domingo, 29 de junho de 2008

Papi

Sinto TANTO a TUA falta...

catapum

Hoje catapum...
Hoje em silêncio as lágrimas cobriram-me a face numa calma e triste tempestade que teimava em não terminar.
Hoje chorei como não chorei em anos...
Sem soluços, mas como uma torneira perra que teima em não fechar.
Hoje não foi possível esconder as lágrimas da minha princesa...
E hoje não me perguntou nada...
Sentou-se ao meu colo, aninhou-se ternamente, afagou-me o cabelo, e no meio das minhas lágrimas sorriu e ficou calada... num momento interminável de silêncio onde as lágrimas que me escorriam eram o único ruído numa igreja pouco iluminada.
Não me senti nem fraca, nem complexada por a pequena princesa assistir às minhas intermináveis lágrimas... Antes preferia que não as visse, que me achasse sempre a mulher mais forte em quem se apoiar. Mas ao mesmo tempo, mostrei-lhe todo o meu eu, e nessa amostra senti que nos completava-mos.

Hoje foi catapum...

sábado, 28 de junho de 2008

Era assim...


Era ao som de músicas apaixonadas, cheias de momentos épicos, em italiano, a passear de gôndola, a sair com um vestido esvoaçante, olhar brilhante a correr por entre um pequeno cais, a entrar num edifício lindo envelhecido, subindo escadarias de mármore de passadeira vermelha...

Era a passear por pequenos rios, rodeados de belas e verdejantes montanhas, sair a cavalo por estradas sinuosas de pedra, rodeadas de ovelhas, cruzando-me com gente em tweed e kilts, a cavalgar, cavalgar... ao som de gaitas de foles, a olhar para longe, bem longe para a um daqueles medievais castelos encantados chegar...

Era ao som de música das arábias, numa tenda branca gigante encostada a um oásis, recheada de tapetes vermelhos, tecidos multicolores a provocarem um doce e elegante jogo de sombras à luz de lamparinas mágicas, misturas de aromas quentes e adocicados...


Era a assistir ao tal pôr de sol vermelho e único que os meus olhos dizem que um dia viram...



Era assim...

(nos meus sonhos é assim...)



sexta-feira, 27 de junho de 2008

It's true...

All of these lines across my face
Tell you the story of who I am

So many stories of where I've been
And how I got to where I am

But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you

I climbed across the mountain tops
Swam all across the ocean blue
I crossed all the lines and I broke all the rules
But baby I broke them all for you

Because even when I was flat broke
You made me feel like a million bucks

You do…I was made for you

You see the smile that's on my mouth
It's hiding the words that don't come out
And all of my friends who think that I'm blessed
They don't know my head is a mess

No, they don't know who I really am
And they don't know what
I've been through like you do
And I was made for you...

All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am

But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you



Brandi Carlile - The Story

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Doce sombra


Inexplicavelmente
encho-me de lágrimas, violentas cataratas que me afogam por dentro.

Inexplicavelmente,
por fora sorrio e os olhos que mostro apenas mostram esporádicas lágrimas resultantes de bocejos e falta de dormir.

Inexplicavelmente,
tanto me sinto admiravelmente e radiosamente feliz, como num fragmento e repentino momento o nada e questões impossíveis de responder me assolam em tempestade.

Inexplicavelmente
tanto me sinto feliz como triste.

E é no auge da minha felicidade que a sombra da tristeza cresce e me diz olá com um sorriso.

Não choro... por fora.

Afogo-me por dentro... com um sorriso em resposta à simpatia e graciosidade e grandeza da tristeza.

Porque até ela,
inexplicavelmente,
me consegue fazer, de uma forma que desconhecia, feliz.





Pic: omrx

domingo, 22 de junho de 2008

Sapatinhos vermelhos


Porque com eles, consigo sempre dançar, mesmo que a cabeça já ande no ar, o coração a flutuar...



Pic: Skywalker

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Did my heart love 'til now?

Forswear its sight...
For I never saw true beauty 'til this night.


Romeo + Juliet (1996)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Vem...


Olá... como estás?

A vida por aí como está?

Como é? É bonito? Reconheces quem encontras? Viajas para lugares lindos? Vês-me quando queres ou sempre que sentes que preciso? Visitas pessoas e lugares com saudades, ficas triste por não te verem, ou sabes que te sentem sem o pressentirem, sem darem por isso?

