sábado, 30 de dezembro de 2006

Évora

Évora tem qualquer coisa...
Qualquer coisa de velho
De antigo, fantasmas
De mistério...

Évora é fria
é quente
Évora é...

Calçada irregular
Ruas estreitas
Casas pequenas
Portas Lilliputianas

Casas antigas
Traça simples
Surpresas por dentro...

Arcos...
Tantos arcos
Cada parede um arco
Paredes espessas
com tantos segredos
por contar

Mistério...
História...
Enredos...

Dou por mim
A olhar para cada canto
Para cada varanda
Para cada janela
Para cada porta
Para cada parede
E vejo tanto...
E perco-me em deambulos
Vagueio...
Olho, vejo e penso
Sinto a terra
Sinto a gente
Sinto tanto...
E vagueio em pensamentos

Pic:
TiagoPalma

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

100

Escrevi mais sobre mim neste ano do que em toda a minha vida
E eis que, assim sem mais nem menos e ao fim de dois meses, chego a 100 escritos...
Desde há dois meses para cá que me acalmo e me encontro aqui.
Desde há dois meses para cá que vejo que estou rodeada de doces pirilampos...
Doces Pirilampos que sempre existiram, doces pirilampos que entretanto e felizmente apareceram na minha vida.

Obrigada Anjo azul por me mostrares que a janela só precisava de um empurrãozinho...
Obrigada Sentidor e CMS por me entusiasmarem na abertura deste blog...
Obrigada Ana, Azul, Bee, CdaPluma, CMS, Innocence, Maria, Marie e Psique pelas vossas visitas e sempre doces comentários. Fazem-me sorrir...
Obrigada a todos aqueles que aqui me visitam e que comigo sorriem.

Beijos

Lua

Chorar e Secar

Chorar...
Choro mais por nervos, por raiva, por medo, por não saber lidar com uma situação do que por tristeza...
São poucas as vezes que me correm lágrimas de tristeza... Na grande maioria das vezes fico seca e rígida nos olhos e choro por dentro.
E choro muito sim... por dentro e por fora... mas por dentro poucos notam.
Mas também de que interessa notarem? O conforto só conforta se vier daqueles que me ferem... E quando sou eu que me firo? Se choro, como é que me conforto?
Ou deixo-me chorar até que sece...
Ou lembro-me das coisas que mais prezo...

Amor Calor Abraço Beijo Filha Sorriso Anjo Pais Lua Olhar Doce Picante Azul Silêncio Música Amigo Sol Amarelo Mãos Sentir Vermelho Lume Palavras Ouvir Saltar Sonhar Cantar Dormir Acordar Ler Aprender Dançar Café Paixão Gelado Estrelas Nadar Mar Parar Andar Areia Chuva Ar Céu Tecto Castanhas Chocolate Puro Branco Criança Esconder Brincar Aninhar Festas Rir Montanhas Verde Papoilas Chá Morango Antigo Lembranças Escrever Carinho Aconchego Pirilampos Mimo Macio Baunilha Fofo Nuvens Voar Fada Memórias Surpresa Encontros Alegria Balançar Dar Procurar Caminhos Castelo Princesa Brilho Estar Saber Conhecer Crescer Luz Janela Almofada Porta Terra Cheiro Companhia Neve Lareira Cobertor Cor Velas Levantar Absorver Saúde Felicidade Ser Acreditar Viver...

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Gentleman

Ainda há pouco, estava eu ao telefone com a minha amiguinha de toda uma vida e dei por mim a pensar no que mudou... Podem-lhe chamar futilidades eu chamo pura e simplesmente miminhos... Falo do cavalheirismo, não de regras de etiqueta, mas apenas e só de cavalheirismo e simpatia... Nos dias que correm ganho o dia se uma empregada de uma loja é simpática, se me cruzo com alguém e esse alguém sorri apenas e só porque lhe apeteceu..., se alguém se levanta para cumprimentar... Coisas pequenas, eu sei... mas são delicadezas, miminhos que aos poucos e poucos vão dando mais cor ao dia. Se me surpreendem estas atitudes, mais me surpreende o cavalheirismo... Coisas pequenas também... mas que aquecem... que fazem ver que ainda há pessoas que sabem gerar sorrisos... Aguardar à porta do carro, abrir a porta do carro, chegar a um restaurante e ajudar a tirar o casaco e a sentar, sentar depois, abrir uma qualquer porta e dar passagem, dar sempre passagem excepto a subir escadas, ser delicado nas atitudes, acompanhar a casa e esperar que a porta da casa se feche e só depois ir embora. Tudo isto sem ser forçado, sem existir por parecer “bem”, apenas e só por delicadeza, por fazer parte de quem o faz... são miminhos, são delicadezas... As feministas podem até dizer “abrir a porta!!! Até parece que não sou capaz!”. Não tem qualquer coisa a ver com capacidades, são apenas atenções, cuidados, delicadezas e miminhos... Ai! E como eu gosto de ser mimada...

Para o maior cavalheiro que conheço...
Desculpa...
Para o maior homem Gentil que conheço, que diz tristemente que as pessoas já não têm tempo para essas coisas, digo... afinal de contas ainda me parece que existem “Gentlemen” neste mundo... Mas tu... tu continuas a ser o maior de todos eles.

Um beijo do tamanho da Lua, meu Pai

Pic:
myndbyndr

Meiguice

Princesa linda de sorriso radioso
Fazes-me sorrir com tanto que dás
Prometo não me esquecer
do que aconteceu ainda há atrás

Pediste-me um abraço e abracei-te...
Que abraço tão quentinho!
Fingi dormir e depois acordei
Sorriste para mim...
Dobraste o braço e disseste
“Deitáqui mãe...”
E deitei...
Encostei a cabeça no teu braço...
e disseste “Dórmi mãe...”
Deste-me um beijinho na cabeça
e com a outra mão uma festinha...
Abri os olhos...
Sorri para ti...
Dei-te um beijo no meio de um abraço
e ao ouvido sussurrei-te...
“És tão meiguinha meu amor...”

Dorme com os anjos minha lua pequenina


Pic: Trenchmaker

Vícios

Sou de vícios...
De muitos vícios...
Vicio-me com novidades...
e agarro-me a elas com afinco
Vicio-me em pessoas...
e apaixono-me diariamente
Vicio-me com palavras...
e repito-as a toda a hora

Sou de vícios
De vários vícios...
Todos eles diferentes
Diferentes no tipo e no tempo

Sou de vícios
De vários vícios...
Os que tenho agora
Nunca os tive anteriormente...

Sou de vícios
De muitos vícios...
Até nos meus momentos...
Quando preciso de estar só
Quando preciso de me encontrar
Até nisso tenho vícios...

Tive alturas em que
ficava horas a olhar para o mar
Tive alturas em que
passava horas a ouvir música
Tive alturas em que
ficava horas num café a escrever
Tive alturas em que
pura e simplesmente não pensava

E agora o meu vício é aqui...
Vamos lá ver
quanto tempo dura
este entusiasmo...

Pouco sorriste hoje...

Minha lua pequenina...
Estás triste?
Pouco sorriste hoje...
Fiz de tudo para te ver sorrir...
E pouco sorriste hoje...

Cada sorriso luminoso que te arranquei
Encheu-me o coração de sorrisos...
Mas hoje foram tão poucos os sorrisos...
O que foi que te aconteceu?

Estou tão habituada aos teus sorrisos
À tua felicidade transbordante e radiosa
Que quando não te vejo sorrir
Sofro por dentro e por fora...

Sei que também tens os teus dias...

Sei quando choras por birra
Sei quando choras porque dói
Sei quando choras por tristeza
E quando choras por tristeza
Eu choro também...
Fico triste também...

Tu és tu...
Eu sou eu...
Eu sei...
Mas eu sem ti...
Não sou ninguém...

Sorri meu amor...
És tão importante para tantos...
És o tesouro de tantos...
És linda...
És AMOR e isso é o mais importante.
Amo-te muito minha lua pequenina

Skywalker 26/12/2006


Pic: trenchmaker

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

De mim para ti...

O meu amor para ti...
para ti...
para ti...
(...)
e para ti...

Os meus sonhos para ti...
para ti...
para ti...
(...)
e para ti...


O meu sorriso para ti...
para ti...

para ti...
(...)
e para ti...

Para mim?
Os sorrisos
de ti...
de ti...
(...)
e de ti...


Pic: ploop26

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

E demorou dois dias...

Escrevi tanto nestes dias que nem sei
Escrevi e não publiquei...
E por isso, talvez por isso..
Fiquei com a neura...

Natal triste...
Triste por não ir para a terrinha
Triste por preferir abraços a presentes
Triste por querer dizer amo-te e não dizer
Triste por querer ouvir amo-te e não ouvir
Natal triste este...
Até o frio não soube bem...
Não estava apenas fria na cara...
Estava fria no corpo e na alma...
Uma solidão cheia de gente...
Os olhos tristes e sós do meu pai
Os olhos ensonados e tristes de uma princesa
Lisboa abandonada sem gente...
Foi assim que me senti na consoada...
Triste...
E por isso não quis escrever
apenas para não dizer barbaridades
Sabia que dois dias depois
As barbaridades seriam relevadas

E agora passados dois dias...
Sim... aconteceram coisas boas...
E é só elas que vejo
E é só delas que me recordo...

Na noite de consoada?
O amor incondicional dos meus pais...
O abraço quente e confortante da minha tia...
A árvore de Natal gigante...

