terça-feira, 29 de maio de 2007

He's got the whole world in his hands

Vinha a caminho de casa, depois de uma ida ao supermercado, sempre a olhar para os sacos de compras que tinha no banco ao lado. Um amarelo, outro azul, ambos com a indicação para reutilizar na separaração do lixo. Em cada um deles impresso o tipo de lixo a colocar. [sorrio]

Supermercados concorrentes que antes ofereciam dez sacos para colocar dez pacotes de arroz, agora vendem-os... Afinal era preciso só um...[sorrio]

As empresas começam a mostrar algumas preocupações ambientais, a pensar no amanhã...

Umas depois do anúncio publicitário avisam onde colocar as suas embalagens...

Umas dão dicas caseiras de poupança...

Mas há uma cujo anúncio me faz sentir com o mundo na minha mão, faz-me sentir e acreditar que cada um de nós pode fazer tanta diferença. Com uma música ingénua e deliciosa eternece-nos. Com uma voz doce de mãe relembra-nos aquilo que sabemos mas que pouco fazemos ou nos esquecemos... desligar luzes, usar lampadas economizadoras, desligar a tv pelo botão... He's got the whole word in his hands? We've got the whole wide world in our hands...

Já começo a sentir a mudança... a mudança de atitude, vontade e com isso encho-me de esperança...

Tenho visto menos lixo no chão, menos lixo fora dos contentores...

A minha filha já se preocupa ao chegar aos vários caixotes de lixo de casa. Quando tem dúvidas pára. Olha para trás e a apontar pergunta "É aqui?" [sorrio]

O circulo começa a fechar-se... mas juntos somos capazes...

Por um mundo melhor!



P.S.: Ao pesquisar o anúncio da Edp na web, encontrei-o aqui. Com ele encontrei o criador da nova versão da música de fundo - Nuno Malo - português a viver Los Angeles. Visitei-o no MySpace e fiquei maravilhada com Celestine Prophecy a qual ouvi e ouvi enquanto escrevi este post.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Conversas preciosas

Tesouros? Tenhos muitos... [sorrio]
Este? De 1898... [sorrio feliz]
O segundo senhor a contar da direita (o único sem chapéu, muito fashion de mão no bolso) o meu bizavô Luis, avô da minha mãe.
A primeira senhora a contar da direita, de porte alto e vestida de branco, a minha bizavó Isabel.
A pequenina? A irmã mais velha do meu avô, Margarida.
Sei que uma das senhoras mais velhinhas seria a minha trizavó Francisca M., para mim uma heroína pelas estórias que aos meus ouvidos chegaram e pela pesquisa genealógica que realizei. Penso que seja a segunda a contar da direita.
Local? Évora...

Não conheci nenhum. Quando nasci, já todos tinham falecido. Mas sabes uma coisa estranha? Um dia à noite, há pouco mais de um ano, sentada na mesma cadeira onde hoje me sento, está eu a mexer em assentos de nascimento da minha família e fiquei triste. Dei por mim a pensar que estava a remexer muito no passado e o que seria que eles sentiriam se me pudessem ver assim frenética e viciada na estória dos avós, bizavós, trizavós, tetravós, pentavós... Parei. E fiquei triste. Vidas já vividas que acabaram. Pessoas que, tal como nós, tiveram alegrias e tristezas, dificuldades e facilidades e que ajudaram a construir a família que hoje existe. Pensei... será que alguém um dia vai sentir o mesmo que eu senti quando descobrir dados sobre a minha família presente? Era bom... porque a tristeza que senti, não foi de pena, foi de saudades... foi de ternura por ver o amor que nos une desde há várias gerações.

Beijos preciosa!

domingo, 27 de maio de 2007

Influenza

- Altamente influenciável - diziam-me na minha adolescência...
Pois não sou, nunca fui, apenas nas coisas em que acredito. E se o contágio é bom e eu acredito, porque não me influenciar? Penso naquilo em que me influenciei (engraçado... será que a palavra terá origem em Influenza, logo contágio? Se assim for somos todos influenciaveis e os mais puros os que correm mais riscos de serem contagiados...) e de facto influenciei-me muito principalmente em coisas banais, arriscadas e supérfluas. Em modas, manias, vicios e outras que tanto... De umas saí ilesa, de outras cresci e de outras aprendi com os erros. Hoje já não sou tanto assim...
Hoje apanho vicios vocabulários tremendos. Já passei pelo "É assim:", pelo "Estás a ver?", "Estás a entender?", pelo "Compreendes?", pelo "isso...", pelo "Pronto...", e continuo a tentar livrar-me dos "Então vá...", "Enfim..." e "Caramba!". Saio de um, entro num outro, e não acaba...
De resto pouco mais me influencia e apenas me deixo influenciar pelas pessoas que Aqui chegam, porque se Aqui chegaram significa que a sua opinião e todas as suas acções são importantes. Não me importo e confesso que gosto, porque pura e simplesmente sigo aqueles em quem acredito.
Hoje sou mais Eu do que era há dez anos atrás... Começo a distinguir aquilo que é meu daquilo que me pode influenciar e misturar-se com a minha essência... Mas ainda há dias em que me perco e procuro incessantemente o Meu caminho...
Ando à procura...

