terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Choro...

Hoje estou mais triste que ontem...
O não te entender e o facto de tu sentires que eu não te entendo e perderes-te, deixa-me perdida...
Só quero chorar...
Deixa-me chorar aqui escondida, sem que vejas como me sinto...
Estou com a cabeça a rebentar e agora, neste momento sinto-me sozinha...
Sei que não estou, mas sinto-me sozinha de tão perdida que estou...
Só queria ver-te a sorrir e feliz...
Não queria sentir-te triste, perdido e revoltado...
Choro... Agora choro...
Ponho a mão na cabeça a ferver...
Enxaguo as lágrimas, o pingo no nariz e acalmo...
e daqui a pouco tudo volta ao mesmo...
Volto a chorar, a ferver e enxaguar...

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Acreditar...

Já te reconheci...
Gostei de te encontrar...
Gostei de ver os teus olhos a responderem...
Depois de te piscar o olho feita macaca, tu piscaste o olho para mim também...
Soube tão bem...
Com a tua mão anteriormente mais fraca, a que hoje é a mais forte, percorreste os traços do meu rosto como se me quisesses decorar...
Já respondes ao que te perguntamos, umas com muito mais dificuldade que outras, mas percebes e esforças-te tanto para corresponder... Olhei para ti e disse "que orgulho, és o meu menino..." e és... és tão doce...
Pediste-me com muita dificuldade para eu me cuidar, não percebi o que disseste a seguir... sorri e disse-te que tratava de mim e da mãe, para não te preocupares...
Sabes, cheguei a não acreditar que aguentásses... Agora acredito que te vais aguentar mais um bocadinho...
Cheguei a pensar que não ía ganhar mais nenhum Daqueles sorrisos, mas com o sorriso que deste hoje, acredito que aquele sorriso vem aí a caminho... Senti que o teu sorriso de hoje foi dificil, esforçado mas muito sentido... senti que sorriste para me fazeres feliz...
Mas sabes, ainda não acredito em muito mais... as nossas conversas, tu a passeares pela casa são cenários que ainda não consigo visualizar... Vejo-te tão cansado, por vezes sinto que queres mesmo descansar...
Exigo muito ao querer mais?
Só quero ver-te feliz...

Adoro-te muito pai


Post Scriptum:
Estive ainda há pouco com a nossa pequena Lua a pintar um desenho para amanhã te levar... Foi ela que pintou tudo com as suas mãozinhas pequeninas... "Um prexente pa o avô ficari milhori".

domingo, 25 de fevereiro de 2007

Lembras-te?

Não imagines...
Lembra-te...
Lembra-te de me ires buscar à escola, dos meus coleguinhas correrem para ti. Lembras-te? Vinham ter comigo a gritar "O teu pai já chegou!". Dávas-me a mão e saímos do colégio... Estava a começar a aprender a ler e todos os sitios por onde passávamos queria ler... Passávamos por uma garagem onde dizia "Camiões" e eu lia sempre "Camões"... Não me corrigias, apenas sorrias e festejavas o meu feito. Não me lembro do dia em que li "Camiões", mas lembro-me das várias vezes que li "Camões"... Descíamos a rua e, ao passarmos pelo muro do jardim, parávamos junto aos pequenos buracos de irrigação do muro, para ver os bichinhos de conta... Às vezes saíam lagartixas e assustava-me, mas voltava sempre para ver os bichinhos de conta... Passávamos para o outro lado da rua e, sempre a descer junto à quinta, saltava para apanhar as bagas vermelhas que pendiam das árvores que envadiam o passeio... Sempre de mão dada, sempre a saltar para levar bolinhas vermelhas para casa... O cheiro era e ainda é inconfundível... a terra molhada... depois passávamos pelo caseiro da quinta e cumprimentávamo-lo... descíamos a rua e entrávamos na nossa... cumprimentávamos o merceeiro, o sapateiro, o outro merceeiro, os senhores da oficina... Chegávamos a casa, tirávas-me o casaco, a bata e beijávamos a mãe...
Lembras-te?
Passaram-se 27 anos...
Hoje já leio "Camiões", já não há buraquinhos no muro do jardim, as bagas quando pendem já me batem na cabeça, o caseiro, os merceeiros, o sapateiro já lá não estão...
Mas os cheiros, as sensações e os momentos vivem no meu coração.

