sábado, 20 de outubro de 2007

A meio caminho de um bengaleiro

Só não quero pensar
Só quero deixar andar
Não me quero sequer preocupar
Não quero deixar-me afectar.

Mas deixo sim...

Tudo me afecta e tudo me atinge
Tudo me preocupa e aflige
Mas tento não pensar
Tento não me preocupar

Olho em volta
foco-me num qualquer lugar
alcanço-o de repente
para conseguir dispersar

E consigo...

Perco-me no meio da paz
Perco-me no meio do nada
E quando volto ao anterior lugar
Tudo o que me afecta e atinge
Tudo o que me preocupa e aflige
Sem perder importância ou peso
Parece mais simples de ultrapassar

Mas ontem no meio de luzes, de espelhos, de fumo, de muita música, de muita alegria
A meio caminho de um bengaleiro, a esgueirar-me por entre tantas pessoas que dançavam
Senti que algo falhava... e não me foquei num qualquer lugar... não me foquei em nada... deixei-me levar pela corrente de pessoas estranhas por onde roçava, por entre pensamentos inalcansáveis, pelo bater inesperadamente triste do meu coração... e vivi o momento. No caminho de retorno tudo pareceu mais simples. Vinha a dançar...

1 comentário:

  1. Querida...


    Às vezes é preciso deixarmo-nos arrastar ou perdermo-nos um pouco na multidão para ns encontrarmos de novo.

    Há dias em que me sinto arrastada por uma multidão de estranhos, e no meio de catalães penso se terão sonhs como os meus, e medos, e receios...
    Todos os terão, certamente. Mas às vezes os nossos gritam mais alto...

    Dança, querida. Porque a música no teu coração ninguém mais a tem de uma forma assim tão bela.

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