quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

As deixas...

Porque foi das passagens de ano mais verdadeiras, em sua homenagem aqui ficam as nossas deixas do teatrinho de reveillon:



- Matilde?


- Sim?


- Nunca mais a vejo?


- A mim? Não sei... quem sabe... Os que não morrem encontram-se, não é verdade?


- Não... não basta estar vivo... depende como se está vivo... Não se encontra só o que vem ao nosso encontro mas também o que se procura...


- Continue...


- Nós não somos folhas levadas pelo vento, animais à deriva... somos seres humanos com vontade própria...


- E a sua vontade Luís Bernardo... é voltar a encontrar-me?


- É... Matilde... a minha vontade é voltar a encontrá-la...


- E para quê...? Posso perguntar?


- Nem eu sei bem... talvez... para retomar uma conversa inacabada...


- Há sempre tantas conversas que ficam inacabadas...


- Por vezes porque temos medo do fim...


- Será acertado retomá-las ou deixá-las para sempre no ponto em que ficaram?


- Você faz muitas perguntas mas tem poucas respostas...


- Como se as tivesse Luis Bernardo...




in Equador

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

FELIZ 2009

No ano em que aprendi a voar
Onde desprendendo-me de seguranças
resolvi começar a arriscar
Onde largando verdades absolutas
comecei sem receios a acreditar


Acreditar no inacreditável
Sonhar o inimaginável
Arrebatar-me com o vento
Deixar-me levar voando
Sentindo-me pairar no tempo


Até a morte é doce
Quando se sente que se vive...

Até as partidas são oxigénio
Quando o amor pressiste...

Até os desencontros são felizes
quando sabemos que por amor
o encontro final existe


Voar...
Começo a voar...
Eu sinto-o...
E enquanto plano, vivo...




Este ano não foi lixado...
Este ano, para mim, foi complicado, mas também foi um dos meus anos mais bonitos!

A todos os que dele fizeram parte (especialmente Família, Rita, Rui, Inez, Luis, Maria) trago-os todos comigo, para sempre, na esperança que este seja um dos grandes primeiros anos da nossa vida.



FELIZ 2009 AMIGOS





Pic: MAHDYsayed

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Forum

E assim, numa semana de emoções intensas, saio da casa que foi minha durantes estes últimos 8 anos. Saio feliz por sentir que sempre fui eu, genuína. Saio feliz, por todos os momentos que vivi, sem excepção e sempre com uma enorme vibração. Saio feliz por todos os grandes amigos que encontrei. Saio feliz, por vestir a camisola até ao fim. Saio feliz, por sentir que acreditaram em mim. Saio feliz, por tudo o que fiz. Saio feliz, por esta saída ser parte da minha caminhada pessoal. Saio feliz, por não deixar que frases como "És louca", "És parva" corrompam os meus ideais.

Saio feliz por sentir que quem amo tem orgulho em mim.

Chorei... é verdade, e sendo eu como sou, uma Maria Madalena, é bem provável que me caiam mais lágrimas de saudades. Mas sorrio, confiante nos passos que vou dar em frente. Porque tudo farei com amor, por amor, tudo farei com sorrisos, como sempre.

Para os meus amores, para os meus amigos, para os amigos novos que virão, para toda a gente que me acompanha, que vive a vida com amor e nunca menospreza o coração... Trago-os todos comigo.

Ao meu pai... Sei que olhas por mim...

sábado, 13 de dezembro de 2008

O meu maior medo

Se soubesses e sentisses o que agora sinto
Como me sinto e as palavras que sinto que ficam por dizer
Estou feliz e entusiasmada, fascinada e arrebatada
Sou forte, em tudo o que seja descobrir o meu Eu

Mas confesso, tenho um medo...
O meu único, constante, eterno e grande medo ...

Perder um grande amor
Perder momentos importantes da vida de um amor
Perder sorrisos, provocar lágrimas, por não estar
Perder a paixão e arrebatamento da presença

Porque o meu amor é a razão do meu sorriso
O Amor é a minha vida,
O Amor é a razão do meu existir

domingo, 7 de dezembro de 2008

Tempo

Hoje, mais uma vez, os caminhos, as pedras caminhadas fizeram-me recordar momentos de encanto da minha infância. E preencheu-me tanto...

Recordar com um sorriso.

