir saudades, mesmo que as saudades batam já amanhã...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

...

Eu não desisto assim
E não vou deixar que o que me doi feche o meu coração
Eu não desisto de mim
Eu não desisto assim

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Re-Conhecer

Lembro-me de te ver pela primeira vez pequenino embrulhado em montes de roupa junto da tua mãe ainda na maternidade.

Lembro-me que muito embora me roubasses o titulo da neta mais nova nunca senti ciúmes.

Lembro-me de pensar que tinha mais um amigo com quem brincar. E eras tão giro...

Lembro-me de te deixar cair da escadaria da casa dos avós e te dizer para não seres maricas, para não chorares. Tudo para não ficar de castigo, por te ter pegado ao colo e subido escadas quando todos me tinham dito para não o fazer. Mas eu gostava de te levar para todo o lado comigo...

Lembro-me de já com 5 anos te por no ombro e virar-te de pernas para o ar. Tu não gostavas nada e eu continuava a dizer-te... vá não sejas mariquinhas que é giro. Tudo porque eu adorava que o nosso primo mais velho me fizesse isso. Queria apenas que gostasses...

Lembro-me de pormos malaguetas dos olhos, tudo porque queríamos brincar aos cozinhados com todas as ervinhas e coisas coloridas que encontrassemos no páteo dos avós. Que dor... Ficámos deitados ao lado um do outro um dia inteiro com pachos de agua nos olhos, sem ver...

Lembro-me de a nossa prima cassula crescer e de me aperceber que por vocês serem mais próximos de idade, deixaria em breve de brincar contigo. Triste...

Depois um pouco à força cresci... Acho que foi o meu primeiro desprendimento da vida...

O teu pai partiu cedo e ficaste em silêncio.

Observei-te de longe durante anos, preocupada contigo, pensando no que sentirias, se estarias triste, se eras feliz.

Passaram-se quase vinte anos e tu, mesmo presente e sempre a rires das minhas palhaçadas ou saídas, continuavas distante.

Passaram-se mais dois e o meu pai partiu. Abraçaste-me e em seis palavras deste-me o conforto que poucos conseguiram.

Olhei para ti como "olha... ele cresceu... e está bem", e fiquei feliz.

Foi preciso irmos a Roma para nos reencontrarmos, sentarmos, falarmos sem pudor, abrirmos o peito e conhecermo-nos muito para além das memórias de infância.

No Natal ficámos horas a falar, e mais tempo houvesse, mais horas falaríamos. E cada vez mais senti que mais te conhecia, que mais gostava de ti.

Mas ontem via msn surpreendeste-me com todas as tuas saídas...
Olhas para mim com admiração, eu sei, mas eu olho para ti cheia de orgulho, sabias?

Priminho :)

domingo, 12 de abril de 2009

Limbo


Aquela sensação de estarmos no transito e ouvirmos uma sirene de ambulância que nos impele a mexer o nosso carro nem que seja nos pequenos milímetros que nos distanciam dos carros que nos rodeiam…

Essa…

Em que por momentos todos nos desviamos um bocadinho, nos esquecemos da violência e falta de paciência no trânsito, em que o coração aperta e acelera na esperança de termos ajudado nem que seja num milionésimo de segundo alguém que necessita.

Essa sempre mexeu comigo…

Demasiado humana, intensa, sei lá… Quero acreditar que todos somos assim.

Sei que tudo está bem…
Sei que tudo está como deve estar e que o meu pai está bem.
No entanto existem momentos que fazem o meu coração acelerar e recordar momentos tristes.

HOJE EXPIO-OS!
(com a sua licença)
Pode ser que ao escrevê-los para a próxima seja diferente...

Caio em mim se estiver na Avenida da Liberdade e vir uma ambulância a passar. Lembra-me doces almoços interrompidos por uma sirene quinze dias depois da partida do meu pai. Onde parava de falar e me abstraía pensando que o meu pai tinha percorrido aquele caminho tantas vezes de ambulância em direcção ao Hospital de São José.
Caio sempre que percorro a Radial à sexta-feira à noite em direcção à casa dos meus pais. Lembro-me das viagens alucinantes em direcção à casa dos meus pais, sempre que a minha mãe me ligava, quase sempre por volta das onze da noite, a dizer que tinha chamado o INEM.