Diz-me...

Não sei de nada...
Não sei se acredito, sabes?
Custa-me não acreditar, mas também me custa pedir para que vivas mais um pouco a sofrer...
Tu, que sempre foste orgulhoso, de certo não gostas de te ver assim... Será que te vês?
Já me surpreendeste tanto em recuperações fantásticas e improváveis... Mas agora... não acredito... algo em mim me diz que não vais voltar a conversar comigo sobre banalidades... algo me diz que o teu sorriso já não vai ser de felicidade... algo me diz que não vais mais te levantar... Quero tanto estar completamente enganada... Quero tanto acreditar...
Estás tão cansado... Estive hoje quatro horas encostada à tua cama, a fazer-te festas na mão... Só abrias os olhos quando o barulho inundava a sala... aí levantava-me metia conversa contigo e tu... tu anuias, olhavas-me mas depois dispersavas... onde estás?
Tento estar calma e em paz, mas há alturas em que o meu coração bate tão rápido, quase fico sem fôlego... A dor que tenho no peito não me larga... Sinto-me tão alheada... Não sei de nada...
Escorreram-me lágrimas quando hoje ao despedir-me de ti, olhei para ti, apertei o meu coração com a mão e disse-te "Adoro-te muito pai"... abracei-te na maca para que não visses os meus olhos enxaguados e disse-te "Até Já"... ouviste o que te disse? entendes o quanto gosto de ti?
Custa-me que fiques ali deitado sozinho sem a minha presença e a da mãe...
Diz-me que vens para casa...
Diz-me que vais voltar a dar-me aquele sorriso...
Diz-me...
Quero acreditar...

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Caíste...

Caíste...
Caiu o teu corpo...
e tu, caíste...
Olhei para os teus olhos e não te encontrei...
O meu cansaço já era tanto que quase adormeci em pé com a cabeça encostada ao teu peito...
Já não sei o que sinto...
Já não sei o que quero...
Ao fim de mais um dia, ganhei um teu sorriso, um teu reconhecimento...
Reagiste e até comeste... de olhos fechados, mas comeste...
Respondeste-me monosilabos perceptiveis quando te falei... entendi-te...
Mas o teu sorriso não foi o teu sorriso...
Foram apenas os teus lábios a reagirem ao meu chamamento...
Os teus olhos não me reconhecem... não brilham, não sorriem...
Sabes? Ontem de madrugada no meio daquele desespero, no meio da luta para te porem a soro, quando no meio da tua força inesperadamente imensa, saltou a agulha e me esguichaste de sangue... o meu mundo rodopiou, os meus ouvidos latejaram e também eu caí... rodopiei para o chão... e caí... Não queria! Não queria que a mãe ficasse ainda mais preocupada, não queria que ela sentisse o mundo nas costas... não a queria deixar desamparada... falhei! Agarrei em mim ainda zonza e fui para ao pé de ti e da mãe... Transfiguraste-te... Sabes? Tive medo... cheguei a revoltar-me por não achar justo... Não tens culpa... Não eras tu que ali estavas... Não era a nós que estavas a ver... Olhei para a mãe... a boca tremia, começou a deixar-se ir abaixo... Eu não chorei! Disse à mãe entre-dentes "Aguenta-te... não ligues... não é ele..." Mas partiu-me ver o que vi... Juro que faço tudo para não pensar neste episódio... Juro que não é a imagem que tenho de ti... mas hoje? Hoje enquanto separava a roupa para lavar, agarrei nas calças manchadas com o teu sangue e não as consegui mandar para lavar... Não me perguntes porquê... não as consigo lavar...
Muita paz meu pai... estou sempre contigo.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Tremi, tremi, tremi...

