quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Amigo Azul

Ainda há pouco estava a ler Pablo Neruda onde ele falava ternurentamente da primeira vez que rabiscou um poema (mal sabia ainda escrever...) . Comecei a pensar na primeira vez que escrevi qualquer coisa, sem ser redações, cópias ou ditados. Com 10 anos, nas aulas de expressão corporal do Colégio com a saudosa Professora Maria Schullz, tínhamos de recitar um por um, poemas por nós escolhidos. Habitualmente escolhia a Lágrima da Preta ou a Luísa (sobe que sobe, sobe a calçada). Num dia resolvi eu escrever um poema. Recitei-o e a professora perguntou quem era o poeta com o sobrolho levantado. Disse que era eu, com um ar meio tímido, meio encabulado. Não mais escrevi, mas o meu pai adorou. Mais tarde, talvez há uns dez anos atrás encontrei-o no meio do meu livro de Fábulas de La Fontaine. Ri-me da ingenuidade e achei-o de uma doçura termenda. Não me lembro onde o pus e se algum dia o irei encontrar. Não me lembro de nada, apenas do seu titulo "O meu amigo Azul". Coincidências?

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