sábado, 31 de janeiro de 2009

1 Desabafo

Este FDS estou a tirar de barriga de misérias este blog, mas este post é mais um desabafo que outra coisa.

A chuva que não caiu durante o dia (graças a Deus) desabou sobre nós hoje à noite, numa tempestade assustadora que nos fez andar (e temer) percorrer a CREL numa viagem a 50 km/h assustadores. Mas no meio disto tudo pensava na chuvada à pouco mais de um ano no caminho para a festa de Natal da minha ex (empresa) numa atabalhoada e querida logística de cabazes de Natal.

Amanhã… logo pela manhã, um funeral! Não estou triste, mas sim apreensiva… Bem que se diz que a partir de certa idade deixamos de ir a festas para irmos a enterros. É verdade… Nestes últimos 9 meses tem sido uma constante. Na quarta-feira passada, o Rui Pinto, hoje o meu padrinho.

Mas o que hoje me deixa apreensiva é o coma. Somos informados que alguém próximo, neste caso o meu padrinho, entrou em coma e que poucas hipóteses tem de recuperar. Nas primeiras semanas existe a preocupação, a tristeza da frase que tilinta na nossa cabeça “Não se vai safar…”. E passam-se semanas, meses, neste caso seis meses, e alguém nos telefona a dizer “O teu tio morreu…”. É esse hiato que me deixa apreensiva. Por dois motivos, um estranho e sem sentido que vem cá de dentro e que me diz “Ah, o tio… já me tinha esquecido… ele já não tinha morrido?” e outro uma consequência deste pensamento… Para a mulher e para os filhos, independentemente do seu relacionamento, este período de seis meses teve a atenção dos familiares e amigos mais próximos apenas nas primeiras semanas e caiu no esquecimento até ao dia da sua partida, hoje. Pergunto-me o porquê de um coma tão prolongado, por onde andou nestes meses, porque permitiu que, falo por mim, o considerasse já lá, quando ainda estava cá? Ou já não estaria? De certo que está com o meu pai, o meu tio Fernando, nisso acredito. Hoje recordo-me da última vez que o vi, na missa de sétimo dia do meu pai, recordo-me dos seus filhos e acima de tudo da tentativa de me imitar a fazer pinos e cambalhotas no meio da sala dos meus pais quando eu tinha 10 aninhos (e conseguia!). Era um personagem singular, amigo do meu pai e o meu sempre esquecido padrinho, mas era nosso amigo.

Amanhã, vou lá, com a minha mãe, ao local onde entregámos o corpo do meu pai sem vida, para lhe dar aquele abraço que supostamente já lhe havia enviado há meses atrás.

Amanhã vou lá para levar o meu pai comigo, não vá o destino ter pregado uma partida e terem-se desencontrado, sempre foi tão desligado, tão distraído...

Até lá, que a chuva pare...

Peças, Cacos, Imans, Mosaicos e Imagens

Pedacinhos de tudo, cacos
Cola que não cola
Íman que atrai

Peças que se juntam
Arestas que se encaixam
Como pólos apostos
Que se complementam
Em coloridos, fantásticos
Mosaicos

Pedacinhos de tudo, peças
Fases da vida, passos
Que se refazem, criando
Um infindável número
de puzzles de infinitas peças

Porque…
Cada peça que descobrimos muda a nossa paisagem em mais triliões de novas combinações de peças, novos puzzles, novos mosaicos. Novas imagens a que ao fim de algum tempo nos habituamos até encontrarmos uma nova peça, voltando ao reboliço da compreensão de tantas novas imagens.

Uns chamam-lhe gavetas, outros chamam-lhe de janelas, existem ainda outros que falam em livros, eu chamo-as, às peças, de portas, as quais tendo em deixar quase sempre abertas, tornando o meu mundo de mosaicos num fantástico mundo de ilusão e quase sempre numa enorme confusão.

Mas sinto que vivo, com emoção, de coração.

Este FDS

Este fim-de-semana decidi que não vou trabalhar
Este fim-de-semana quero estar mais próximo de ti
Comecei com um final de sexta-feira a seguir o coração
E recordei-me de como isso é bom para mim…

Até mesmo o frio, o céu cinzento
As notícias assustadoras e deprimentes
O nosso mal-estar e fracas expectativas
O ar pesado e a pressão que se sente
Parecem se evadir num curto mas terno momento

Ontem, as nuvens não pararam de verter lágrimas
Mas pararam no momento em que segui o coração
Hoje, mesmo com frio, o céu está mais azul
Hoje, o sol brinda-nos com um pouco da sua graça
Hoje, até à data, das nuvens não caiem lágrimas