Páro e fico apertada quando chego à rua dos meus pais de noite e vejo uma ambulância parada.

Quando estas duas últimas coincidem (que já aconteceu) o resto da noite é tremendamente para dentro. Sem dor, mas estranho e intenso.

Apercebo-me hoje que falo da morte como partida, sem qualquer pudor ou receio. Falo não com alegria por respeito a quem não me percebe, mas como uma bênção, uma nova porta, uma janela, uma nova jornada. Sem mágoa ou raiva apenas doçura e saudade. Até a considero bonita quando a vida que partiu, sabe e tem noção que viveu. E sabe… Acredito que todos fazemos as nossas pazes no momento em que partimos… mesmo que a vida não seja longa, mesmo que a partida seja súbita. Como acredito, não sei… Mas acredito, ponto.

Apercebo-me hoje que até a dor, as doenças prolongadas, como a do meu pai, são um processo de paz, de luta interior. Mas neste caso, mesmo acreditando no que escrevo, acaba por me ferir um pouco.

Aceito melhor a partida que a doença. Aceito melhor o fim (e se quiserem acreditar - o recomeço) que o limbo.

Os carros funerários já não me fazem confusão.

As ambulâncias põem-me… “diferente”…



sábado, 11 de abril de 2009

SOLiTUDE

Companhia ou o acto de sentir a presença de
Mesmo assim por escrito, presente
Em companhia à Solidão
Presente no Isolamento, reclusão
Próxima nos momentos de reflexão


Que todas as palavras que brotam de mim, mesmo assim, apenas por escrito, nos aproximem, e acalmem mesmo que por breves momentos esta Solidão.
Também eu me isolo…
Também eu no meio da confusão e de tudo o que corre com menor perfeição, preciso de estar só…

Mas nunca me sinto verdadeiramente só…
Sinto-te aqui comigo, quando me sento e escrevo…
Sinto que do meu espaço para o teu estas palavras voam…
Que lês os meus sentimentos como ninguém
… e mais do que ninguém me entendes…

Guardo a ternura do teu olhar no meu
O delicado passar do teu indicador pelo meu pequeno nariz…
O teu olhar cheio de palavras não ditas
Os teus olhos brilho de Sol poisados em paz de Lua
Um momento breve de paz em sintonia

Guardo tudo
E nos meus momentos de Solidão
Nunca me sinto verdadeiramente sozinha

Sporting

Digo que a escolha de um clube é feita pelo coração.

Não há razão, explicação lógica, apenas o coração, uma simpatia, um sentir que é ali que pertenço, talvez por historial de família, ou afinidade.

O meu coração é de Leão.

Com uma mãe do Juventude de Évora e um pai Sportinguista, não haveria decerto discussão.
Sempre me dei mais com a família da minha mãe, por serem mais chegados, por terem incutido o espírito de família. A família da minha mãe é maioritariamente Benfiquista. Os meus primos, companheiros de brincadeira em todas as imensas reuniões de família, também. Não me lembro de sequer questionar a minha escolha, mesmo quando era a única no meio de vários netos ferrenhos do Benfica a pertencer a um clube diferente.

Da família do meu pai, sempre fui mais distante. Não por questões de coração, porque sempre senti uma grande ligação e carinho, mas por não existir aquilo que me unia à família da minha mãe, o espírito de família, a necessidade de reunião. Esta família, que viveu no início do século XX na Avenida da República, era maioritariamente Sportinguista. E se houvesse alguma dúvida da escolha, o meu primo direito Fernando Vaz, eliminou qualquer indecisão no momento em que ingressou no Sporting, o seu clube de coração. Começou como treinador-adjunto de Cândido Oliveira no Sporting, passou pelo Belenses, Setúbal, Guimarães, Braga, FC Porto, Sporting novamente, Setúbal, voltando ao Sporting novamente para o ajudar a conquistar o titulo de Campeão Nacional numa das mais brilhantes e campanhas da história do Sporting, conquistando na época seguinte a sua terceira Taça de Portugal. Não tenho qualquer dúvida que mesmo que o seu percurso tivesse sido outro, a minha escolha seria a mesma.