No dia de Natal?
O sorriso iluminado de uma princesa...
Vês como o Pai Natal gosta de ti?
Que casa bonita que ele te deu, meu amor...
O almoço em casa dos meus pais...
A família toda reunida...
“Entrevi-te” no Crazy Moon...
Palavras lindas...
O final da noite de Natal?

Para terminar em beleza
e conforme manda a tradição...
num bar com amigas

Na madrugada de 26?
A lua estava como a minha...
38%... é um sinal...
O Pai Natal chegou atrasado...
demorou dois dias a chegar ao meu coração...
E assim que o deixei entrar... Entrou...

E desde então sorrio...

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Pós Natal

Agora não quero escrever...
Ainda falta uma hora para acabar o dia...
A dor de cabeça já começa a dissipar...
E ainda vou sair...

E amanhã vamos ver...
Vamos ver se vou escrever...
ainda me falta comer quatro caixas de chocolates...
e comprar um exaustor...

quero mais um aquecedor!

as rabanadas bêbadas ainda estão a fazer efeito...

domingo, 24 de dezembro de 2006

Feliz Natal

Digam que amam a quem amam
Deixem o orgulho de lado
Dêem carinho sempre que puderem
Não joguem, nunca joguem...
Baixem as muralhas
Sejam puros de coração
Digam que amam e sejam felizes
Não só hoje, mas todos os dias do ano

Feliz Natal

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Fazedor de sonhos


Tudo o que é perfeito está lá em cima...
É verdade...
Lua, Sol, estrelas, astros...
Tudo o que é perfeito é inatingível...
Vamos tendo pedaços...
Vamos vivendo metades...
E vamos acreditando e esperando
Que o perfeito é possível...

É por isso que sonho...
Porque nos sonhos passeio lá em cima...
Porque aí tenho o que não tenho durante o dia

Fazedor de sonhos...
Tu que os fazes tão à minha medida
Tu que fazes com que deseje pela almofada todo o dia
Tu que me aconchegas com doces momentos
Tu que me adocicas e me fazes amar a vida...
Desculpa-me se abuso de ti...
Tu mereces o melhor presente...
Hoje dou-te descanso...
Hoje adormece comigo...
Hoje abraço-te e aconchego-te...
Hoje sonho por ti e para ti


Pic:
Nenja-Black

"Livra-te"

E chegaram as férias! Ufa! Até dia dois de Janeiro ninguém do escritório vai saber de mim... (excepto aqueles que me visitarem aqui ou aqueles que por acaso me apanharem no msn). Juro que me desligo. O interruptor já está virado para o off, com fita-cola por cima e com um “post it” a dizer “Livra-te!”. É a minha decisão de final do ano a cumprir até dois de Janeiro.

Mas para aqueles que acidentalmente me visitarem aqui, queria dizer-vos que desligo não por estar farta de vocês, mas apenas porque preciso de mim. Vivo tão intensamente a vida da empresa, vivo tanto com vocês, que me vou esquecendo do meu espaço. Sim, sou dependente da sala tropical e de todo o ambiente que a rodeia. É a minha terceira casa, muito embora passe muito mais tempo aí do que na minha ou na casa dos meus pais. Sou dependente do ambiente alegre, amigo, stressante e por raras vezes calmo. Até parecemos uma família... Aturamos-nos quase todos há seis anos, temos esporadicamente taquicardias uns com os outros, mas logo a seguir ri-mo-nos e abraçamos-nos. Partilhamos momentos, desabafamos... sabemos quase todos da vida uns dos outros.

Gosto de aí entrar todos os dias. Abrir a porta com um sorriso e dizer “Bom dia alegria!”, mesmo que a disposição matinal não seja das melhores.

Mas hoje sinto que preciso de encontrar o meu espaço.
Estou feliz por roubar estes dias para mim, mas um bocadinho triste por uma parte de mim ficar aí.
Beijinhos enormes e abraços apertados, muito apertados!!

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Ela não sabia o que era o Natal...

Ela não sabia o que era o Natal...
Ouvia a avó a falar-lhe do nascimento de Jesus e gostava de ouvir por ser a história de um bébé. Mais um bébé como os dela. Mas aquele bébé era especial, cheio de magia... todos falavam dele... e ela gostava.
Ouvia falar de um tal de Pai Natal, aquele senhor barbudo que, diziam os adultos, se ela se portasse bem, lhe dáva presentes. Nem sequer se lembrava da primeira vez em que o viu... trepou pelo colo da mãe e começou a chorar... Seria das barbas? Do fato vermelho? Ou por ser grande e fazer um gigantesco “Oh oh oh”?
Gostava de brincar com os bonecos do presépio, como se fosse uma aldeia imaginária... Passava com a mão sobre o musgo fresquinho e imaginava a relva. Punha os patos em cima do espelho e imagináva-os a nadar num lago fresquinho. Mudava todas as figuras de posição... O padeiro a subir a ladeira a caminho do moinho, o pastor a passear com todas as ovelhas atrás... e o mémé pequenino... o que ela gostava do mémé pequenino. As figuras centrais do presépio? Intocáveis! Excepto o menino, o qual com carinho brincava. Era sempre uma euforia a criação daquele presépio gigante. E o pai fazia-o tão bem...
Gostava de passear pelas ruas de mão dada com a mãe. Com um casaco bem quentinho, a sentir o frio a bater-lhe na cara... As ruas todas iluminadas, o cheiro quente e aconchegante das castanhas a assar em plena rua. As ruas estavam cheias de gente, mas só se viam sorrisos... e ela quando chegava àquela montra de brinquedos parava e sorria... Não porque queria o que estava na montra, nem sequer pedia... Apenas e só porque gostava de ver aquela pequena aldeia de bonecos todos eles coloridos a dançar e a cantar...
Gostava dos preparativos para a festa de Natal da escola. Tímida queria sempre o papel com menor destaque... Preferia fazer de burro a Maria... Tudo para não ter que falar... Mas gostava dos preparativos... E no final da peça de teatro acabava triste por não ter querido um papel mais importante...
Gostava da noite de consoada porque sabia que ía estar com os primos. Sabia que ía brincar com eles! Andar às cavalitas do primo mais velho - Que alto que ele era! -, sentar-se no mapple com mais três ou quatros primos, numa salganhada tremenda!
Correr pela casa toda e decerto ganhar mais umas quantas nódoas negras, tudo pela diversão...
E por fim os presentes! O tal Pai Natal que chegara e enchera a lareira com presentes para toda a família. Sentia bichos carpinteiros e não conseguia estar sentada, sempre à espera que um dos embrulhos dissesse o seu nome... Quando esse momento chegava tudo à volta dela parava... nada mexia, ela nada via, nada ouvia... apenas o barulho do embrulho a rasgar... e depois sorria... era aquilo mesmo, como é que sabiam? Nunca escrevera uma carta ao Pai Natal – Quem é esse senhor? – perguntava, nem sequer tinha pedido ao menino... e eis que acertava!
Ela não sabia o que era o Natal, mas gostava de sentir a sua Magia... Porque tudo em duas semanas se transformava... O frio tornava-se quente, brincava com uma pequena aldeia durante dias, as ruas ficavam de repente iluminadas e brilhantes, o cheiro das coisas ficava aconchegante e doce, a má-disposição das gentes virava sorriso, a escola ficava em festa, brincava com os primos e por fim ainda recebia pelo menos um presente!

Pic:
tanny-b

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

E como de um momento para o outro tudo muda...


E como de um momento para o outro tudo se volta a iluminar.

Ontem, quem me viu, viu como estava. A palavra certa? Triste... Estava triste, muito triste e mais triste estava por não conseguir perceber porque é que estava triste. O dia foi igual ao anterior, nada havia mudado e enquanto no dia anterior sorria, ontem estava triste. O dia foi passando e gradualmente fui animando... pouco mas o suficiente para sorrir no jantar de natal da empresa. Estranho... logo eu que adoro festas, estava com muito pouca vontade de ir. Enfim (sim... “enfim” é o meu novo tique linguístico... o “caramba” já pouco vai aparecendo), como se costuma dizer, quando se espera pouco de algo ou de alguém, somos quase sempre agradavelmente surpreendidos. O jantar de Natal lá decorreu, uma caipiroska à mistura e o calor dos colegas e amigos (ou será o contrário? Os amigos que são colegas?), fez com que o espaço ficasse quente e que a noite fosse especial, ou não fosse o jantar de Natal.

Hoje de manhã? Ai que difícil... sair debaixo do edredon já é normalmente um desespero, mas hoje... com o frio... com o cansaço... foi um sacrifício! Ainda bem que saí... hoje podem-me chatear, podem-me irritar que eu não me importo. Hoje sorrio... Foram tantas as coisas boas que me aconteceram...

Tenho uma estreita e intensa relação com o telefone portátil lá da empresa. É o meu apêncice... Se não o tenho comigo sinto que me falta algo. Mas só consigo ter essa relação intensa naquele espaço... se fora da hora de trabalho e em qualquer outro sítio oiço aquele toque, estremeço. Enfim, conheço os muitos clientes por voz e raros são os que conheço pessoalmente. Mas hoje tive uma das maiores surpresas de sempre... Uma cliente, com quem tive logo de inicio muita empatia telefónica, foi especialmente lá à empresa para me conhecer. Deu-me um abraço, sorriu para mim sempre enquanto falou, disse-me palavras que nunca na vida irei esquecer e ainda me trouxe um doce e angelical presente. Confesso que adorei o presente, mas tudo o resto foi tão mais importante. Que bom existirem pessoas bonitas. Que bom que é encontrá-las. Que sorte que eu tenho de conhecer pessoas bonitas, estar rodeada delas... É tão bom...