Enregelei...
Parei...
Tremi...
Achei ter encontrado a razão para a minha dor no peito....
"O teu pai não reage" disse a minha mãe... senti a sua voz tremida e perguntei-lhe "Chamaste o INEM?"...
Continuei a tremer... peguei na mala e saí... "Não se preocupem, vai tudo correr bem..." disse eu a descansar os coleguinhas e a mim...
Vinte minutos de condução segura sempre a tremer... A rádio ligada bem baixinho... nem a ouvi... estava lá, mas nem a ouvi... tremi, tremi, tremi e só dizia "Espera por mim, Espera por mim...".
Estacionei o carro, vi a ambulancia e subi...
Quando te vi? Apático, catatónico... tremi mas sorri... viste-me e sorriste... reagiste quando me viste, sorriste quando te sorri... Desde aí? Não me ouvias, punha-me à tua frente e deixaste de reagir... Som, visão não estavam ali mais uma vez... Toquei-te, beijei-te as mãos, fiz-te festas e beijei-te a face... devolveste-me o beijo... sorri. Tão valente que és! Ainda disseste quando partias para a ambulância sem nós que nunca mais nos ias ver, no meio de palavras atabalhoadas... respondi-te que não! Íamos ter contigo.
Foram dez longas horas de hospital... horas de sufoco por te ver só e abandonado, por esbarrar com o mundo triste e deprimente em que vivemos... que desespero... mas que quebravam sempre que olhava ao longe para a tua maca e tu me vi-as e acenávas... No meio de tudo, eras o mais calmo... um Senhor!
Sabes ainda agora me doiem os olhos, a testa, a cara, o peito... O susto, o medo e a confrontação com tudo o que habitualmente me alheio, fez-me muito mal... mas o teu sorriso, o saber que a minha presença fez-te melhorar, a tua face rosadinha ainda há pouco quando te deixei, faz-me sorrir... Amanhã será um novo dia...
Dorme com os anjos meu pai...
eu vou deitar-me com o teu sorriso

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Espiralis

... e espiralis...
sempre as mesmas curvas...
voltar sempre ao inicio
mas cada vez mais distante da origem...
curvas sobre curvas
ciclos sobre ciclos
curvas e ciclos
iguais mas diferentes

... e espiralis...
sempre as mesmas curvas...
esta mais distante da última
a última mais distante que a anterior...


... e espiralis...
sempre a mesma distância...
umas mais lentas...
outras mais rápidas...
nas mais lentas derrapo...
descaio e volto a subir...
nas mais rápidas escorrego
e deixo-me cair...

... e espiralis...
caí e depois?
parei numa curva antiga...
direita e com algum atrito...
e voltei a subir...

... e espiralis...
subida fácil...
até à curva da caída...
subida lenta logo a seguir...

... e espiralis...
subo...
descaio...
subo um pouco
e depois caio
agarro
e volto a subir...
Uhm...está ali uma curva
será que a consigo subir?
voltarei eu a cair?

... e espiralis...
se cair volto a subir!


Pic: marestella

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

Máscara de Purpurinas

Em pequena mascaravam-me de Capuchinho Vermelho, Minhota, Saloia e Cozinheiro. Gostava... Sentia-me bonita... Mas a primeira vez que gostei e vibrei com a minha máscara? Com oito anos... em que me mascarei de India, com um poncho da tia leonor, tranças armadas com pele e uma fita com uma pena na cabeça. Desde aí e até hoje a minha máscara de eleição.

Sou esquisita... Ainda hoje gosto de me vestir de Índia, de princesa guerreira ou até mesmo de gueixa...

Mas há uma máscara que ainda vive no meu imaginário... Uma máscara que me esconda apenas os olhos, que me ilumine de brilho parte do meu rosto e não me cubra o sorriso... não preciso de guizos, nem de chapéu de bobo... o meu riso diverte-a... Dançar no meio de tantas outras máscaras, que tapem apenas olhos ou uma cara inteira e sorrir para todos os sorrisos que me sorriem.

Consegues guardar segredo?