Ficas feliz? Ou ficas triste? Sabes gostava que tudo estivesse perfeito, sem maldade e limpo, bonito, para que quando nos visitasses tivesses vontade de voltar mais vezes... É que está tudo triste...

Eu? Fico feliz sempre que sinto que te sinto... Será que esse meu sorriso chega para tornar o mundo para ti, nem que seja por um momento, um pouquinho mais bonito?

Vem, quero por esta casa cada vez mais bonita... Acreditas? Eu sei... :) Sei que onde quer que estejas és a pessoa que mais em mim acredita... e dás-me força para superar a dor da sensação daqueles que em mim não acreditam...



Flashes

Se escrevesse agora tudo aquilo que sinto, me fizeram sentir, tudo o que assimilei, apreendi e analizei, tudo o que me feriu, doeu e me fez questionar nestas últimas 36 horas, chegaria à mesma conclusão do que em flashes confusos e rápidos reconheci agora.

Felizmente a rapidez das sensações, pensamentos e assimilações ultrapassa em alta velocidade a minha capacidade de número de palavras escritas por minuto...

Não quero ter a facilidade de me relembrar um dia, ao detalhe, do volume e intensidade de sensações e pensamentos contraditórios por hora, tal e qual me sinto agora.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Mil vezes

Odeio estes dias, em que até a tristeza implora por um bocadinho mais de espaço... mas não há... o tempo não deixa... e agora, depois de cumprir a minha obrigação de trabalho, obrigação nocturna que me havia prometido fugir a mil, dou por mim a querer esse pequeno espaço, triste ou feliz, não interessa, mas onde encontre um pouco de paz, algumas conversas mudas, pedaços de sonhos soltos para construir um castelo de primavera ou inverno.

Queria falar contigo, mas hoje o tempo não me deixa, o coração por protecção fecha-se, e eu nada sinto...

Mil vezes estar triste...

domingo, 15 de junho de 2008

Estrelinha


Querida estrela
Brilha para mim
ofusca-me de luz
enche-me de amor
toma-me em ti


Abraça-me
aconchega-me
nos teus braços
protege-me
acaricia-me
toma-me em ti


Querida estrela
como estás?


Brilha, brilha
pequena
grande estrela
perto
longe
mas sempre
dentro de mim


Querida estrela
enche-me de luz
faz-me brilhar
faz-me ver
deixa-me tocar-te
mais uma vez



Querida estrela
porque sorris?
[sorrio]

Porque sorrio?!

Porque vejo o teu sorriso
Pisco-te o olho...
Não vês?


Um beijo de boa noite daqui





Pic: meganekodomo

sábado, 14 de junho de 2008

Regret?

Não me arrependo das palavras que disse, nem de todos os momentos em que fiquei calada. Hoje aconchega-me a sensação de não ter ficado nada por dizer, por palavras e olhares que no meio do silêncio deixaram a minha boca paralizada.

Mar alto


Descobri que falo contigo sem o notar...

Não, não estou de todo louca...

Mas hoje quando verbalizei no meio conversas com a mãe, a pequena lua e seu pai, a frase "Não é, pai?", sei que sem o notar, sem o prever, sem programar, me dirigia a ti.

Sei que de onde me vez, mesmo que não o note, estás comigo sempre. Que me acompanhas em cada pequeno passo que dou, bom ou mau, sem cara feia, nem expressão "eu avisei-te".

Sei que por vezes me abstraio, que até parece que nem te penso. Mas também sei que nos momentos em que paro e me perco em pensamentos, corpo estático, mente flutuante, em ti e na tua imagem divago em pequenos doces momentos.

No entanto, sem nunca me sentir só, por vezes sinto-me como em mar alto, meio pequenina, meio encantada, mas um pouco perdida...


quarta-feira, 11 de junho de 2008

Tou



Houve uma altura, há uns bons anos atrás, onde quase todos (os da minha faixa etária, é claro...) enchiam cadernos, estojos e afins de "Tou's". Não interessavam os Bolycau's, nem me lembro de os comer, mas de Tou's nem sei bem como, estava cheia deles. Hoje por me sentir baralhada, por pensar em como estou, lembrei-me dos "Tou's". Na altura, os Tou's que mais gostava eram os "Tou apaixonado", "Tou com saudades", "Tou-te a ver". Hoje, agora, se tivesse que escolher os meus "Tou's" escolheria mais outros e adicionaria alguns... É que os anos passam, uns Tou's mantêem-se, uns desaparecem, outros inventam-se:


Tou baralhada
Tou desprendida
Tou preocupada
Tou cansada
Tou desnorteada
Tou fascinada
Tou embasbacada
Tou abandonada

Mas há Tou's que prevalecem e aumentam à medida que os anos passam:
Tou apaixonada
Tou autêntica

E outros que aparecem, assim do nada:
Tou com saudades
Tou a Sentir-te (deixei de ver-te)

Obrigada a tudo e todos os que me fazer "Tar".


Pic: Anónima

domingo, 8 de junho de 2008

Frases que ficam X - e Xtra

Nestas últimas semanas, houve muitas frases que ficaram:

Mãe - Eu não o sinto como tu...
Pequena lua - Estás linda...
Martim - Posso-te ligar?
Anjo Azul - Ontem deste-me força...
Pluma - Não me tens comentado...
Inez - Estou disponível para tudo o que quiseres...
Psique - O teu silêncio não me preocupa
Russo - Como estás?
Mãe - obrigada fiilha... és tão forte
Pluma - Adoro o teu sorriso
Pequena Lua - Mãe, quero ir dar um beijo ao céu...
Maria - Agora não tenho tempo...
Carl - Força!
ThankfulIB - Não tens de ficar triste porque tem de ser
Maggy - Mas eu vou!
Marisol - O seu pai era uma maravilha. Lembro-me dele a sair da faculdade todo arranjado e elegante...
Diogo R. - O tio Manuel um dia em conversa sobre a probabilidade de voltar a Lourenço Marques, respondeu que nunca mais lá voltava. Lourenço Marques para ele foi bom por um variado conjunto de factores, lugar, pessoas e momentos, que nunca mais se iriam reunir. Não queria estragar as suas memórias.
Miguel - Não estás a ver quem eu sou, mas eu estou a ver quem tu és...
Paulo - Ficámos encabeçados de reunir a família...
Tio Rui - A tua filha? Quero conhecer a minha sobrinha...
Vários Alguéns - Não podes por o fio no caixão, vai a cremar. Não podes por. Mas não podes.
Jorge - Já passei por isto... Digo-te... primeiro vem a tristeza, depois a saudade...

Maiores que as frases, ficaram gravadas atitudes, gestos, expressões e toques, que soubesse eu descrevê-las com a precisão do que me fizeram sentir, as transcreveria... e que doces palavras me sairiam...

Mas há frases que deixo para último, mas que ficarão para sempre impregnadas em mim, como sendo parte de mim, e para as quais pela primeira vez deixo resposta:

Pai - Ninguém merece as tuas lágrimas, nem mesmo eu.
Merecem sim e tu és um dos poucos.

Pai - És bonita...
Porque tu me o fazes sentir...

Pai - Vai, leva a tua mãe, precisa de descansar...
Vou tratar dela como se fosse minha filha

Pai - Perdoa, mas anota...
Já estou cansada de anotar... mas vou continuar...

Pai - (no meio das minhas palhaçadas e com um sorriso) Pareces-te com a gente da minha época
Também o sinto...

Pai - Pelos cabelos e sapatos tiro logo a fotografia de uma pessoa
Ainda bem que sou tua filha, assim o meu brilho ofusca o meu cabelo num reboliço e os sapatos sempre a descambar...

Pai - (em relação às mulheres super bonitas e vistosas) Existem as mulheres de uma vida e as mulheres para mostrar aos amigos
Uhm.... então não quero ser nem vistosa, nem bonita... Mas quero ser sempre o bonita que te enche os olhos, e que com os teus olhos a reluzir me façam sentir bonita.

Pai - Estás sempre a puxar a carroça. Quando é que arranjas alguém que puxe a carroça contigo?
uhhh... esta não sei responder... dependerá apenas de mim?

Pai - Não sei porquê, mas gosto desta miúda (em relação à Kylie Minogue numa entrevista em Portugal há já vários anos)
Eu também, mas nem tanto pela música dela, mas pela pequenina low profile, cheia de estilo e garra.

Pai - Já não posso ouvir essa rádio! Ainda bem que vai acabar...
Tivesse eu na altura te dado ouvidos...