E é impressionande como tudo, de um momento para o outro mudou...
As preocupações que tinha – “Vem aí chumbo!” – disse o “chefe”, ficaram de repente tão mais pequenas...

E assim o dia correu, suavemente... mesmo com a azáfama na compra de presentes de Natal na curta hora de almoço... O final do dia? Doce muito doce... cheio de sorrisos (até engoli uma pastilha...)... cheguei a casa, bati à porta (preguiça de procurar as chaves de casa no meio da bagunça da minha mala) e ouvi “É a mãe! É a mãe!”. Ao fundo, na cozinha uma vozinha a dizer “Mãe dá um beijiiiinho...”. Oh! E tantos beijinhos que eu dei...

Mas não ficou por aqui... O correio! Um envelope almofadado para mim? Vindo do Porto? Da linda Magui? Que será? Um postal de Natal em CD cheio de momentos Kodak! Eu é que te digo “Obrigada por seres como és... Linda!”.

Para terminar em beleza? Um salto ao crazy moon e ler um post especial... estou feliz a dobrar.

E assim, hoje dia 20 (Pulguinha! Parabéns por ontem!!!) vou-me deitar, exausta é certo, mas com um sorriso enorme, do tamanho do mundo.

Boa noite a todos os angelicais pirilampos palhaços que existem na minha vida.
Durmam bem.


Pic: Gotadime

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

"Vou para a terrinha..."

Snif...
Queria nesta altura do ano, não ser original. Queria ser igual a tanta gente... Viver a asáfama de uma viagem e dizer “pois, não vou cá estar... vou para a terrinha”. Seja a terrinha, uma simples terrinha, ou uma cidade fora deste espaço. Sim, adoro Lisboa e tudo o que ela simboliza... Mas ir para a terrinha? Faz-me tanta falta... E faz-me falta porque em tempos fui para a terrinha... E para lá fui até aos meus onze anos... E faz-me mais falta hoje do que há uns anos atrás porque as memórias são cada vez mais distantes...
Muito embora a família da minha mãe seja muito unida, nesta altura do ano fazem-me falta os meus avós. São eles as personagens principais dos natais da minha infância. Recordo-me de todos os rostos dos presentes nas ceias de Natal porque sei que era tradição lá estarem, mas dos rostos dos meus avós? Lembro-me tão bem... tenho a imagem do meu avô de roupão castanho sentado, já muito velhinho, ao centro da mesa, que não era costume, já que ele se sentava sempre à cabeceira. Da minha avó? O sorriso... de lábios finos, boca rasgada... a ver a alegria dos netos...
Que Saudades...
Será que vocês me lêem na blogosfera?
Claro que não, que palermice...
mas sei que me vêem...
no início do ano quando vos visitei falei interiormente com vocês...
hoje falo outra vez...
Desculpem-me se vos desiludo todos os dias, se não sou aquele ideal de neta que vocês desejavam... somos muitos netos, eu sei... mas sinto que vos falho todos os dias... Ai! Se vocês estivessem cá... Se vocês me lessem... não, não só o que escrevo, mas tudo o que digo e sinto, o que não digo e não faço, decerto ficariam desiludidos...
Quero apenas dizer-vos que conseguiram passar-me o que para mim é mais importante que tudo.
Vocês e os meus pais deram-me o melhor presente do mundo.
Entendo o amor, sinto, amo e vivo para amar e sentir.

Tantas chaves... tantas portas...

Uhm... esta é a chave da razão...
É pequena, prateada e brilhante...
Já a usei tantas vezes...
Decerto teria sido melhor
Não a usar tão frequentemente...

Esta é a chave dos pensamentos...
Ai! Gasta de tanto usar...
Utilizo-a para a abrir...
Mas dou por mim rapidamente
A usá-la para fechar...

Hi! Hi! A chave amarela!
Não é sequer dentada...
Existe por existir...
Para os risos e sorrisos
a porta nunca está fechada...

Esta chave pequena e velha...
gasta de tanto uso...
É a dos sonhos...
Uso-a sozinha...
Uso-a acompanhada...
Sonho sozinha acompanhada
Sonho acompanhada sozinha...
Uso e abuso tanto dela...

A chave azul...
A chave azul só roda
se todas as outras chaves
tiverem aberto as suas fechaduras...
A chave azul...
Poucas vezes dá a volta...
A chave azul?
Não é mestra...
É chave da última porta
para a essência do meu EU.

Não quero mais chaves...
O chaveiro já é pesado...
Não quero mais portas...
Quero apenas abri-las todas...
Quero abri-las de quando em vez...


Pic:
nobodysghost

domingo, 17 de dezembro de 2006

Música no Coração

E está a chegar mais um Natal...
E com ele o filme mais visto de sempre na televisão portuguesa...
Porque raio me lembrei do filme?
Estava a escrever a um amigo, a dizer-lhe para pensar nas coisas boas da vida e só me vinha à cabeça:

Raindrops on roses and whiskers on kittens
Bright copper kettles and warm woolen mittens
Brown paper packages tied up with strings
These are a few of my favorite things

Cream colored ponies and crisp apple streudels
Doorbells and sleigh bells and schnitzel with noodles
Wild geese that fly with the moon on their wings
These are a few of my favorite things

Girls in white dresses with blue satin sashes
Snowflakes that stay on my nose and eyelashes
Silver white winters that melt into springs
These are a few of my favorite things

When the dog bites
When the bee stings
When I'm feeling sad
I simply remember my favorite things
And then I don't feel so bad


E depois cheguei a uma brilhante conclusão...
Tudo é doce neste filme...
Todas as músicas têm uma mensagem especial...
Até a maldade é encenada levemente...
Será por isso que o passam apenas no Natal?

Pic:
number1mom

Lápis azul


Não perco as palavras...
Guardo-as...
Guardo todas as palavras doces
todas as palavras felizes
todas as palavras de alento
todas as palavras de sonho
todas as palavras de esperança

Guardo com todas as forças
todas as palavras que me sorriem
todas as palavras que me fazem sorrir

Não, nunca apago o que escrevo...
Não, nunca apago o que escrevi...
Não, nunca apago o que li...
Sim, está tudo Aqui!

Não apago nada
Nunco apago nada...
Não são só as palavras...
Não apago sorrisos
Não apago olhares
Nunca apago nada
Faz tudo parte de mim...

E é por nada apagar
Que a minha cabeça é tão embrulhada...

Já pedi ao senhorzinho anotador
para relevar as coisas tristes
para valorizar as coisas boas
Mas por vezes parece que se esquece...

Então senhorzinho anotador?
Pega no lápis azul e escreve...


Pic:
LillemorGull

sábado, 16 de dezembro de 2006

Abracem-se!

Ainda há pouco um amigo mandou-me um abraço...
Com esse abraço sorrio...
Custa tão pouco, não é?
Sorrir...
Com um sorriso, sorrimos...
Com um beijo, sorrimos...
Com palavras sorrimos...
Com músicas sorrimos...
Com cheiros sorrimos...

E com abraços?
Sejam eles eufóricos ou carinhosos
Aconchegantes e ternos
Entusiastas ou eléctricos...
Todos eles nos dão sorrisos...

Free hugs

Vamos sorrir?
Vamos todos para a rua?
Vamos tornar o abraço em sorrisos?
Vamos ser o milhão?

Para ti, Sentidor (sem R), um abraço aconchegante...
e aquele sorriso!

Cobrador de sorrisos

Para onde quer que se olhe, lá está ele...
Aquele senhor carrancudo de fato cinzento,
cabelo grisalho todo penteado...
olhar frio e seco
alto e emproado...

Ao aproximar-se de alguém
Torna esse alguém cinzento e triste...
Se esse alguém está perto de outro alguém
Esse outro alguém fica carrancudo e triste...
E assim o senhor carrancudo de fato cinzento
de cabelo grisalho todo penteado
Ganha o dia...

As pessoas de mais idade
As pessoas mais vividas
Chamam-lhe o cobrador de sorrisos...

Diz a senhora Amélia,
senhora de idade avançada...
“Sempre que algum sorriso dava
lá aparecia o sujeito
carrancudo e todo emproado
a cobrar-me esse sorriso...”

“Falso moralista e egoísta...”
comenta ela com o senhor João...
“Sempre que nos vê felizes
parece que vem a correr
e tudo faz para ficarmos tristes”

“Fala-nos do diz que disse
Enche-nos os ouvidos de ruído
E se por acaso sorrimos...
cobra-nos esse sorriso...”

Diz ele “Como podes sorrir?
Não tens esse direito!”
“Por cada sorriso que deres,
cobrar-te-ei o que de direito!”

“Não temos esse direito!”
espingarda o senhor João...
“Só porque ele não é feliz
acha que ninguém deve sorrir!”

“Ah... mas ele não cobra todos...”
responde a senhora Amélia...
“Os sorrisos falsos, os sorrisos cínicos,
esses... sabes bem que ele não cobra...
e é bem capaz de dar um sorriso trocista”

Enquanto a senhora Amélia
conversava com o senhor João
o cobrador de sorrisos passou...
Como eles não sorriam
passou por eles e não parou...
Ali não era necessário cobrar sorrisos...
Ali o seu trabalho já estava feito...

Pic:
Juhani

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Contos e estorietas

Começa aqui uma nova secção... contos, anedotas e lengalengas contadas pelos meus avós:

Uma velhinha entra no seu prédio... atrapalhada... solta um gás e diz "Ora bolotas!"...
Começa a subir os degraus da escada que leva ao patamar e, mais uma vez, solta um gás e diz "Ora castanhas!"...
Continua a subir as escadas e já muito incomodada, volta a soltar outro "Ora Noz!"...
Aliviada chega ao patamar e sente um vulto atrás de si...
Ai! Um jovem estudante de batina...
"Diga-me meu jovem, há muito tempo que me acompanha?"
"Oh... Desde a bolota à castanha e da castanha à noz que venho acompanhando vós..."