Masked by normlifebaby

Mãos da memória

E lembro-me de chegar a casa, a minha mãe sentada no mapple do seu quarto, a poisar o auscultador do telefone e a dizer "Merda!" (a primeira e única vez que vi calão a sair da boca da minha mãe).
- Que foi mãe? - perguntei-lhe eu enquanto lhe via uma lágrima a cair pelo rosto.
- A tua avó morreu, a minha mãe...
Não me lembro de mais nada até ao segundo telefonema... Com um sorriso e um suspiro pousou novamente o telefone e disse - Falso alarme! A tua avó não morreu.
Passaram-se dias, ou será que foram semanas, ou até mesmo meses? Vinha eu do colégio, passei pela papelaria ao fim da minha rua e com um ar de quem estava a fazer o que não deve, comprei um saco cheia de gomas. Saí da papelaria, comi uma goma à socapa e ao virar da esquina dei de caras com o meu pai. "Apanhada com a boca na botija!" - pensei eu e tremi... O meu pai? Nem se apercebeu... deu-me a mão como se tivesse apenas cinco anos e disse-me com doçura:
- Vem, temos de ir para Évora, a avó morreu e a tua mãe está muito triste.
Mais uma vez apaguei tudo o resto... tenho uma vaga ideia da casa dos meus avós cheia de gente, mas já não sei se estou a misturar os momentos com os da partida do meu avô. Só me recordo de observar ao longe na nave principal da igreja o caixão da minha avó, ver a prima Aurélia a levantar o véu que lhe cobria a face e num relance ver as mãos paradas da minha avó, as mãos que eu agarrava poucos meses antes e que docemente beliscava para ver o sangue a passar por aquelas veias espessas. Lembro-me desse sorriso... a olhar para mim com doçura enquanto brincava com as suas mãos. Tudo o resto? Apaguei... Com catorze anos já me defendia...


Pic: Hands by Darac

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Para Sentidor

Hoje provocaste uma reacção diferente à de todas as outras vezes em que leio o teu blog.
Hoje o teu "Olhos de um sonhador" fez-me comprar uma moldura amarela, agarrar no teu texto e num desenho de uma menina a segurar numa estrela e emoldurá-lo. Amanhã de manhã, vai para o quarto da minha pequena lua, para ao lado do anjo, também já emoldurado em azul, pintado pelo nosso querido anjo azul.


Pic: cande-knd

De volta ao colégio

Cinco minutos de espera
Uma hora de explicações
Quarenta minutos de memórias
Dez minutos de informações...

Meia-hora de trânsito...
Meia-hora de divagações...
Minutos de outro mundo
Outro mundo que já foi meu

Foram quarenta minutos
de cheiros, risos e sabores...
Minutos cheios de contos
de caras, jogos e sorrisos

Fiquei lá...
e não quis sair...
Fiquei naquele meu canto
de intensas e felizes memórias...
e não quis sair...
Fiquei apática...
num mundo de sonho...

Acordei aos poucos
acabei por sair...
voltei a este mundo
e voltei a sorrir
apática é certo...
mas a sorrir...

Acabei um dos dias mais intensos deste curto ano
com a média de dois quartos...
dois quartos do tempo de dor, preocupações e lágrimas
os outros dois de sorrisos, carinho e recordações...
Quais vencem?
Os dois quartos de sorrisos, é claro!

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Lágrima



Pára...
espera um segundo
e não caias...

Pára...
fica aí quieta
e não caias...

Espera...
Deixa-me afastar
quero olhar

Espera...
Deixa-me olhar
quero ver

Pára e espera...
quero ver
quero ver
como és bonita

Pára e espera
deixa-me admirar-te

Este minuto é importante para mim
Preciso orgulhar-me de ti
Ver como és bonita
Ver como és transparente
Ver como brilhas
Ver como refletes

Pára e brilha
Mostra-me os motivos
pelos quais cais
Pára e reflete
Não quero envergolhar-me
sempre que cais



Pic: HotRodZombie

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

14/02

Para os meus três amores grandes e para a minha pequenina
Para todos os pirilampos que iluminam a minha vida...
Um feliz dia dos Namorados
LOVE U ALL!

Heart by TastyOne

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Tristezas? Desapareçam!

Oh melancolia tardia!
Não! Não aparecas!
Deixa-te aí estar...
Não te aproximes...
Feres-me!

Ergui um muro...
Não o vais rebentar!
Fica no teu sitio...
Deixa-te aí estar...

Não vale a pena...
Já tenho relva...
Não a pises...

Melancolia?
Estás aí?
Viste o cartaz?
"Proibida entrada a melancolias"

Melancolia?!
Desististe?
Estás a brincar às escondidas?

Podes aí ficar...
Não te vou procurar...

Sabes porquê?
A relva é fresca e fofa e não me consegue picar...