O percorrer um caminho contínuo, sem portas fechadas, nunca fechadas, de coração aberto para a frente, com curvas e desvios que já ao longe olhando para trás ficam visiveis e recordáveis por acabarem por ficar, à distância, no mesmo alinhamento. A lembrança de momentos escondidos por mais longe estarmos e porque uma ervinha, uma pedra à frente nos fez agradavelmente virar e olhar para trás sabendo, inexplicavelmente, aquilo que pretendemos encontrar e reavivar.

Olho para trás, olho para a frente, e sorrio por ver que torno a cada dia que passa o meu caminho para mim cada vez mais transparente.

Desenho-me mentalmente no vértice do presente que transformo em cada momento, vivência, experiência que passo, num ângulo recto que há medida que o tempo passa, se torna mais abrangente, caminhando no sentido do obtuso, muito para além do presente.

Pondero a hipótese de o passado ser o futuro e o futuro ser passado... São dependentes. O futuro é um reflexo do passado. O futuro é sequência do passado. Sem passado o futuro não existe. Sem futuro o presente é triste. O futuro é o desconhecido, o passado é apenas conhecido naquilo que na nossa memória pressiste, logo também é desconhecido, logo o passado pressiste no futuro enquanto a nossa memória teimar que aquilo que somos é apenas aquilo que hoje queremos ver. E o futuro existe no passado enquanto a nossa memória se permitir relembrar dos sonhos daquilo que um dia quisemos ser.


Alguém sabe como é que amanhã vai estar o Tempo?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dreamworks



Está frio é certo, mas hoje nem o frio me prendeu em casa. Depois de uma epopeia gigante para me arrancar debaixo do aconchego do edredão, depois de um banho daqueles que põe o espelho todo embaceado e um cheiro a fruta espalhado por toda a casa. Depois de me vestir como se fosse para a neve, colocar meias e perneiras, galochas, calças, camisolas quentinhas e blusões de penas na minha princesa, almoçámos e pusemo-nos à estrada para ir a casa da 'vuela'! Mas antes uma visita ao El Corte Inglés para nos encontrar-mos com o Pai Natal verde! Uau! ou que medo do senhor das barbas? A Ana Bola divertia miúdos e graúdos e perguntou a todos os meninos quem tinha árvores de Natal verdadeiras ou mentirosas... Cheguei à conclusão que a pequena princesa era a única que ainda não tinha a árvore de Natal montada. Grrrr.... Mas eu não estou atrasada! Estão é todos adiantados! Enfim, a miúda não achou que aquele fosse o Pai Natal verdadeiro, barbudo, gorducho, até querido, mas deve achar (digo eu) que o Pai Natal não se pavoneia, não se mostra, é mistério. Querida...

Lá fomos a casa da vóvó, lanchámos, jogámos às cartas e depois metemo-nos à estrada a caminho de casa. Como muitos outros eu não fui diferente. Parei o carro em segunda faixa e trepámos para ver a árvore de Natal Gigante no alto do Parque. Gira, grande, com música e sempre com um frio de rachar a congelar-me os dedos e o nariz. Mas o que brilhou (e a foto não lhe faz justiça) foi a Lua, no canto superior direito da árvore... Pequena, brilhante, com mais duas estrelas (ou planetas?!?) a acompanharem-na. Uma delas por baixo, quase pendurada, muito em jeito de Dreamworks. E funcionam, não é?

Pic: Skywalker

Corta as amarras que te prendem

Arrisco a mudança
Liberto-me...
Sem nunca me sentir totalmente livre
apenas cada vez mais perto
do que aos poucos parece ser
o meu verdadeiro eu

É essa a mudança
a consciência de nunca estar
verdadeiramente segura
o não planear exaustivamente
o amanhã
porque o amanhã sem hoje
pode não acontecer

Custa-me o desprender
Crio laços, uno-me de paixão
ligo-me a tudo, a todos
percorro o tempo
nunca esqueço
vivo cada minuto
como se fosse o último
vivo cada dia com emoção
Choro?
Muitas vezes...
Não acho estranho...
sorrio!
Tenho medo
por vezes...
Divirto-me?
Sempre

Mas no fim,
sempre consigo
Passo da doce tristeza que sinto
ao cortar das amarras decidida
num segundo de tempo desprendido