Sensações incontroláveis

Sensações incontroláveis
Sonho com elas
Desejo-as
mas quando as tenho?
afasto-as

Sensações incontroláveis
como fujo delas...
apenas por não saber
ou por não conseguir
lidar com elas

Sensações incontroláveis
de choro ou risos
lágrimas ou sorrisos...
de coração palpitante
cabeça latejante
faces coradas
lábios fechados

Sensações incontroláveis
em todos os minutos
que desejo e fujo
que tenho e ofusco
Sensações incontroláveis

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Telefonemas adiados...

Falho muitas vezes naquilo que muitos acham ser importante... não faço de propósito mas falho e por falhar fico marcada... Falho principalmente em aniversários, não por não me lembrar, mas por adiar um telefonema mais uns minutinhos. Os minutos tornam-se horas, volto a lembrar-me e adio e quando dou por mim já se passaram dias. Ups! Agora já não faz sentido...
A minha mãe é uma autêntica secretária particular e se lhe juntar a preciosa ajuda do outlook, não tenho mesmo motivos para falhar. Mas falho... principalmente ao fim-de-semana quando o outlook tira férias de mim.
Falho por adiar e por repudiar o telefone fora das horas de trabalho... Diz a minha mãe “Ainda não ligaste?”, respondo-lhe que não porque me esqueci ou porque não tive tempo e do outro lado apenas oiço o silêncio... seguido de um “não te esqueças filha...”.
Falho nos telefonemas, eu sei, mas não falho em pensamento... e demonstro o meu carinho em tantas outras situações... É como dar um presente ou fazer uma surpresa em qualquer outra altura do ano... dar porque apetece, porque é aquele o momento... é como dizer que se gosta sempre que se sente... e eu faço-o tanto... e não é tão mais importante? Dizer porque se sente?
Assim e já que estamos a caminhar para o final de mais um ano, queria dar os parabéns a todos os familiares e amigos a quem não telefonei (João-11 e Baiba-12, vocês foram as últimas vitimas dos meus adiamentos...) e dizer-vos que me lembro de vocês quase todos os dias e não apenas num único dia do ano.


Pic: Cake For Cake por
DirtyKid

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

A lua...

Entra sorrateiramente pela noite...
Banhando-nos com a sua luz...
Ninguém dá por ela...
Até ao momento em que nos seduz...

Pisca-nos o olho e diz...
- Olá... eu sou a Lua...
Já viste tão bonita que estou hoje?
Passei o dia a namorar-te
A aguardar o teu olhar...
Não me viste enquanto houve luz...
Agora que te ilumino
Podes-me admirar...

Sou uma lua vaidosa, eu sei...
Mas tenho razões para o ser...

Inspiro poetas e escritores...
Sou os olhos de quem por ti suspira
Sou testemunha silenciosa de amores...
Sou o simbolo da tua magia

Ajudo nas colheitas, ilumino pescadores
Sou simbolo de paz, de amor e alegria...
Sou pano de fundo de loucos amores
Sou a tua companheira até nascer o dia...

Agora que te chamei à atenção
Chega-te mais perto e deixa-te aconchegar...
Envolve-te na minha luz e esquece tudo o resto...
Quero contar-te um segredo de pasmar...

Gosto quando te deitas e deixas a janela aberta...
Gosto de te ver a dormitar...
De olhos fechados a esboçar um sorriso...
Penso... Em que estarás tu a sonhar?

Fico de vigilia, a ver-te dormir
Sempre a sorrir e a aguardar o teu olhar...
Até que abres os olhos e a sorrir...
Pensas para ti... Estarei eu a sonhar?

Voltas a adormecer com um sorriso maior
Como se o meu sorriso fosse apenas um sonho....
Mas sabes? Não é...
Eu sou real e existo
E todos os dias velo por ti
Equilibro a tua força
Ilumino o teu caminho
Sorrio para ver-te sorrir
E todos os dias te sussurro “Ei! Sou igual a ti”



Skywalker (4 de Novembro de 2006 em CML)

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Caminhar...

Hoje ao final da tarde
- já noite - diz o céu
percorria a marginal
com as ideias a mil
- Tenho tanto que fazer! -
pensei eu...
Depois da curva do mónaco
a conduzir e a subir
rumo ao alto da boa viagem
fixei um pensamento...
Ao olhar para a curva
pensei em tudo o que escrevo
e reparei que todos os dias
me mentalizo em ser feliz
Nem sei o que senti...
mas foi isso que pensei...
Poderia estar agora, aqui
a refutar todos os meus pensamentos...
a pensar na minha demanda
por mais um bocadinho de felicidade...
Não posso pedir mais
Não posso, nem quero mexer...
Só queria deixar-me andar...
e tudo ver, ouvir, cheirar, saborear, sentir
e caminhar...

domingo, 10 de dezembro de 2006

Senhorzinho anotador

Quero pedir-te uma coisa...
Sim, a ti... senhorzinho anotador
Sei que anotas todos os meus passos
Anotas todas as frases que oiço
Tudo aquilo que sinto
Tudo aquilo que me rodeia e não quero
Tudo aquilo que deveria ficar esquecido

Imagino-te pequenino...
Escondido no meu ouvido...
Com um chapéu verde de pano velho
Com umas botas verdes de bobo
Com um lápiz enfiado junto à orelha
E com um grande rolo de papel caído

Queria pedir-te uma coisa...
Não, não é para deixares de anotar...
É só para mudares a forma de escrever...
Anotas os meus desgostos a preto e com letra pequenina
E todas as minhas alegrias a azul com letra bem grandinha...

Onde vais buscar o azul?
Ao céu, ao mar, aos olhos do meu pai...
Estes azuís são puros e inesqueciveis...

Se o papel não chegar?
Que bom!
É porque o teu rolo está cheio de gordas letras azuis...
É porque está cheio de alegrias!

Lembrar daqui a uns tempos...

Consigo andar para trás no tempo e relembrar ao pormenor momentos e situações que vivi desde os meus dois anos...
Consigo descrever divisões, espaços, emoções e pessoas...
Consigo lembrar-me de coisas tão estapafúrdias...
Consigo lembrar-me de coisas que mais ninguém se lembra...
Um som, um cheiro, uma expressão fazem-me viajar para trás...
e em todas essas viagens sorrio, até mesmo das coisas más,
que naquela altura me pareceram tão terríveis...

E agora penso...
Será que daqui a uns tempos vou estar a sorrir ao lembrar-me destes meus momentos?
Será que me vou lembrar do cheiro a incenso de baunilha que agora tresanda nesta sala?
Será que me vou lembrar do frio que sinto?
Será que me vou lembrar do que trago vestido?
Será que me vou lembrar da disposição exacta dos móveis desta sala?
Será que me vou lembrar do que sinto?

Sei que sim... e espero sorrir


Pic: remembering -
Yiuokami

sábado, 9 de dezembro de 2006

Princesa VI

E o Natal chegou...
Tudo o que a pequena princesa veja, sejam bolas de vidro, luzinhas, Pais natais, árvores enfeitadas, presépios, montras de lojas escritas com palavras natalícias, tem direito a um "FEUIZ NATAU!" eufórico!

As coisas boas da vida...

Confesso não ter muita paciência para ler e ver a brutalidade de emails sentimentalistas e de brincadeira que recebo... Muitas vezes chego a apagá-los antes de abrir... Mas a grande maioria das vezes guardo-os para ver mais tarde, quando tiver mais tempo e disposição.
Há pouco tempo recebi um da minha tia e madrinha, que me fez sorrir...
Por isso aqui fica, com os meus comentários em parênteses:

AS COISAS BOAS DA VIDA :
1. Apaixonar-se (é sempre bom...);
2. Rir tanto até que as faces doam (e chorar de tanto rir...);
3. Um chuveiro quente (uhm... e longo... com a água quentinha a bater nas costas...);
4. Um supermercado sem filas (o sonho irrealizável de qualquer um...);
5. Um olhar especial (todos os dias e a todas as horas...);
6. Receber correio (de alguém especial, e melhor ainda se não estivermos à espera);
7. Conduzir numa estrada linda (que sorte que tenho eu todos os dias...);
8. Ouvir a nossa música preferida no rádio (e são tantas...);
9. Ficar na cama a ouvir a chuva cair lá fora (debaixo do edredon bem quentinhos);
10. Toalhas quentes acabadas de serem brunhidas (...Uhm... raro... raríssimo...);
11. Encontrar a camisola que se quer em saldo a metade do preço (... e ter dinheiro para a comprar...);
12. Batido de chocolate, baunilha ou morango (e bem espesso e docinho...);
13. Uma chamada de longa distância (graças a Deus estão todos perto);
14. Um banho de espuma (anual ou bianual... é sempre bom...);
15. Rir baixinho (naquelas alturas em que o riso é proíbido... demais!);
16. Uma boa conversa (sabe sempre bem... ouvir e ser ouvido...);
17. A praia (no Verão, no Inverno... é sempre linda...);
18. Encontrar uma nota de 20 euros no casaco pendurado desde o último Inverno (é bom... mas e quando encontramos uma de cinco contos? Vamos trocar ao banco?)
19. Rir-se de si mesmo (uma constante);
20. Chamadas à meia-noite que duram horas (pois é... não tenho paciência...);
21. Correr entre os jactos de água de um aspersor (Oh!!! E ficar com a roupa toda colada em pleno verão... tão bom...);
22. Rir por nenhuma razão especial (uma constante...);
23. Alguem que te diz que és o máximo (com esta... sorrio...);
24. Rir de uma anedota que vem à memória (e não poder contá-la... hi hi hi);
25. Amigos (de sempre, amigos presentes mesmo quando não estão... sim... do mais importante...);
26. Ouvir acidentalmente alguem dizer bem de nós (é bom... mas o inverso é bem pior... argh!);
27. Acordar e verificar que ainda há algumas horas para continuar a dormir (comigo não resulta... preciso sempre de mais cinco minutinhos...);
28. O primeiro beijo ou mesmo o primeiro com novo parceiro (uhm...);
29. Fazer novos amigos ou passar o tempo com os velhos (a surpresa de encontrar gente que tudo nos diz...)
30. Brincar com um cachorrinho (e aninhá-lo ao colo...);
31. Alguém mexer-te no cabelo (ai! Das melhores coisas que me podem fazer... para além de cócegas de aranha nas costas...);
32. Belos sonhos (uma constante... a dormir e acordada...);
33. Chocolate quente (espesso e bebido numa esplanada em pleno inverno, bem agasalhadinha...);
34. Fazer-se à estrada com os amigos (Oh tempo... volta para trás!);
35. Balancear-se num balancé (uma constante...);
36. Embrulhar presentes sob a árvore de natal comendo chocolates e bebendo a bebida favorita (nunca experimentei... a asáfama de embrulhar presentes dá cabo da minha cabeça!)
37. Letra de canções na capa do CD para podermos cantá-las sem nos sentirmos estúpidos (que sorte... nunca as leio, decoro-as à segunda vez que as oiço);
38. Ir a um bom concerto (sim... quando vou falo dele durante dias...);
39. Trocar um olhar com um belo/a desconhecido/a (é sempre bom quando nos sentimos notados... e o inverso também, às vezes é preciso...);
40. Ganhar um jogo renhido (pois... da última vez as mulheres perderam... quero a desforra!);
41. Fazer bolachas de chocolate (não faz muito o meu tipo, mas rapar tigelas de bolos sim...);
42. Receber de amigos biscoitos feitos em casa (olha... também nunca recebi...);
43. Passar tempo com amigos íntimos (é bom, sim senhora...);
44. Ver o sorriso e ouvir as gargalhadas dos amigos (imprescindivel...);
45. Andar de mão dada com quem gostamos (uhm...);
46. Encontrar por acaso um velho amigo e ver que algumas coisas( boas ou más) nunca mudam (ainda há pouco tempo me aconteceu...);
47. Patinar sem cair (Oh! E cair tem tanta piada! Se não nos magoarmos é uma risota!);
48. Observar o contentamento de alguem que está a abrir um presente que lhe ofereceste (e por isso faço-os...);
49. Ver o nascer do sol (e ver o por do Sol...);
50. Levantar-se da cama todas as manhãs e agradecer outro belo dia (depois de ver que já não tenho mais cinco minutos, não tenho outro remédio se não agradecer...);

Acrescento a todos estes pontos os mais importantes da minha vida:
Ver o sorriso da minha filha, abraçá-la e dar-lhe miminhos;
Sentir que os meus pais e marido estão bem;
Sentir os meus amigos Aqui comigo;
Saber que a seguir a dias menos bons vêm dias excepcionais;
Estar cá e viver...
Sonhar, valorizar e ser feliz!

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Frases que ficam II

"Tens namorado? Não? Deixa estar há mais mouros na costa..." - Tio João
"Quem será que morreu no céu para os anjos andarem de luto?" - um piropo quando tinha dezanove anos dito por um senhor de fato e sobretudo que passou por mim na rua, estava eu vestida toda de preto...
"Já há muito tempo que deixei de criticar os outros... acabei por ver que tudo o que criticava ou julgava acabava por me acontecer a mim..." - Pai
"Sim, estou bem, fica descansada..." - Mãe
"Tens caganitas de mosca na cara!!!" - meninos da escola
"Bem-vinda! És a nossa alegria!" - CMS
"Cinco estrelas!" - Gonçalo
"Pois, não sei como... mas tiveste dezanove... o que aconteceu? O ano todo com negativas atrás de negativas... e agora! O que te deu? Sei que não copiaste... fiz quatro testes diferentes... Não te entendo..." - Prof. Negrão
"Volto a perguntar... Qual de vocês desviou o enunciado do teste de Inglês? - O cenário: na sala de direcção do colégio... a turma toda em fila encostada à parede, as irmãs directoras a andarem de um lado para o outro, a olharem para cada um de nós muito fixamente... Na parede oposta a nós? Um quadro com uma fotografia de uma freira de bigode... Dificil manter a seriedade...

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Angelicais pirilampos palhaços

Hoje não escrevo nada de especial...
Apenas sorrio com os sorrisos que hoje me deram...
Um abracinho muito apertado a todos os angelicais pirilampos palhaços que habitam na minha redoma!
Durmam bem que eu também...


quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Sejam palhaços...


Hoje estou naqueles dias...
Saiam-me da frente...
Não me digam nada...
Ou então sejam palhaços!

Palhaços ricos não!
Só palhaços pobres...
Os palhaços ricos irritam-me!
Os palhaços pobres não...

Os palhaços pobres fazem-me rir...
Pelo constante azar e atrapalhação...
Pelas gargalhadas sempre hilariantes...
Pela volta que sempre dão à situação...

Dêem-me palhaços!
Quero rir!
Sejam palhaços...
Façam-me sorrir...

Mandem gargalhadas estridentes...
Cantem e desafinem...
Saltem e atirem-se ao chão...
Façam muitas tropelias...

Façam-me sorrir...
E agarrem-me pela mão...
Quero estar com vocês
No meio da confusão...


Imagem: You Make Me Laugh -
KinkyAzianKitty

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Fases do dia...

Comecei o dia bem...
Ao estacionar o carro ao pé do escritório ouvi a música do amolador. Sorri...
Lembrei-me do meu bairro há vinte anos atrás...
Lembrei-me do padeiro a subir as escadas de serviço do prédio e a deixar pão quentinho num saco de pano bordado com um cordão... Era o senhor Zé... Também ele andava pelas ruas de Lisboa de bicicleta com um grande cesto de verga atrás... A minha mãe encontrou-o há dias. Entrou num taxi, como sempre começou a tagarelar com o taxista e depois disse – Eu não o conheço? – passado pouco tempo chegaram à conclusão que era o Sr. Zé padeiro.
Lembrei-me do sapateiro que existia no inicio da rua. Era baixo e tinha botas ortopédicas... Uma delas com um salto do dobro da outra... A minha mãe dizia-me que ele ficara assim, por o terem deixado cair ao chão em criança... Era o Sr. Zé Sapateiro.
Lembrei-me da pequena mercearia, onde cada vez que lá ía o dono me dava uma cenoura crua e lavadinha para roer. Era o tão simpático Sr. António Merceeiro...
Lembrei-me da outra mercearia, quatro prédios acima do Sr. António Merceeiro... Já não gostava tanto de ir lá... não me davam cenouras para roer. Era o Sr. Serafim Merceeiro...
Lembrei-me de uma pequena papelaria onde a minha mãe levava as meias e collants para arranjar (na altura arranjavam-se as malhas dos collants...). Era a Srª Senhorinha (que nome...)...
Lembrei-me do talho da rua de baixo... gostava de lá ir com a Rosa, a querida e eterna empregada dos meus pais (até aos meus dezasseis anos), e ver aquelas facas enormes a cortarem a carne como se fosse gelatina... Era o Sr. Olimpo e ainda é, graças a Deus...
Lembrei-me de uma das oficinas lá da rua, onde os meus pais gastavam brutalidades de dinheiro para manter um Alfa Romeu com volante do lado direito... Na altura as peças vinham de Itália ou Inglaterra... Acabaram por o vender... não valia o gasto...
Era e é o Sr. Xavier... O Santo salvador do meu pequeno bólide, que ainda hoje quando me vê me trata como uma menina pequena...
Lembrei-me que em cada passo que dava todos nos cumprimentavam... Agora já não é assim... anda tudo a correr...
E foi assim, o dia até começou bem....
Já para a tarde o chão pareceu fugir-me... O meu pai... um susto... mais um... E a minha mãe? Guardou tudo para ela, resolveu tudo sozinha... não me ligou para não me preocupar e levou com tudo sozinha... Não sei com qual dos dois me preocupo mais... Se com o meu pai por ver a tristeza dele ao sentir-se incapaz, se com a minha mãe que tudo guarda e não pára... Enfim... fiquei preocupada... ainda estou...
Mas coloquei o meu sorriso vinte e um e chutei para a frente... o chão reapareceu... e aos poucos começou a ficar fofo...
Não estou a flutuar, ainda... mas estou a deixar-me levar no tapete rolante que me deixa à entrada das escadas também elas rolantes, que por sua vez me levam à saída desta estação. Só não me posso perder pelo meio... e se alguém as parar tenho de continuar a andar...

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Vem, abre a janela comigo...

Hoje, agora, sinto-me pequenina...
Sinto-me pequenina por me sentir incapaz...
por não te dizer o que deveria dizer para não te magoar
Porque ao magoar-te também iria sofrer...

Sinto-me pequenina
ao não te conseguir mostrar aquilo que vejo...
Não, não é uma luz ao fundo do túnel...
É uma janela que tenho estado a abrir...
devagar muito devagarinho...
mas que todos os dias me encanta
e me dá forças e vontade
para abrir mais um bocadinho...