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Frases que ficam IV

- Só é útil o conhecimento que nos torna melhores - Novo nick de um pirilampo amarelinho;
- Vai dormir... - Martim
- Sentiste o mesmo que eu, sobre a conversa que o teu pai ontem fez? - Mãe
- Telefonaram do colégio.... A Luinha foi aceite! - Dav
- Este fogão é branco... - Dav
- Foi o post mais rápido de sempre - CdaPluma
- Bem, a vossa casa ficou valorizadissima! - Mimi
- ... não estão a entender... há quatro jogos que não me sai uma figura! - Inez
- Esta pastelaria faz tudo em gigante... - Mimi
- O que é que queres que joque? - Inez
- Amarelo! Amarelo! - João F.
- Ai! Ai! Perdi uma bolinha de milho! Odeio quando isto acontece... - Inez
- É tudo nosso! hi! hi! - Inez...
- Sentiram?! - Sala tropical hoje aquando do sismo de 6º

Passado, presente, futuro

Hoje é um dia especial...
A minha pequena lua foi aceite no colégio onde passei os melhores anos da minha vida!
Sei que os momentos que vivi como criança são únicos, são meus. Sei que os meus melhores momentos em criança serão certamente diferentes dos da pequena lua. Não espero que a minha filha tenha os mesmos momentos que tive, mas sonho e desejo que seja tão ou muito mais feliz que eu.
É um começo... mais um... e eu estou muito feliz!

domingo, 11 de fevereiro de 2007

E há outras que mudam...

Num abrir e piscar de olhos!

Umas porque nos esforçamos para as ver
de um ângulo diferente, com olhos de gente

Outras porque de repente uma nuvem passa...

Há coisas que mudam
ou que se calhar continuam iguais
Apenas nunca as vimos
Ou não quisemos olhar...

Há coisas que não mudam

Entre o João que quer ser cowboy
O Miguel com olhos de mel
O Nuno que quer ser tarzan
e a Catarina tagarela

Entre Madalenas Corajosas
Fungágás de Bicharadas
Os achaques da Dona Chica
Arnestinas Maçarocas

Entre Marianitas de olhos verdes
O Manuel que ficou sem bola
O João que perdeu o balão
e o lagarto da saia da Carolina
O meu coração pendula...

Sei-as todas e mais algumas...
Das mais antigas às mais recentes
A capacidade de memorizar estas músicas
alucina-me a cada momento
Todos os dias aprendo mais uma
num espaço infindável de armazenamento...

Os disparates da Lilly
As doçuras do Noddy
As aventuras do Ruca
Batatoons e outros que tais
São giras e recentes...

Mas a Madalena senhora corajosa,
a Joana que não come a papa
a Linda Manhã com um arranhão
e os achaques da dona Chica
São as mais pedidas pela pequena...

Há coisas que nunca mudam...
Para estas PEQUENAS grandes Coisas, digo:
Ainda bem!

ABSTENÇÃO

Não costumo utilizar este blog para expressar opiniões, mas sim desabafos, estados de alma e recordações... Também não gosto de politiquices e muito menos de falar sobre elas... Sou defensora ferrenha do meu país, mas vejo-o para além de um espaço... Acredito no mundo, amo Portugal. Mas hoje... hoje sinto-me DESILUDIDA com uma grande parte da população deste pequeno espaço que ocupo e do qual costumo me orgulhar em pertencer... Hoje a palavra ABSTENÇÃO fere o meu orgulho NACIONAL e a minha esperança num pequeno espaço melhor.

Cinco minutos na vida de um cidadão fazem a diferença no futuro de uma população.
Seja Sim, Não ou em Branco, não interessa...
Fazemos todos parte de um TODO e se cada um fizer a sua parte, o TODO de certo que funciona.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Espelho

- É, não é?
- Juro não sei... Penso se o que é, é, e fico baralhada...
- Basta definires uma linha, separares o real do imaginário e deixas de ficar baralhada.
- Como se isso fosse fácil! Os sonhos, os sentimentos fazem com que essa linha fique apagada... Eu não salto de um lado para o outro, não delimito os sonhos, não delimito as sensações... Se passo essa linha? Não sei... A única altura em que a vejo é de manhã quando acordo... e mesmo assim há manhãs em que preferia não acordar e continuar a sonhar...
- Já sabes que ela existe, agora basta apenas pensares nela e separares o sonho da realidade...
- Bastar... para isso é preciso que eu os queira separar... e também isso me deixa baralhada... se calhar prefiro ficar na dúvida se é ou não é e continuar sempre a sonhar...
- És feliz?
- Sou... Não me custa sorrir...
- Agora, neste momento, estás a dormir ou acordada?
- Acordada...
- E estás a sonhar?
- Estou e não estou...
- Então?!
- Esta conversa faz parte da minha imaginação... e estou acordada.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Citações que hoje fazem sentido