sábado, 26 de maio de 2007

à La Minuta

Passados 79 anos a fotografia existe
Algumas caras ainda vivem na minha memória.
Impressionante como a velhice se aproxima da meninice...
E é pelos sorrisos que os reconheço!
Vivos? Um, o meu pai, ao centro de camisa branca.


Pic: Em família no Campo Grande

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Azedinha pequenina

Estava ali caída, perdida num canto.

Todos passavam e ninguém a via.

Era comprida, muito fininha e no topo era amarela.

As crianças que antigamente por ali passavam, com rapidez puxavam de uma como tantas iguais a ela e punham-na na boca.

Lembrava-se porque é que tinha de ser tão comprida, verdinha e com uma cabecita amarela.

Era uma animação... sempre que com as amigas avistavam uma criança, esticavam-se... esticavam-se para que a criança ao passar por elas colhesse a mais frondosa.

Quando o jardineiro aparecia encolhiam-se e afastavam-se umas das outras com a esperança que não as visse.

- Malditas ervas daninhas! - dizia ele - Parecem coelhos! Se ao menos fossem coelhos ainda os comia! - e enquanto praguejava, arrancava violentamente cada uma das suas amigas.

Triste vida a delas...

Um dia os meninos cresceram e deixaram de olhar para elas... E quando um ou outro se sentia tentado em uma agarrar, rapidamente outro dizia - Que porcaria! - e ela e as amigas que tanto se esticavam para algum as apanhar viam a esperança a desvanecer e os meninos a afastar.

Um belo dia uma delas arrebitou e gritou:
- Já sei! Temos de nos mudar! No meio dos montes, dos prados, das matas, das florestas alguém nos há-de ligar! Quem por lá passar não olhará decerto para nós como se fossemos uma porcaria. Quem por lá andar olhará para nós com olhos de criança, chamar-nos-à pelo nosso nome - Azedas, e nunca olhará para nós como uma erva daninha.

Instalou-se a revolução e uma enorme onda de alegria. Mas de repente o silêncio tomou conta do espaço... Nunca poderiam sair dali... A não ser que uma criança as colhesse ou o jardineiro as arrancasse.

Uma atrás de outra foram desaparecendo. Umas com sorte terminaram nas mãos de uma criança, outras no entanto perdidas e arrancadas pelo jardineiro.

E agora ali, sozinha num canto, com todos a passarem sem a ver, pede ao jardineiro que a venha colher... Não, não desistiu... Mas a solidão e o desprezo que rodam à sua volta não a tornam apetitosa e não estando apetitosa nenhum menino a irá colher...

Sente um vulto a aproximar-se e a tremer começa a encolher-se "Ai... ééé...o jardineiro...". Espreitou recatada para cima e viu um homem grande, bem vestido a olhar para ela. Olhou, olhou e não tirava os olhos dela. Até que se baixou e tocou-lhe nas folhas amarelas. - Uma azeda aqui? No meio da cidade? - murmurou ao mesmo tempo que sorriu. Nesse momento a pequena azeda viu um menino grande. Sorriu e com todo o seu esplendor esticou-se e o menino grande colheu-a.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Protectores de Marta

Porque existem pessoas assim...
Que não desistem de qualquer ser...
Porque não pedem qualquer prémio
Apenas não desistem de ajudar

Pelos olhos cheios de brilho
do desespero que se tornou em felicidade
e em alegria por existirem pessoas assim
que se entregam de livre e espontânea vontade

Sorrio com o meu sorriso mais rasgado!


Para Egas e Pinguinhas

terça-feira, 22 de maio de 2007

Dias sentimento



Silêncios de cortar à faca
Palavras por dizer
Esperas sem Sentido
Sentidos a ferver
Quebra-se o tempo
Rompem-se os momentos

E os Sentimentos?
Esquece...

Ninguém sente o que sinto
Não sinto o que alguém sente
O que eu sinto ninguém compreende
Não compreendo o ser diferente...