Este fim-de-semana vou-me virar do avesso
Olhar para dentro de mim e sentir-me
Por saber que é a única forma de te ver
De me aproximar de ti
Nesta colossal distância que não entendo
Nesta barreira que não consigo derrubar
Neste espaço multidimensional de amor, de vida
de decisões, intervalos, véus e interrogações

Este fim-de-semana somos Nós
Numa distância que só Nós entendemos,
E que ao invés de nos afastar, nos aproxima
E nos lembra que para nós há sempre um lugar

domingo, 25 de janeiro de 2009

Inevitável

Não...
Não estou morta, nem desapareci...
Até vou passando por aqui

Santa internet que protege o nosso eco-sistema...
Se soubesses a quantidade de rascunhos que já escrevi!
Equivale a meia dúzia de cestos de papeis a transbordar de bolas de papel com gatafunhos...
Alguns dignos de nota, eu sei...
Alguns até profundos, também...
Uns terrivelmente naïf...
Outros por não querer mostrar a ninguém!

As palavras que me fizeram arrancar com este blog há mais de dois anos"Não tenhas medo de te mostrar a quem não te conhece" parece que ganharam entrelinhas... "Protege-te"

Confesso-me...
Tudo aquilo que aqui gostaria de escrever, todos aqueles rascunhos cyber amachocados, são tesouros... que quero guardar para mim, por hora!
Sou espalhafatosa por natureza, gosto de passar à acção, receio as viragens mas vou-me a elas...
Mas também preciso de um tempo para entende-las...
E também sinto que estou no principio delas...
Preciso de me sentir minimamente segura, entendendo os passos que dou, aceitando de braços abertos todas as suas consequências, sem nunca ter receio de olhar para trás...

Eu estou assim... como quem começa a aprender a andar de patins...
Primeiro olho para os pés e só quando ganho confiança é que começo a olhar em frente...
... Em busca dos meus sonhos... enquanto me busco me mim...

Entretanto...
Olha por mim...
Inevitavelmente estás sempre aqui :)

domingo, 18 de janeiro de 2009

Where Is My Love?

Nos raros momentos em que o meu cérebro me deixa descansar
Nos raros momentos em que consigo não me preocupar
Nos raros momentos em que o meu corpo se consegue libertar
Nas poucas horas em que o cansaço me derruba e me faz descansar
Nos poucos momentos em que me consigo desligar
Sonho...
E até os sonhos me pregam partidas, cansando-me
misturando milhares de pessoas e lugares
criando um momento único, onde vagueio
que se resume a uma interrogação
a uma busca
a uma incógnita
a um não saber o quê
a um não saber quando
a um não saber como
a um não saber ONDE
e muito menos o porquê...

Where is my love?

sábado, 10 de janeiro de 2009

Reconfortante


É reconfortante sentir que aquilo que criamos com amor é sentindo com amor por aqueles que nos amam.

Escrevi um livro sobre a história de vida do meu pai e dei-o pelo natal à minha mãe.

Criei-o com o objectivo inicial de manter viva a intensa vida dele nos nossos corações e de nos relembrar todos os dias, ou quando assim o precisassemos, tudo aquilo que nos ensinou.

Hoje, vejo que este livro é muito mais do que este primeiro grande objectivo...
É um objecto vivo que não foi escrito apenas a duas mãos...
Hoje sinto que as minhas mãos foram apenas um canal, que transpos para o teclado em doces palavras e recordações, mensagens e emoções, tudo aquilo que o meu pai me ía segredando ao de leve no meu coração.

É um livro que escrito a quatro mãos para dois pares de olhos encantadores o saborearem (a minha mãe e mais tarde a minha princesa), acabou, por admiração, por ser um motivo de reunião em alegria dos familiares e amigos que partilharam ou admiram a sua história de vida.

Mais uma vez o meu pai junta a família e os amigos, da mesma forma que o fez no dia da sua partida, como se a mandar novamente sinais de "ei! é isto que é importante... aproveitem a vida!"

Sinto-me a transbordar de ternura por todos os que se juntaram nestas últimas semanas para celebrar e recordar com sorrisos uma grande vida.

Beijos

sábado, 3 de janeiro de 2009

Parabéns Filha


À minha mais que tudo, a minha princesinha

A miúda que me preenche o coração faz hoje cinco anos
A miúda que me enche de amor a cada dia que passa
À miúda que me mostra todos os dias o valor da inocência
A miúda que me faz parar no tempo e no espaço
Dando um valor infinito a cada beijo, a cada abraço



Parabéns MEU AMOR, MEU ANJO
TU dás um sentido maior e inquantificável à minha Vida



Beijos enormes

Da Mãe