"Uma das grandes lições da vida é que os tolos às vezes estão certos" - Winston Churchill
"O canhão matou o feudalismo; a tinta matará a sociedade moderna" - Napoleão Bonaparte
"A faculdade de um ser de agir segundo as suas representações chama-se «vida»" - Emmanuel Kant
"Há quem passe pelo bosque e apenas veja lenha para a fogueira" - Léon Tolstoi
"O que não nos mata torna-nos mais fortes" - Nietzsche
"Não sou suficientemente novo para saber tudo" - Oscar Wilde
"Some people see things as they are and ask why? I dream things that never were and ask Why not?" - George Bernard Shaw

10/10

Vejo muito...
Vejo demais...
- Muito observadora- dizem por aí...
E é verdade...

Vejo tanto...
Apercebo-me de tanto...
Apanho detalhes...
Prendo-me em coisas pequeninas...

E há coisas pequeninas que me sorriem
e coisas pequeninas que me arrefecem...

Mas sem as coisas pequeninas que me arrefecem,
não existem coisas pequeninas que me aqueçam...

Começo a chegar à conclusão que vejo mais do que parece
e se calhar mais do que me apetece...

Visão 10/10 disse-me o oftalmologista há cinco meses...
De certo um engano...

Damas vs Diogo

Curiosa a nossa memória...
Como de repente por palavras, nomes ou locais nos lembramos de algo há muito escondido...
Com o nome Maluda lembrei-me da última visita do Diogo a casa dos meus pais. Para além de matar saudades, levou consigo um livro com o inventário dos quadros da Maluda. Mais tarde, apareceu com um quadro que tinha acabado de comprar para mostrar ao meu pai. Um aparte, estávamos em 1998 e fiquei extasiada por alguém lhe ter arranjado o pára-brisas do carro que estava rachado em meia-hora! Desde aí nunca mais soubemos dele. O Diogo é filho da tia Graça e do tio António, amigos de longa data do meu pai nos tempos de Lourenço Marques. Mais velho que eu 15 anos (será?) ensinou-me a jogar damas quando tinha doze anos, ainda a tia Gracinha era viva. Lembro-me desse dia... Entrar na sala de estar muito comprida, cheia de aperitivos nas mesas, a tia Gracinha com um lenço na cabeça, mas linda... sempre a achei linda, com porte de princesa. Subi as escadas para ir ter com o Diogo. No hall do andar superior tinha uma grande estante cheia de livros e entrei na sala de estar à direita. Lá estava ele sentado no mapple, tenho ideia que seria de pele... Perguntou-me se sabia jogar às Damas e com um agitar de cabeça respondi-lhe que não. Meia-hora depois já jogava e nem dei pelo tempo passar. Não me lembro de mais nada, nem de me ir embora... Fixei o Diogo às Damas e desde aí sempre que me lembro dele penso em Damas e sempre que jogo Damas lembro-me dele...
Como me lembrei da Maluda? Porque me lembrei dele... Porque me lembrei dele? Porque passada uma década o tio António ligou para os meus pais a perguntar se podia aparecer lá em casa.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Arco-iris


Vou desenhar um arco-iris no meu céu!
Hoje chovi... e não o vi!
O sol não brilhou...

Hoje chovi e esqueci-me de o desenhar...
Bastava um pouco de sol
Bastava uma ou outra lágrima

Se calhar o sol brilhou
mas não sobre as minhas lágrimas...
e separando a sua luz
deixou alguém deslumbrada...

Como pode a lua ter o arco-iris?
Apenas quando chove e está apagada?