Pai - Devias ir para as artes. (Anos mais tarde) Devias ter ido para as artes...
Será que ainda vou a tempo? É que até acho que levo jeito...

Pai - Está tudo tão diferente...
Pois está... Mas tens uma neta linda...

Pai - O pum é a alegria da família!
Com esta só me apetece rir... o mundo está a precisar de comer mais feijoada, precisa de uma grande e valente gargalhada...

sábado, 7 de junho de 2008

Acho que sim...


Esta noite, foi a primeira desde há quase um mês, que dormi como não dormia há já muito tempo. O que mudou? Não sei... Talvez a ideia do começo de uma semana de férias sem qualquer destino marcado, sem obrigações nem preocupações com ninguém, com o aviso em replay à navegação de "não me chateiem" e "deixem-me ir com a maré e fazer o que me apetece", seja a razão. Esta é a semana do "dêem-me espaço", mas também a semana do "estejam preparados para o que me apetecer", porque o meu estado de espírito tem estado mesmo assim, ora eufórica ora infeliz, ora nervosa ora serena, ora forte ora cheia de fraquezas.


Se me perguntam como estou, não há percentagens que o revelem, porque nem eu própria o sei. Entre o que estou e aquilo que quero estar vão milhões de luz de distância, e como eu não me reconheço em mim, ou se calhar conheço-me cada vez mais, essa questão torna-se numa busca incessante e impossível de responder. Quando tiver resposta, o tempo que passei a analisar o estado de espírito em mim, passa, e aquilo que poderia sentir antes da pergunta, muda quando analiso racionalmente como me sinto. O que senti há um segundo atrás é sempre diferente do que vou sentir e que agora sinto.


Estou bem? Há um bocado acho que sim.



quarta-feira, 4 de junho de 2008

Parabéns

Despi-me das preocupações que não me podiam afligir, não podiam... Programei mentalmente em plena comunhão, sentada com a cara escondida entre as mãos, as preocupações e desalentos, adiando-as para amanhã. Podem esperar. Têm de esperar. O cansaço que suporto em cima dos ombros vai-me permitir dormir sem pensar em mais nada.

Saí da igreja meio despida. Entrei no carro com menos roupa ainda. Cheguei a casa dos meus pais e despi-me por completo. Nenhuma roupa me protegia, nenhuma roupa poderia aconchegar-me tão bem como aquela que vestia. Nada. Eu apenas. E deixei-me levar. Era isto que pretendia... Conseguir de alguma forma me ausentar de tudo o que me fustiga.

Chegou o final do jantar. A mãe foi buscar o teu bolo de anos e a pequena lua disse que queria ir cantar-te os Parabéns ao céu. Cantámos uma vez, quase comecei a chorar, mas a pequena lua com os olhos mais do que nunca a brilhar, fez-me sorrir e festejar. De seguida, cantou sózinha, de uma forma tão doce, no meio de um silêncio de encantar. Não me senti nua, com frio, não pensei em preocupações nem desalentos, senti-me rendida, quente, cheia de amor e com o corpo a brilhar. Porque... o que quero fazer da minha vida, é uma homenagem a ti, à mãe, à minha filha, sempre, contínua.

Parabéns Papi

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Luto


Sempre odiei a expressão estar de luto, pela expressão em si e por todos os costumes que a rodeiam. Olhares soturnos, como se de noite escura sem fundo se tratasse. Cores escuras, o preto, que entristessem todos os olhares, já soturnos, e levam-nos a mergulhar num poço de tristeza sem fundo. Continuo a desprezar esses costumes, tentando fazer o contrário. Vesti branco, afasto-me de olhares tristes, sorrio e em passos novos afasto-me de um poço que ouvi alguém falar. Mas descobri que a palavra faz sentido, porque luto com o reconhecimento do que até hoje felizmente me era desconhecido, pelo menos com a intensidade com que sinto. Luto para preservar o sorriso, luto para me reconhecer no meio de algumas lágrimas, luto para me deixar levar em momentos, luto para nunca deixar de acreditar. Porque, afinal de contas, é apenas isso e o amor que me fazem caminhar.


Entretanto... os Jacarandás enchem a cidade de sorrisos, como não poderia deixar de ser. Foste tu, ou fui eu que em sonhos pintei a cidade assim, em homenagem a ti?