Recordo o filme “O Leão da Estrela” como a imagem do futebol saudável, onde todos os jogadores jogavam por prazer e amor à camisola, onde todos tinham uma profissão para além do futebol, onde cada vitória sabia melhor e cada derrota era mais amarga e dolorida porque para além da derrota do clube, os adeptos sofriam pela tristeza dos seus jogadores. Hoje é mais os prémios de jogo, os objectivos de um clube, e os vencimentos que os jogadores têm que os fazem lutar. O amor pelo clube parece não interessar. Por esse motivo tenho uma grande estima por jogadores deste tempo como o Pedro Barbosa (SCP) e o Nuno Gomes (SLB). Pelo amor à camisola…

Sempre fui ferrenha do Sporting e “inteligentemente” simpatizante do Benfica. Tudo o que diga respeito à cidade de Lisboa é bom para mim e obviamente por ter passado quase metade da minha vida rodeada por benfiquistas.

Penso que comecei a desinteressar-me pelo futebol com a abertura do espaço Chenguen, a seguir à primeira vaga (o brilho) das avultadas e galácticas contratações.

No entanto, hoje, sem qualquer explicação, com olhos de águia e sempre coração de Leão, quase nem preciso que me digam de que clube são, a não ser que haja alguma indecisão. Há qualquer coisa que nos distingue, não sei como nem porquê, mas existe.


A minha princesa escolheu ser do Benfica e quando passa pela sua Catedral grita a plenos pulmões o nome do seu clube. Fico feliz por ter feito a sua escolha, mesmo que não seja o meu clube. Não interfiro. É dela. Mas fico mais feliz por ver que quando passa pelo estádio do Sporting também grita (menos entusiásticamente) o nome do meu clube, alheando-se a qualquer trica ou inflamação do grande Derby Lisboeta. Gritando apenas por ser o clube da mãe.

Coração puro Lisboeta.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Vitaminose



15’
Num blogue que tem tudo de mim
Aqui ficam mais 15 minutos de vida

15
O meu número favorito
Do meu aniversário
Do número de turma
Do número de porta
Do dia em vi pela primeira vez a minha filha
Do aniversário da minha mãe
Da mudança de escola
Das memórias de adolescência

15’
Porque 15 minutos num dia preenchem o vazio de 15 dias
15 dias
Porque em 15 dias vazios existem 15 dias cheios de vida

15’
Porque 15 minutos por dia ao SOL, sem protecção, são fundamentais
Dizem que fortalece os ossos, que torna o sistema imunitário mais resistente
Mas para mim, acima de tudo, são um prazer…
Um reencontro com a alma…
Uma paz, uma perdição, um alento
Uma doçura…

Mas confesso que de SOL cometeria um excesso…
Empanturrava-me de doses excessivas
Esqueceria os Quinze minutos aconselhados
E tomava uma Overdose de Vitamina D



Pic: nafee

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Trilhas..

Imaginem os primeiros acordes electrónicos, a batida acompanhada com uma voz feminina e forte, a subida cadente da música, a quebra momentanea num vácuo, o "One day I'll fly away, leave all this to yesterday, why live life from dream to dream, and dread the day when dreaming ends" que termina novamente e num fim anunciado de música de criança, celestial sem perda do ritmo electrónico constante.

Depois Spectacular, Spectacular!!!! empolgante, infernizante, o frenesim... com a quebra repentina e momentaneamente ridicula de "It's a little bit funny,This feeling inside..."
(lá está, o "grande" Elton John :P)

E de repente... "Never new I could feel like these..." a ecoarem pelos ouvidos vindo dos meus headphones (Sennheiser) que devem ser feitos a ouro... Porque parece, apenas parece, que as paredes da sala desabam e o som vem da terra, do ceu, do ar, do mar, de todo o lado, relembrando um longinquo momento nunca perdido no tempo e tão precioso como se fosse agora.