Silêncio

Reconforta-me um olhar
quando o meu coração soluça
o meu peito aperta
dos meus olhos jorram lágrimas
e só me apetece gritar

Reconforta-me um abraço
no meio do nada
num silêncio que me amaina

Reconforta-me o silêncio...
em que sem palavras
as minhas lágrimas
os meus soluços
a minha dor
a minha loucura
não é julgada

Reconforta-me a não existência de perguntas
a não existência de palavras
o estar e abraçar
o olhar e não julgar
o compreender e amar

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Brilhem todos os dias

Não gosto de ser jornal especulativo, falar de doenças, acidentes trágicos...
Mas ainda sinto o coração apertado desde que hoje a minha mãe me contou que na festa de aniversário de uma priminha minha, as educadoras informaram os pais da minha priminha que a mãe de uma coleguinha dela tinha acabado de falecer num acidente de automóvel. A pequenina ainda não sabia e o pai vinha a caminho para lhe dizer que a mãe foi para o céu. Enquanto escrevo estas palavras sinto o meu peito a partir-se em pedacinhos muito pequeninos. Estou triste, sinto-me minuscula e rendo-me por completo às voltas da vida... Não penso em mim, não penso na minha filha, penso apenas naquela pequenina. Acredito, quero acreditar, que a mãe onde estiver olhará sempre por ela e que tudo irá ficar bem. Mas não consigo deixar de pensar na dor do pai e nos olhos da pequenina.
Que milhões de estrelas brilhem esta e todas as noites para todos os pequeninos que sofrem... Que lhes proporcionem sorrisos e companhia... E para esta pequenina? Que nunca se esqueça do sorriso da mãe para se confortar nele sempre que a tristeza der uma espreitadela...

Beijos

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Café, incenso e bolachas?

Ontem pensava em
chá,
incenso,
café
e velas

Pensava em
chocolate,
baunilha
e bolachas

tudo coisas quentes e doces...

tudo muito
latino,
afro
e indy...

Ontem senti-me quente
e não bebi chá
não acendi uma vela
não bebi chocolate
nem queimei baunilha...

Com incenso,
café
e algumas bolachas,
com os meus pensamentos de
chá,
velas,
baunilha
e chocolates
Senti-me quente e doce...

Hoje sinto-me escandinava...
que frio!!!
Estou a beber chá vermelho...
tenho uma vela de baunilha acesa...
bombons ao lado...
e nada me aquece!

CaFé, inCenSo e boLaCHas?

sábado, 3 de fevereiro de 2007

A Maravilha de Portugal


Já votei nas sete maravilhas de Portugal...
Castelo de Almourol, Convento de Cristo de Tomar, Mosteiro dos Jerónimos, Palácio Nacional da Pena, Templo Romano de Évora, Torre de Belém e Mosteiro de Alcobaça são os meus contemplados.

Castelo de Almourol e Convento de Cristo de Tomar por associação aos templários, Mosteiros dos Jerónimos e Torre de Belém por serem os monumentos mais imponentes da minha cidade, Mosteiro de Alcobaça por D. Pedro e D. Inez, Templo Romano de Évora por óbvias e naturalissímas razões e por último Palácio Nacional da Pena pela sua magia.

Se fossem as dez maravilhas de Portugal rapidamente adicionaria à minha escolha o Castelo de Monsanto, Palácio da Regaleira e o Castelo dos Mouros, infelizmente não contemplados na listagem dos 21 finalistas.

Mas o meu vencedor? O único, o principal? Palácio da Pena... Mas não vence per si... vence por ele e por tudo o que o rodeia... Pela serra, castelo, palácios, palacetes, ruas estreitas, árvores centenárias, pedras gigantes, mistério, fantasia, magia... O local perfeito...
Quem não vota em Sintra nunca a visitou, nunca se aventurou a subir a serra por entre gigantescos pedragulhos, nunca se deslumbrou em pleno... Serra de Sintra é magia.

Recordo com saudade a tradição do dia dois de Janeiro. Foram quatro anos em que eu e os meus amigos nos enfiávamos no combóio, na estação de Cruz de Pedra em Benfica, logo de madrugada, em direcção a Sintra. Chegados à vila começáva-mos a subir a serra sempre em corta-mato. Nunca percorremos o mesmo caminho, apenas o ínício e o fim eram iguais. O objectivo? Galgar as muralhas do Castelo dos Mouros sempre sob o olhar surpreendido dos turistas. Perdemo-nos imensas vezes, fugimos de cães por inadvertidamente entrarmos em propriedade privada, saltámos muros de três metros, trepámos inconscientemente, passámos por espaços ridiculamente pequenos, escorregámos em folhas molhadas e caímos de alturas ridículas... Chegar a meio do caminho a dizer "não aguento mais..." era uma constante nas meninas... mas com a ajuda uns dos outros chegávamos lá acima. O dislumbre! O objectivo não era apenas chegar lá acima... era sentir a serra, lutar por ela, esforçar-nos por tê-la. Era assim que eu me sentia assim que galgava as muralhas... Merecia tudo o que estava a ver e a sentir, sentia que a serra era minha.
A volta para casa? Depois da passagem pela Piriquita, entrávamos no combóio. Todos nos olhavam como se fossemos mendigos... Calças de ganga azuis, castanhas de tão sujas e ainda por cima rotas... meio caminho andado para o caixote de lixo. E muito, mas muito, desgrenhados... Mas eu sentia-me muito limpa, por dentro. Sentia-me super saudável e pronta para outra...
A imagem do dia seguinte? Eu e a Joana a subir a escadaria do Liceu a 1km/hora... Ai! Nem as pernas conseguíamos dobrar...
Saudades...