Esforço-me por ser igual...
igual às demais gentes...
Quando o consigo - Sou racional!
Mas...
e os meus sentimentos?
tornam-me desigual...
lamechas, emotiva e carente...


Todos os dias tento compreender que os sentidos dos outros são diferentes...
Tento não me ferir com os meus sentimentos desiguais aos de tanta gente...
Nos dias racionais, frios e de sorriso omnipresente nada me atinge, nada me fere...
Nos dias sentimento tanto me doí como me enche...
Gosto dos dias sentimento...
Que me enchem quando os meus sentimentos preenchem os dias sentimento de outra gente...
Não gosto dos dias sentimento...
Que me ferem, frustam e me tornam inócua ao sentir que os meus sentimentos são diferentes de tanta a gente...

Acolhe-me e protege-me o racional...

Mas quando caio em mim...

Sinto-me TÃO pobre...


segunda-feira, 21 de maio de 2007

Fragmentos de uma vida que não minha

"Ah... Bons tempos esses! Lembro-me como se fosse hoje... Fazia um farnel, enrolava uma camisola, metia tudo numa mochila e fazia-me ao caminho. Já nem me lembro com quem ía, tudo homens decerto... E lá partíamos de Lisboa rumo à Arrábida. Poucos carros havia e a ponte Salazar, hoje 25 de Abril, nem existia. Íamos a pé até ao cais e apanhávamos o barco. Ao atravessarmos o Tejo víamos golfinhos até que chegavamos à outra margem. Como íamos até à Arrábida? A pé e à boleia em carroças... O caminho era a maior aventura, o prémio da aventura? A paisagem... País diferente este em que vivemos... Se fui preso? Oh! tantas vezes! Não sei quantas vezes fui parar à esquadra do Campo Grande... por jogar à bola nos jardins... o maior castigo era ficar sem a bola... Mas onde é que eu ía? Já me perdi... Lembro-me mais da minha infância hoje com oitenta e seis anos do que comi hoje ao almoço... Afinal, o que é que comi mesmo?"

Fragmentos de conversas que tive com o meu pai

domingo, 20 de maio de 2007

Um pouco de tudo

Um pouco de louca, um pouco de tudo...
Entregue a mim mesma...
Que seja...


Pic: beautifulchaos

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Tentar

Entre sms's e carinho de um anjo, trocadilhos de melanina, múltiplas palavras extremamente polidas sinónimas de algumas brejeirices, tiradas de mestre muito sem sabor, piadas sem piada que da não piada fazem rir, alheamentos radicais de tudo o que não me faz sorrir, kilometros de trabalho que me afastam dos meus receios, músicas doces e meigas com sabor e muitos beijos...
Estou a tentar relaxar e a não me preocupar

terça-feira, 15 de maio de 2007

Ei...

Ei! Estás aí?
Abraça-me com força e diz-me que tudo vai melhorar
Hoje sinto-me a definhar...
Diz-me - E então?! - para acreditar...

Ei! Estás aí?
Fala com os teus anjinhos e pede-lhes para me ajudar
Hoje o meu coração dói, parece rebentar...
Diz-me - Deixa fluir... - para me aguentar...

Ei! Estás aí?
Ouve-me em silêncio e deixa-me chorar
Hoje as lágrimas teimam em não cair
Diz-me - Deita cá para fora... - para me agarrar...

Ei! Estás aí?
Vem ter comigo... preciso tanto de desabafar
Hoje o peito sufoca-me, tira-me o ar...
Diz-me - Adoro-te amiga - para me encontrar

Ei! Estás aí?
Diz-me que sou boa pessoa, que sou espectacular
O meu amor próprio anda-se a descuidar
Diz-me coisas bonitas para me alegrar...

Ei! Preciso chorar...
Sinto-me a não aguentar

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Respirar



Queria dar-te um espaço
Um espaço onde o silêncio reinasse
Donde o amarelo, a alegria emanassse
Onde a Paz fosse o único sentimento

Queria dar-te o sossego
Aquele momento sem preocupações
Sem previsões e sem tristezas
onde cada momento é um único momento

Queria dar-te o desconhecido
Aquele desconhecido que surpreende,
Nos enche e nos aquece...

Queria dar-te música, muita música
Poesia inocente, muita poesia
Romances envolventes, muitos romances
Espectáculos inesqueciveis, muitos espectáculos
Momentos de loucura, muitos momentos...

Mas para te dar tudo isto, preciso antes de te dar tempo
E para te dar tempo, preciso que te dês um momento...

O teu momento há-de chegar, eu sei...
E com esse momento dar-te-ei o meu tempo
Para contigo saborear este meu presente:
AR


PARABÉNS MINHA LINDA MÃE!