Porque não vês?
Tenta... por favor...
Quanto mais tempo demorares
Mais a tranca se enferruja...
Mais dificuldades tens em a abrir...

Vem, abre a janela comigo...
Lá fora está um dia lindo...


Imagem: Window To The Soul -
signalbox

sábado, 2 de dezembro de 2006

Há coisas que têm de ficar só para mim...


Sim... escrever aqui estabiliza-me...
Estranho não é?
Não, não é um vicio...
É o meu momento.
Estabiliza-me...
Desde que aqui comecei a escrever,
sejam apenas letras de músicas,
poemas e prosa de algum escritor,
meros pensamentos meus
meros sentimentos meus...
Que me encontro...
Posso até estar num dia triste,
desiludida com qualquer coisa,
Mas ao escrever estabilizo-me
e vou-me deitar mais calma...
No dia seguinte?
Faz parte do meu feitio abrir qualquer porta com um sorriso...
Mas agora é um sorriso calmo e paciente...
Um deixa andar e não preocupar...
Um olhar e conseguir admirar...
Um ouvir e olhar e não julgar...
É mesmo isso que sinto... calma...
Continuo a ter os meus dramas de sempre...
Mas vejo-os tranquilamente...
Não me auto-flagelo com eles...
E todos os dias me vou conhecendo...
Gostando ou não do que me apercebo...
Vou-me conhecendo...
Não, não escrevo tudo o que sinto...
Há coisas que têm de ficar só para mim...
e mesmo não as escrevendo, não as esqueço...
Como quase tudo o que sinto partilho...
o pouco que não escrevo fica em mim
com muito menos peso...


Imagem: The Secret Garden -
MistaBobby

Princesa V

Ontem durante o jantar, em casa de amigos, a pequena princesa deu qualquer coisa ao pai (não vi o que foi...). Como o pai não lhe disse nada ela disse prontamente “Di nada, pai...”

Hoje antes de irmos para a festinha de aniversário da filha de uns amigos nossos, parámos numa bomba para beber um café. Enquanto o pai bebia um café, fui com a bela princesa dar uma vista de olhos à loja da bomba. Passámos por bonecos e a cachopa não ligou, passámos pelos livros e parou... Disse-lhe para vir comigo e ela seguiu-me. Ao passarmos pelos carrinhos agarrou num e disse “Toma mãe, é para o Afonso!”. O Afonso é o irmão da pequenina que hoje fez anos. Fez-me pensar... como é que uma miuda com quase três anos tem a noção de que o irmão da aniversariante poderia ficar triste por não receber presente...

2A11M

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Quente muito quentinha...



Queria sair para a rua tapada da cabeça aos pés
Queria vestir-me toda e ficar bem quentinha
Sentir o frio a atingir-me apenas na cara
Com o resto do corpo quente muito aconchegadinho...

Uma meias grossas e fofas cobertas por botas
Umas calças moles, quentes, práticas e claras
Uma camisola, um casaco, um sobretudo
Um cachecol e um gorro a tapar-me as orelhas

Tudo para andar pelo meio de uma rua branca
Quente muito quentinha a sentir o frio a estalar-me a cara...

Queria sair para a rua e apanhar chuva
Queria vestir-me com pouca roupa...
Sentir a chuva a encharcar-me o cabelo
Com os pés e pernas bem protegidos...

O cabelo a pingar, a camisola de alças a colar
As calças de ganga tesas de tão encharcadas
Os pés secos protegidos com uma botas
E pela cara? Gotas de chuva a escorrerem...

Tudo para sentir a água do céu a abençoar-me
Quente muito quentinha a sentir a chuva a molhar-me...

Queria sair para a praia ao inicio da tarde
deitar-me sem roupa sobre a areia quentinha
Sentir o sol a percorrer-me e a aconchegar-me
E por lá ficar e adormecer até à tardinha...

Ver a praia a vazar, as pessoas a sair
Os barcos a chegar, as gaivotas a poisar
O sol a passar de amarelo para laranja
O silêncio a tomar conta do ar e apenas ouvir o mar...

Tudo para adormecer com um quentinho sobre mim
Quente muito quentinha a sentir o calor a aquecer-me o corpo...


Imagem: The Beach by
MrNudge

Ao longo da muralha...

Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas,que esperam por nós
E outras frágeis,que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens,palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição

Entre nós e as palavras,surdamente,
As mãos e as paredes de Elsenor

E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis À boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além da azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita

Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar
.”

Mário Cesariny
(1923-2006)

Frases que ficam...

"Ninguém merece as tuas lágrimas, nem mesmo eu..." - Pai

"Vocês
ainda se vão magoar..." - Mãe

"A primeira impressão que tenho de uma pessoa? Pelo sorriso sincero, aperto de mão firme, o cabelo arranjado e os sapatos cuidados" - Pai

"Tens sempre a palavra certa na altura certa..." - Mãe


"O teu sinal? Se Deus te marcou foi porque viu algo de especial em ti..." - Pai

"Quantas vezes já te disse para não mexeres na minha mala? - Mãe

"Não, não digo à tua mãe..." - Pai

"Não, não digo ao teu pai..." - Mãe

"Quero-te não por quem és mas sim por quem sou quando estou contigo." - aquela frase do Gabriel Garcia Marquez que tudo me diz e tudo tem a ver comigo...

quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Tias, tios e afins...

Tia... Não o sou e acho que nunca vou ser. Do meu lado é impossível, do outro lado não prevejo...
Mas sou tia... sou tia dos filhos dos meus amigos e gosto tanto! Tenho tantos sobrinhos!!!
Mas o outro tipo de tia eu não sou!!!
É só mesmo a minha voz ao telefone... fica alterada... entoo demasiado as vogais, faço de cada palavra uma festa, falo rápido muito rápido... E por isso colocam-me essa etiqueta... Tia!
Ainda hoje, no trabalho, ligou um cliente ao qual dei as minhas palavras acolhedoras de boas-vindas... Ao que ele me diz – Sabe como é que eu sei que é você que atende o telefone? Pelo seu “Oláááá!!!! Tudo Beeeeemmmmmm?” -. Tive um ataque de riso, é certo... mas ao mesmo tempo só me apetecia fazer “Argh!!!”.
Também uma colega minha, na altura em que estávamos em processo de selecção e lhe liguei para uma entrevista, pensou que ía encontrar uma loiraça toda emproada... Mais um “Argh!!!”.... Quando me viu e ouviu não queria acreditar que era a mesma pessoa... Já para não falar das imitações brilhantes que alguns colegas fazem... É óbvio que o “Oláááá!!!! Tudo Beeeeemmmmmm?” e o “Novidadesss?” fazem parte do alinhamento de frases a imitar...

Pois então vou-vos dar uma novidade! (mais uma...)
Todos nós temos um pouco de tia ou tio dentro de nós... a diferença é que nuns sobressai mais que noutros! Quantos “não tios” já vi eu que ao ligarem para bancos, finanças e operadoras telefónicas... começam a entoar e a prolongar as vogais?
Ser tio ou tia a falar, e não levando o caso ao exagero, é simpatia, cordialidade e extroversão... é uma capa, uma máscara profissional... se quiserem até podem chamar de defesa... Mas sabem quando é que isso acontece? Quando o telefone toca e vocês antes de o atenderem, sorriem...
Por isso, sejam tios e sorriam... do outro lado dificilmente virá um copo de água fria...

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Estás aí? Posso falar?



Mãe Lua...
Estás-me a ouvir?
Posso falar?
Posso falar ininterruptamente...
Posso falar até me cansar?
Posso dizer tudo?
Tudo o que vai na alma?
Tudo até mesmo palermices?
Posso falar de macacadas?
De sonhos frequentes?
De ideias maradas?
Posso falar de problemas?
Posso falar de loucuras?
Posso falar?

Ei! Ainda aí estás?
Ouve-me...
Deixa-me aninhar
Deixa-me falar...
E ouve-me...

É tanta coisa...
Posso falar de anjos?
Posso falar de coincidências?
Posso falar de coisas estranhas?
Até de fadas e princesas?
Posso?

Posso falar de projectos?
Posso falar de devaneios?

Ei! Ainda aí estás?
Posso fechar os olhos
E nada dizer?
Será que me ouves?
Será que no meu silencio
Me consegues compreender?
Será?

É que tenho sempre tanto para dizer...
E todos me conhecem às metades...
Ninguém me ouve na totalidade...
Nem mesmo eu...

Mas sabes...
De há uns tempos para cá
sinto-me bem... sinto-me calma...
E sabes porquê?
Porque sinto que Alguém me ouve...
Não sei quem, mas sinto que me ouve...
Porque sinto que Alguém me coloca a mão no ombro
e me mostra o meu caminho...
Porque sinto que Alguém me sorri, me obriga a levantar
quando estou prestes a descambar...
Sinto que Alguém me está a proteger...
É que eu não tenho caído... tenho flutuado...
És tu?



Imagem: Sweet Dreams by
KartK

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Telefonemas descafeinados

- Olá... Então como estás?
- Aqui vou eu na minha vidinha... o costume... e tu?
- Eu? Estou bem como sempre! E mesmo que não estivesse não te dizia...
- Estava a pensar num cafezinho... queres combinar?
- Sabes que por mim posso sempre, apenas com a condição de ser a seguir à minha princesa se deitar...
- Então que tal para a semana?
- Acho óptimo! Ligamo-nos na segunda-feira para combinar melhor, boa?
- Boa! Então vá... Até lá.
- Beijos e fica bem.

