domingo, 16 de setembro de 2007

Prolongamento de ti

Adoro a paz que sinto, o não recriminar, o não julgar, apenas sorrir e olhar.
Gosto de falar, gosto de contar estórias e sobretudo relembrar.
A tua neta diz "Quando eu era pequinina eu comi muitas gelatinas" eu digo "Quando eu era pequenina brinquei muito e fui muito feliz. É por isso que hoje, um pouco mais crescidinha continuo a brincar". Falo, conto e relembro para nunca me esquecer do que é importante.
Continuo a errar todos os dias da minha vida. Continuo a tropeçar e a levantar. Não sei qual o meu objectivo principal, mas estou cá e deixo-me andar.
Sim...
Depois de muitas guerras interiores começo a acreditar que uma mão me assenta ao de leve no ombro e não me deixa nunca desistir. Uma mão que não me agride, não me obriga e não me recrimina. Uma mão que por vezes se torna em duas e depois em braços e me abriga nos momentos mais devastadores. Uma mão que me dá toques ao de leve no braço como se a dizer "tem calma". Uma mão que com dedos longos e elegantes me enxuga as malditas lágrimas que por vezes me deixam de rastos. Nunca me caiu uma lágrima de tristeza. Apenas de desespero, de incompreensão, de amor próprio ferido, de nervos e de felicidade. Não me posso queixar.
Acredito que algo me leva daqui para ali. Acredito que algo me protege. Acredito que alguém olha por mim.
E acredito em ti, aqui ou lá. Porque o teu lá estará sempre aqui, sempre que falar, contar e relembrar. Quando sorrir e sempre que para mim olhar.
Entretanto deixa-te ficar para te abraçar

Beijos Papi

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