Pic: aeravi

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Brilha, Brilha pequena estrelinha


Passeava pelas estrelas e saltitava
- Brilha, brilha estrelinha - e cantava

Passeava e sempre que uma não brilhava, pegava-a com carinho e guardava-a no seu bolsinho.
- Não desanimes estrelinha, vou dar-te um lugar, uma família, onde vais brilhar!

E saltitava de estrelinha em estrelinha...
E sempre que encontrava mais uma amiguinha que não brilhava, pegava nela com carinho e guardava-a no seu bolsinho...

Chegada a um grupo de estrelas e estrelinhas, tirava a estrelinha do seu bolsinho e perguntava:
- O que achas desta casinha? Agrada-te? Vem, vamos conhecer os seus senhores.
- Olá, o que vos trás por cá - perguntava uma estrela velhinha, mas reluzente de tanto esplendor.
- Encontrei esta pequenina estrela que não brilha e procuro-lhe uma família, meu senhor.
- Então sejam bem-vindas e acomodem-se... Diz-me, estrelinha pequenina, porque achas que não brilhas?
- Sabe meu senhor... A pergunta que me faz, não sei responder... Não sei porque não brilho.
- Então, minha querida estrelinha, proponho-te que te faças ao caminho, com a ajuda ou não da tua amiga, e que descubras em ti a razão para não teres brilho. Se precisares de conversar, de um abrigo, poderás vir ter sempre comigo. Mas enquanto não encontrares o motivo da tua falta de brilho, não te posso ajudar... Vai estrelinha, faz-te ao caminho e sempre que precisares de um amigo, comigo podes contar.

Continuou a passear e a saltitar, sempre de estrelinha em estrelinha, até que um dia, depois de muitos grupos de estrelas visitar, a pequena estrelinha espreitou do bolsinho e começou a chorar...
- O que tens? Porque choras?
- O senhor falou que o meu caminho tenho de procurar e nada estou a fazer para o encontrar. Deixo-me levar no teu bolsinho a saltitar e nada digo, nada faço para o encontrar. Tenho de ser eu a procurar, a decidir que grupos de estrela visitar.
- Olha para ti... Não vês? Estás intermitente... estás a começar a brilhar! Vai pequena estrelinha... Já te consegui ajudar! Mas promete-me uma coisa... sempre que por ti passar com estrelinhas no bolsinho que teimam em não brilhar, brilha, brilha com todo o teu esplendor para lhes dar esperança de uma família encontrar. Agora vai! Faz-te ao caminho e encontra o teu lugar.

A pequena estrelinha sorriu e como num jacto correu a brilhar com a alegria e a vontade do seu lugar encontrar.


(Ei! Minha Lua Pequenina... Agora já sabes, sempre que uma estrela cadente no céu brilhar é mais uma estrelinha feliz que acredita que o seu lugar vai encontrar).


terça-feira, 8 de maio de 2007

Hermano

E dizes tu que não acreditas... ok... não é um não acreditar, é mais um não entender.
Basta pensar em ti com muita força e tu ligas-me!
Ok, nem tudo é perfeito...
Não ouvi o toque a tempo e horas e não tenho saldo para responder à chamada.
Besitos, curte as ramblas e manda um beijo à pulga. Boa viagem!

domingo, 6 de maio de 2007

Feliz dia da Mãe

Para a melhor mãe do mundo... a minha....
Para todas as mães do mundo... melhores para alguém tal como a minha....
Para todas as minhas segundas e terceiras mães que me acompanham há mais de trinta...
Para todas um feliz dia da Mãe!

Para ti Mãe, a maior, a melhor, a verdadeira mãe coragem... a mãe mais presente, a mãe mais dedicada, a mãe mais omnipresente, para ti... o meu melhor sorriso... feliz por te ter, com olhos enxaguados de felicidade por te escolher... o mundo afinal é tão grande... não sentes?


Pic: jadvice

sábado, 5 de maio de 2007

Conversas de miúdas


Atenção! Este post poderá conter mensagens susceptíveis para alguns leitores.

Imaginem a seguinte conversa entre duas meninas de 3 anos, com uma dose extra de alegria e muita tiazorrice:

- Vou fazer cócó.
- Eu também!
- Vamos as duas?
- Boa!
- Vamos fazer cócó!
- anda!

(depois de uma grande festa e alegria lá chegam ao wc)

- senta ao pé de mim.
- eu fico aqui.
- Já fez?
- Tá a fazer...
- Quero ver!
- já está!
- boa!