Na segunda-feira seguinte...
- Oi, estás boa?
- Vai-se andando e tu?
- Estou óptima! Então como é que é... sempre marcamos um cafézinho?
- Eh pá... esta semana afinal não dá... mais vale adiarmos uma semana... o que achas?
- Por mim tudo bem! Então ligas-me na próxima semana?
- Combinadíssimo!
- Ok então ficamos assim... Até segunda!
- Ciau até segunda!

Na noite de sexta-feira da semana seguinte...
- Oi, estás boa?
- Vai-se andando e tu?
- Estou óptima! Mas fisicamente estou de rastos... quero ir para a cama...
- Estou a ver... estás-te a cortar! Suponho então que não queres ir hoje beber um cafézinho!?
- Se me tivesses dito mais cedo se calhar mentalizava-me para a coisa e acabava por ir... agora é muito em cima...
- Bem estou a ver que não vale a pena... Ligo-te então na próxima semana para combinar...
- Acho delicioso... então ficamos assim... Até para a semana!
- ‘Tá... Adeus!

Dois meses depois...
- Olá... Então como estás?
- Aqui vou eu na minha vidinha... o costume... e tu?
- Eu? Estou bem como sempre! E mesmo que não estivesse não te dizia...
- Estava a pensar num cafezinho... queres combinar?
- Sabes que por mim posso sempre, apenas com a condição de ser a seguir à minha princesa se deitar...
- Então que tal para a semana?
- Acho óptimo! Ligamo-nos na segunda-feira para combinar melhor, boa?
- Boa! Então vá... Até lá.
- Beijos e fica bem.

Vidas desencontradas...
Por vezes dou por mim a pensar - Que raio de vida esta em que não arranjamos sequer um espaço para um cafézinho... -
O que vale é que estou sempre ÓPTIMA.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Bonequinha...

No cabelo põe-me ganchos
Podes até fazer-me tranças
Mas por favor nunca o cortes
Nunca me deixes careca

Podes pintar-me a cara toda
Podes desenhar sinais e sardas
Enganares-te e voltar a pintar
Desenhar e criar muitas caras

Podes vestir-me e despir-me
Deixares-me sem roupa se quiseres
É que sabes? Eu não tenho frio...
Vinha com roupa só para me quereres

No entanto...
há dias em que me esqueces...
Fico caída ao lado da cama,
enfiada debaixo da almofada,
abandonada numa cadeira,
ou até mesmo no meio de uma cesta
com outros tantos como eu...
Sabes? Todos eles reclamam!
Carros, legos, peluches... enfim...
Todos eles anseiam pela abertura da cesta
Todos eles anseiam por um carinho teu!

Faz de mim a tua Bonequinha...
Dá-me muito carinho
Faz-me muitas festinhas
Pois eu sirvo de consolo
Sempre que de mim precisas

Faz de mim a tua Bonequinha...
Leva-me para todo o lado
Enfia-me na tua mochila
E leva-me a passear...

Faz de mim a tua Bonequinha...
Quero adormecer ao teu lado
E no meio de um pesadelo
Ser a primeira a te consolar

Faz de mim a tua Bonequinha...
Mas nunca me desenhes uma lágrima...
Para isso deixa-me na cesta
bem no fundo, lá no fundinho
Porque do material de que sou feita
Apenas compreendo carinho

Imagem: Houndstooth and Checkers by
usamimi

domingo, 26 de novembro de 2006

Para ti...

Para ti “My friend from the bosom”

Por seres a minha melhor amiga, “my friend from the bosom” como quando víamos a “Ana dos Bosques Verdes”...
Por fazeres parte da minha vida há trinta anos...
Por estares presente e sempre tão presente em todos os momentos importantes da minha vida...
Por estares ao meu lado em tudo, mesmo naquilo que não concordas...
Por seres uma verdadeira amiga de coração...
Por fazeres da tua família a minha segunda família...
Por seres a irmã que nunca tive...
Por te entregares com uma amizade sempre inabalável...
Por seres tu...
Por seres tu escrevo-te
Brincámos juntas desde sempre... às bonecas, às escondidas, ao quarto escuro, andámos de bicicleta, fazíamos mini maratonas à volta do quarteirão com o equipamento de ginástica...
Fizemos clubes patetas...
Aos Domingos na missa tínhamos autênticos ataques de riso...
Passávamos horas à frente da televisão a ver programas que hoje acharíamos uma autêntica charopada!
Em periódo de aulas e como nos víamos menos, escrevíamos cartas uma à outra...
Cartas com folhinhas “queridas”... Tudo era “querido”... as folhas, as borrachas... tudo...
Víamos e voltávamos a ver filmes como o Dirty Dancing... Cenas gravadas de telenovelas... O Pantanal... A Juma e o Juventino a correrem um para o outro...
Ficávamos noites inteiras a conversar... sobre namorados, sobre tudo, sobre nada e ríamos, ríamos muito... ao longe ouvíamos “meninas fechem a luz!” e ainda nos ríamos mais...
Gostámos as duas dos mesmos dois rapazes... o que vale é que foram intercalados...
Foste viajar e durante muito tempo não estiveste cá... mas estiveste sempre comigo.
Somos muito diferentes, mesmo muito... excepto na educação, nos principios de vida, na tolerância e na nossa amizade. Talvez por isso a nossa ligação seja tão forte.
Sei que vais estar sempre comigo.
Eu vou estar sempre aqui para ti.

Para ti e porque te adoro um grande beijo de parabéns!

sábado, 25 de novembro de 2006

Princesa IV

Sempre que saímos, seja para ir ao jardim, para casa de amigos e familiares, ou para restaurantes, a fantástica mochila da pequena leva sempre livros. Não é preciso levar mais nada, apenas livros... De vez enquando, antes de sairmos de casa pergunta se pode levar um dos seus bonecos grandes, os seus bebés... mas acaba quase sempre por não os levar.

Hoje aconteceu algo invulgar... Hoje fomos a um restaurante ao qual não íamos há três meses. Hoje ao sairmos de casa, sem saber a que restaurante íamos, fez a mesma pergunta que fez há três meses... “Posso levar o Ruca?”. O Ruca foi o seu fiel companheiro na última ida a esse restaurante e desde aí não mais o levou para algum lugar. E hoje lembrou-se de o levar. E levou-o.

Foi o pai o primeiro a torcer o nariz, a dizer “que estranho...” e a aperceber-se da “coincidência”.
Foi ele que disse que só podia ser mesmo uma grande coincidência...
Não sei porquê... mas quando a palavra “coincidência” surgiu, eu sorri...



Imagem: por um anjo chamado Rita

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Ciclos


E o tempo corre...
Corre tanto
E corre tão rápido
Corre rápido e eu corro atrás...

Já fui só filha
Já fui só filha e a amiga
À filha e amiga acrescentei namorada
De namorada passei a mulher
À mulher acrescentei mãe...

Já fui só criança
Já fui só criança e amiga
À criança e amiga acrescentei estudante
De estudante passei a trabalhadora
À trabalhadora acrescentei vontade...

Já fui só ingénua
Já fui só ingénua e alegre
À alegre acrescentei sonhadora
De sonhadora passei a realista
À realista acrescentei optimista

De realista passei a sonhadora
De sonhadora a desiludida
De desiludida a realista

E mesmo vendo que o tempo passa
Passo de realista a sonhadora
Sempre que me permito

O realismo reânima-me, recupera-me
Ampara-me e dá-me forças
Faz-me ver o quanto necessito do sonho...
E por isso volto sempre a sonhar...
Estou sempre a recomeçar...

Imagem: New Cicle by
z4sit4

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Manias


Gosto de umas coisas mais que outras...
Coisas que devoro, coisas que detesto
Coisas que como com um enorme prazer
Coisas que me agoniam só de as ver

Mas aquelas coisas que como e gosto
Como não só por comer
Como não só pelo sabor
Como e deleito-me...
E por cada coisa que como tenho um processo

Chamem-lhe manias...
Mas é isso que me delicia!

E as manias são tantas!
Mania de comer e saborear cada bocadinho...
Mania de deixar para o fim a melhor parte...

Nem sei quantos processos de deleite tenho...
Maltesers, Ferrero Rochê, Bolas de Berlim, croissants com creme de ovo, Cornettos, Serenatas de Amor, salmão fumado, esparguete, diospiros, gomas, ovo estrelado... são tantos... e para todos eles tenho um cerimonial para os comer...

Se me cortam os bolos ao meio tiram-me o prazer...
Se o cornetto não tem chocolate no fim fico triste...
Se não há limão para o salmão fumado fico possessa...
Se me cortam o esparguete... ai!
Se me rebentam a gema do ovo, corto relacções por um dia!

São manias, eu sei...
As minhas manias...


Imagem: candy apples by
britzfitz

Encontros e Desencontros


Uma boca que sorri
Uma lingua que fere
Um olhar que aquece
Uma frieza que distancia

Uma música que alegra
Barulhos que ressoam
Uma cumplicidade intensa
Uma dessintonia que irrita

Uma confiança inquebrável
Uma desconfiança permanente
Uma segurança que acalma
Uma instabilidade presente

Uma alegria constante
Uma tristeza deprimente
Uma motivação imensa
Um desânimo tremendo

Todos os dias me encontro
Todos os dias me conheço
Todos os dias me desencontro
Todos os dias me desconheço


Imagem: Thumb print in paint by
on-the-wings-of-hope

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Surpresas

Descobri cedo que a surpresa e a curiosidade não andam de mãos dadas.
Sou curiosa por natureza, gosto de surpresas e raramente me surpreendem...
Tenho fome de surpresas... Mas a curiosidade largamente desenvolvida e experimentada tornou-me perspicaz... Não tenho orgulho nisso... não o procurei por querer... Aconteceu! Parece que tenho sempre as antenas ligadas... vejo, oiço, sinto e apercebo-me de algo estranho que se está a passar... Queria pura e simplesmente desligar mas não consigo... Absorvo muito do que me rodeia e eu própria sou absorvida por esse muito... dependo desse espaço...