Pic: uma das velhas fotos que resistiram aos pioneses do painel de cortiça lá de casa (cortei caras por excesso de zelo...)

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Contrariedades de uma princesa...

Esta não assisti... contou-me o pai e a avó da minha luinha pequenina...
Ao mexer nos seus livros em casa dos avós, deparou-se com uma contrariedade (ninguem percebeu qual o motivo) e disse com um ar aflito:
"Oh Meu Deus!"

3A1M

Mais um bombom...

Todos os dias
algo de novo vejo
algo de novo conheço,
algo me fascina e me vicia...

Andava a ouvir Estopa...
Com o que ouvia divertia-me...
Imaginava-me a dançar num tablado
Imaginava-me em plena disco
e com uma ou outra música
as lágrimas caíam-me...

Hoje? Descobri Yolanda Soares...
Estou F.A.S.C.I.N.A.D.A.!
Voz, temas e criatividade...
Porquê?
Alguém conseguiu misturar fado
com música clássica,
com música barroca,
canto lírico...
Juntar cravo com guitarra portuguesa...
E a orquestra? Linda...

Juro que voo...
Juro que sonho...
Juro que sorrio...
Juro que me eternece...
Juro que me acalmo...
Juro que me elevo...
e tudo isto acontece quando a oiço...

Quando eu for grande...

"Quando eu for grande quero ser
Um bichinho pequenino
P'ra me poder aquecer
Na mão de qualquer menino

Quando eu for grande quero ser
Mais pequeno que uma noz
P'ra tudo o que eu sou caber
Na mão de qualquer de vós

Quando eu for grande quero ser
Uma laje de granito
Tudo em mim se pode erguer
Quando me pisam não grito

Quando eu for grande quero ser
Uma pedra do asfalto
O que lá estou a fazer
Só se nota quando falto

Quando eu for grande quero ser
Ponte de uma a outra margem
Para unir sem escolher
E servir só de passagem

Quando eu for grande quero ser
Como o rio dessa ponte
Nunca parar de correr
Sem nunca esquecer a fonte

Quando eu for grande quero ser
Um bichinho pequenino
Quando eu for grande quero ser
Mais pequeno que uma noz

Quando eu for grande quero ser
Uma laje de granito
Quando eu for grande quero ser
Uma pedra do asfalto

Quando eu for grande...
Quando eu for grande...

Quando eu for grande quero ter
O tamanho que não tenho
P'ra nunca deixar de ser
Do meu exacto tamanho
"


Por Manuela Freitas

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Nuvem

Palavras, expressões e frases que hoje me marcaram?
- Vim ver... Sou tão cobarde... Devia ter coragem para acabar já com tudo isto...
- Não me estragues a vida...
- Escreve o que te fez rir para depois lhe contares... São cinco minutos que fazem a diferença e hoje é só disso que me recordo...
- Grace Kelly?

Com tudo isto nem sei por onde pegar...
Escrevo sobre tristeza ou sobre alegria?
Chego ao final do dia sem saber o que dizer...
Quanto mais dói mais fria fico...
e de tão fria que fico não sei como me sinto...
Estou a agarrar-me aos sorrisos do dia
Estou a prender-me às alegrias da minha vida...
Estou a sentir qualquer coisa...
Mas não quero pensar em nada...
Muito menos no que sinto...

A lua está cheia, mas as nuvens estão a tapar todo o seu brilho...
Sai nuvem! Não tapes a lua!