Todas as vidas têm uma banda sonora, com músicas de esperança, de alegria, de desapego, de tristeza, melodrama, de adrenalina...
... de amor

Todas as bandas sonoras se cruzam com a banda sonora de alguém...
... por amor

A mais bela banda sonora é aquela que na sua grande parte é compartilhada com alguém...
... com amor

domingo, 5 de abril de 2009

E viveram felizes para sempre...

Fico triste quando deixo de dizer o que sinto por sentir que quem gosto desdenha e para dentro acha ridículo qualquer diferente abordagem que tenha.

Enquanto para dentro falo “espera… há-de chegar o momento em que compreenderá o que digo”, enquanto repito para mim “não vale a pena falar enquanto não quiser ouvir”, calo-me, mas continuo triste.

Sei que uns quantos devem achar que sou meio louca, mas enquanto esses poucos quantos forem distantes, não me aflijo.

Aflige-me ver que poderia ajudar quem gosto se baixasse as barreiras do politicamente correcto, do socialmente aceite e da formatação humana intransigente. Resumindo… Se ouvisse o e com o coração.

Cansa-me o rancor e a raiva tomada como própria sendo de outros. Principalmente quando quem poderia ter o direito de o sentir, não o sente.

Preocupa-me a vontade de ficar parada no tempo, sem exigências próprias por demais, num terreno aceitável e tomado como confortável apenas e só porque assim se decidiu, anulando quaisquer sonhos de infância e juvenis.

Preocupa-me a anulação de um espírito nascido romântico numa mente fria, por medo de ficar sozinha.

Cansam-me as vozes que só se ouvem a si mesmas, que atropelam as outras, que não aceitam outra e qualquer opinião que não a sua e que, principalmente, não se escutam, mentindo em palavras contra todos os seus sonhos.

Cansa-me e afasta-me…

Gostava de lhe dizer que mesmo no meio da minha caminhada cheia de obstáculos, me sinto viva, que amo, que ainda sou menina, que me sinto mulher. Gostava de lhe dizer que não tenho rancor de nada nem de ninguém, que mesmo com um ou outro grande desafio pela frente, me sinto feliz, porque AMO. Gostava de lhe dizer que me sinto bem, porque ACREDITO. Mas hoje e num futuro breve sei que estas palavras seriam ouvidas e respondidas com um “Está bem abelha…”. Não quero que sintas rancor por quem me fere, quando eu própria não o sinto.

Por isso fica escrito, porque a adoro, porque me dói não lhe poder dizer o que sinto, me dói não lhe poder mostrar um pouco do nosso admirável mundo, porque não o quer ver…


Sei que não és assídua do meu blogue… quando o vieres visitar, quem sabe, é porque precisas. E se precisares mesmo, tenho a certeza que encontrarás este post.
Para ti que te adoro e para quem desejo a concretização do maior conto de fadas, um grande beijinho… e o acreditar no “E viveram felizes para sempre…”.

sábado, 4 de abril de 2009

SKY

Freckles, Lua, Sky, Lua Sardenta, Sardas, Mãe, Filha, Mami, Principessa...
...e um particular assobio...
São as palavras que me chamam
e que mais
me encantam

Smile

Look ahead not behind i keep saying
Don’t forget the past
Look forward
SMILE!!!!

Copy Smile from past
Paste special without format
So you don’t forget

You may not Smile today
But your smile, your laugh
Will live in my heart always

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Aquele Inverno

"Perguntei ao céu
- Será sempre assim?
- Poderá o Inverno nunca ter um fim?
...não sei responder...
só talvez lembrar
o que alguém
que Voltou, veio contar
...recordar"
(existem várias estações)


Excerto de "Aquele Inverno" - Delfins/Resistência