Lembro-me de em pequena procurar o esconderijo dos presentes de Natal e de descobri-lo. Depois, quando ninguém me estava a controlar, voltei ao esconderijo e abri cuidadosamente os presentes sem estragar os embrulhos... fiquei eufórica! Fiquei eufórica sozinha... Depois algo em mim bateu... Voltei a embrulhar os presentes e a colocá-los no seu lugar. No dia de Natal já sabia tudo o que ía receber... Antes de os abrir, pensei nos meus pais e na tristeza que sentiriam por não verem os meus olhos a brilhar com tamanha surpresa. Pensei e tentei recordar-me exactamente da reacção que tive quando os abri pela primeira vez... Tinha de me mostrar surpreendida para os deixar felizes... Acho que consegui... Nos anos a seguir sempre me esforcei e controlei a minha enorme vontade de descoberta e surpresa... Consegui controlar-me razoavelmente...

Agora é a minha vez de fazer surpresas e sinto-me feliz por as fazer...
Adoro ver o ar de felicidade nos rostos de quem eu gosto...
Adoro criar surpresas, dedicar-me horas a fio, dia após dia a algo feito por mim, para alguém que me é especial...

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Menina linda


Olhos grandes
Redondos, redondinhos
Boca de folho
Lábios recortadinhos

Menina linda...
O que vês tu?

Cabelo castanho
Liso, muito lisinho
Nariz pequeno
Muito, muito pequenino

Menina linda...
Em que pensas tu?

Mãos papudas
Dedos compridos
Pernas roliças
Pés pequeninos

Menina linda
Com que sonhas tu?

Menina linda...
Conta-me...
Que anjo te mandou?
Que te disse ele?

Esse sorriso luminoso...
É porque o sentes?
É porque ele está em ti?
É que sabes...
Tu és um anjo para mim...

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

Espirros


É isso mesmo...
Espirros...
Aquele momento ridículo...

Sai não sai...
É agora?
Parece que não...
Olho para o tecto...
Ainda não é desta...
Calmaria...
Ai é agora!
Franzo a testa
Fecho os olhos
Arrebito o nariz...
E foi-se!
Voltou a fugir...
Diacho!
Começo a falar...
E zás!
Atchiiiimmmm!

E antes que me consiga recompor...“Santinha!”
Sem tempo para um “Obrigada” em condições...

Alivio...
Alivio...
Mas com o corpo aos tropeções...
Sem vontade de fazer nada
Só quero a minha cama
Só quero a minha almofada


Imagem: pardon me a moment by
Mirlyn

domingo, 19 de novembro de 2006

Viagens...


Como as viagens mudam...
Antes ía sempre sentada no banco de trás do carro...
Entrava no carro e ao sentir o cheiro enjoativo dos estofos em pele desejava que a viagem fosse curta...
Encostava a cabeça ao vidro, passávamos a ponte e começava a ver os barcos que passeavam no rio... sabia que ainda faltava mais de uma hora de caminho...
Olhava para as nuvens e via tudo... animais, flores, carros, até pessoas... lembro-me de um dia ter reconhecido o perfil do meu tio Luís nas nuvens...
Assim que deixava de reconhecer figuras nas nuvens... começava a cantar...
Cantava tudo e mesmo as letras das músicas que não sabia, inventava...
Cansada de cantar... começava a olhar para as matrículas dos carros que passavam e pelas letras dava nomes aos seus passageiros...
A certa altura começava a ficar impaciente...
Ainda falta muito?
- Estamos quase a chegar a Águas de Moura, daqui a pouco vês a Cegonha – dizia a minha mãe.
E assim a ansiedade diminuia... Próximo intertenimento: A Cegonha...
E ao fim de algum tempo ali estava ela, no campanário de uma igreja do lado esquerdo da estrada...
Depois de Águas de Moura? Ainda Pegões, Vendas-Novas, Montemor...
Viagem interminável... De passagem nenhuma das terras me cativava...
Interessavam-me mais os campos lisos, todos amarelos, com uma árvore aqui e outra acolá... Uma anta! Olha mãe! Uma anta!... E por minutos a viagem parecia rápida... As vacas a pastarem também me distraíam... ficava feliz ao passar pela barragem e vê-la cheia... Imaginava-me a tomar grandes banhocas...
Passávamos por Santa Sofia, e de todas as vezes a minha mãe dizia – É ali que o Engenheiro Chaves está enterrado... – (um aparte... ainda hoje quando por lá passamos a minha mãe olha e sorri... porque pensa em dizer a frase de sempre, mas não a diz só para não ouvir “Sim mãe, já sabemos...”).
E por fim chegávamos! Saía do carro toda moída e ía brincar para casa dos meus avós. Estranho é pensar que a viagem de ida era sempre assim, mas da viagem de volta nem me lembro... Sempre tão rápida...
Hoje em menos de uma hora chego ao destino...
hoje sou eu que conduzo...
hoje pouco vejo...
Hoje pouco vivo a alegria e a ansiedade de uma longa viagem...


Imagem: tilde by
CubicSummer

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Portas recorrentes...

Subo num elevador, um elevador antigo e aberto, com portas de lagarta e chego àquele andar... fico no patamar...
O prédio é antigo e está descuidado... o patamar é em tons de amarelo e tem muita luz... como se não tivesse tecto...
Tenho uma porta ao fundo do patamar à direita, outra em frente e outra ao fundo do patamar à esquerda...
Entro pela porta da esquerda... é a minha casa.
De um momento para o outro todas as divisões estão mobilidadas... e parece que vivi lá toda uma vida... casa alegre, casa cheia... cheia de tudo... cheia de vida...
De todas as vezes que lá entro acontece-me sempre a mesma coisa... a descoberta de uma divisão, uma divisão que sempre lá esteve e que eu pura e simplesmente esqueci...
De todas as vezes penso porque é que nunca vivi nessa divisão tão grande... o seu espaço é maior que todo o resto da casa habitada...
Uma das diferenças? A forma como a descubro...
Numa das vezes estava na cozinha, que era antiga com móveis muito altos, e olhei para o canto esquerdo – Que porta tão grande! Ainda não a tinha visto... –; numa outra vez decido dar uma volta à casa e lembro-me que aquela pequena porta ao fim do corredor está fechada...
A outra diferença? O espaço...
Ao abrir a pequena porta ao fim do corredor entro num gigante quarto de crianças... numa das paredes janelas enormes que ocupam toda a altura da parede... nas outras paredes... armários profundos com a largura de um metro e todos eles coloridos... no resto do espaço? Bolas, trampolins, casas de bonecas, cordas para trepar, legos... muitos legos....
Ao abrir a grande porta da cozinha... encontro uma cozinha velha gigante, toda em pedra e com uma chaminé enorme...
Mas o fim da minha viagem é sempre igual, venha eu do gigante quarto de crianças ou da grande cozinha... uma parede toda envidraçada e embaciada... mais uma porta... uma estufa! Percorro a estufa a saltitar feliz de pedra em pedra e continuo a saltitar até que a estufa já não tem vidraças e é um céu aberto...

Acordo...
Sorrio...
Murmuro... Sonhei outra vez o meu sonho...


Imagem: the door to nowhere
vcrimson

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Orgulho

Pois é...
O português é complicado...
Uma palavra pode ter conotações tão distintas...
Hoje recebi uma mensagem de um amigo a dizer que sentia muito orgulho no seu mais recente rebento... e apercebi-me que o orgulho não é mau...
- Palavra que não entra no meu vocabulário – digo eu...
Pois parece que afinal ela existe, sempre esteve em mim e eu sempre a repudiei...
Orgulho de deixar de fazer o que sinto para não me rebaixar... Esse orgulho? Xô! Não quero nada com ele... não consigo ser feliz com um orgulho assim... a garganta parece ficar encravada...
Mas o outro orgulho... sim, aquele orgulho de olhar com admiração para as pessoas de quem gostamos, para algo quase perfeito que fazemos... esse orgulho enche-me...
A diferença de orgulhos? Ser ou Estar!
E sim... Estou muito orgulhosa de TI!

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Pirilampos


Que sorte Sentir!
Que sorte sentir coisas bonitas com tanta força!
Mesmo que as coisas menos bonitas doam mais...

Que sorte Amar!
Que sorte amar tanto e saber mostrar que amo!
Até mesmo àqueles que amo e que me magoam...

Que sorte Sorrir!
Que sorte sorrir com tanta vontade!
Até mesmo quando as lágrimas por vezes escorregam...

Que sorte Ver!
Que sorte ver tudo com tanta intensidade!
Mesmo quando há coisas que cegam demais...

Que sorte Viver!
Que sorte viver num turbilhão de emoções!
Sentir, Amar, sorrir, ver...

A todos os pirilampos que irradiam luz, que me guiam e que me fazem ver todos os dias a sorte que tenho... muitos pirilampos de luz desta lua que vos ama!

Imagem: The Princess In The Field by
Valhen

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Casinha de bonecas

Hoje estive a montar uma casinha de bonecas...
Hoje não era para escrever... porque estive a brincar...
Estive a brincar numa casa de bonecas mas ainda sem bonecas...
Voltei à meninice ao olhar para a casa montada...
Que linda que ela é!
E quando estiver recheada?
Recheada de móveis e de gente?
Mal posso esperar...