O entusiasmo e alegria nas conversas das miúdas nunca muda, apenas o tema vai mudando ao longo dos anos. Mas uma coisa é certa, todas as conversas de casa-de-banho são delirantes, sejam elas segredinhos ou apenas conversas banais. Será esta a explicação das excursões femininas ao wc? Um momento privado de pura e banal descontração? Escusado será dizer que muitas das minhas brincadeiras, idiotices e parvoeiras de sempre tiveram como cenário o wc. Lolão


Um chapéu e uma bengala


É que mais nada interessa!

Basta por "New York, new york" e começo a rodopiar.
Puxo uma cadeira qualquer, sento-me cruzando a perna
Estalo os dedos ao ritmo da música e levanto-me devagar
Rodo os ombros, as ancas e os pés
Crio um chapéu e uma bengala imaginária e danço...
Atiro uma perna para ali outra para acolá
Dou passos curtos a rebolar
Arrasto um pé rápido para um lado e deixo-me deslizar
Salto como um pássaro, caio como um flamingo
Estalo os dedos e sinto o ritmo
atiro-me para ali e para acolá
termino em grande no chão ou no ar
danço, danço até me cansar.

Seja Frank Sinatra ou bandas sonoras como a da "Música no Coração", Claire de Lune ou Puro rock, tudo o que me faz exprimir, gesticular e sentir, transporta-me radicalmente para outro mundo que não o meu e faz-me sentir... fantástica.


Pic: noemz

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Pele

Fechaste as portas do teu mundo
Na esperança de ele se encontrar
Vais contando o tempo quase ao segundo
Parece não querer passar

Fazes de conta que está tudo bem
E andas às voltas quando estás a sós
Gritos mudos que só tu entendes
No profundo silêncio que é a tua voz

Não precisas de te esconder
Ninguém vai encontrar
O que está escrito na tua pele
Só tu para o decifrar

Qual o teu traço a pincel
A história da tua vida
Escrita, sentida, tatuada na pele
Quem lá escreveu
Com a tua permissão
Nem sequer, nem sequer percebeu
E perdeu a folha pele
Por entre as mãos

Qual o teu traço a pincel
A história da tua vida
Escrita, sentida, tatuada na pele
Quem lá, quem lá escreveu
Com a tua permissão
Nem sequer, nem sequer percebeu
E perdeu a folha pele
Por entre as mãos.


Música - Pólo Norte

Às vezes sinto que quem a escreveu, escreveu-a para mim.

Ouvir

quinta-feira, 3 de maio de 2007

E se...

Caminhos longos estreitos e sinuosos fossem apenas um e não tivesse hipótese de saída, de escolha...
Buracos fundos escuros e apertados fossem muitos e não apenas um azar, um desleixo...
Muralhas altas sem socalcos, sem fim, sem arestas, sem incentivo qualquer para as subir...
Noite, tão noite sem saber da existência de um dia... ficaria para sempre a dormir?
Amanhã existe...

terça-feira, 1 de maio de 2007

Valorizações


Sim... Nunca fui uma aluna exemplar... Por perguiça ou falta de entusiasmo, não sei... Mas sempre que me dedicava e punha afinco nos estudos surpreendia... Alunas de três em todas as disciplinas excepto em Ginástica e Educação Visual. E mesmo em educação visual se me obrigavam a fazer figuras geométricas baixava logo as notas. Mas no terceiro periodo subia-as todas, porque me dedicava. No resto do tempo? Brincava...
Sim... Desisti da flauta, do ballett, da patinagem, do françês, do alemão e ainda há pouco do teatro. Como seria diferente se não tivesse desistido. Brincar e namorar sempre foi o caminho mais aliciante e fácil. E agora todo o meu pouco tempo que sobra após trabalho é para a minha filha.
Sim... Desisti em algumas coisas e provavelmente nas coisas que me fariam sentir mais preenchida, mas fui cumprindo tudo o que me ía sendo exigido, medianamente mas ía cumprindo. E afinal até nem me saí mal... Para o fim dos meus estudos até comecei a ter boas notas... Já era motivo de orgulho.

Não... Não dei muitas dores de cabeça nem problemas aos meus pais... apenas nas notas e nas "white lies", como o meu pai dizia.

E ainda hoje entro frenética nas coisas que faço. Nas que me entusiasmam e para as quais estipulei objectivos não páro enquanto não as concretizo. Nas que me bloqueiam e desanimam, ou que pura e simplesmente não tenho tempo, desisto. Opções... Valorizações...

E ainda hoje tento não preocupar, não dar dores de cabeça a ninguém. "White lies" vou tendo e os meus problemas, medos, receios, confusões e dores ficam apenas aqui.

Há coisas que não mudam...