quarta-feira, 28 de março de 2007

Momentos de Ouro

Eu - Temos de a ir deitar, I've gotta go to my parents house...
Pequena Lua - Os avós?
(Pausa... porque "raio" perguntou pelos avós no momento em que, em Inglês, disse que ía a casa deles?...)
Eu - Pequena Lua, do you understand what am I saying?
Pequena Lua - Não...

Benditas crianças

Desde sempre que me lembro de me cruzar na rua com um menino diferente. Em pequena achava-o estranho... Esse menino ainda hoje é diferente, ainda hoje é menino... Ironias do destino a senhora que trabalha cá em casa é mãe dele e aos poucos fui associando que aquele menino diferente que em pequena via era filho dela. Tem a minha idade mas é um menino. E os meninos conseguem ser tão doces, tão puros...
No Natal que passou a Luz, a mãe dele, chegou com um presente para a minha pequena lua e disse-lhe:
- Foi o Tiago que comprou... saiu de casa, foi à lojinha com o seu dinheirinho e sem eu saber de nada voltou para casa com esta bolinha. Disse-me para te dar. É o teu presente de Natal.
Fiquei eternecida com a doçura do gesto do Tiago e de certo no meio de todos os presentes que a pequena lua recebeu pelo Natal este, por muito simples que fosse, foi o mais importante.
Confesso que fiquei receosa que ela não ligasse a minima à bola, mas ligou...
Passados quatro meses, no meio dos brinquedos sempre que encontra a bola diz:
- Foi o Tiago que "dou"!
E hoje, ao ver o jogo da selecção nacional (sim, adora futebol), no meio de comentários futebolísticos do tipo "Não É!" (sempre que havia uma falta), sempre que aparecia o jogador Tiago dizia: "É o Tiago da Luz!!!!".


Para Tiago

terça-feira, 27 de março de 2007

Papi



Existe a expressão "Demasiado calma"?
É o que sinto...
Existe a expressão "Paz esvoaçante"?
É o que me acontece...
As frases "Não te enerves",
"Não te chateies...", "Não vale a pena..."
zumbem aqui dentro sempre que a inquietação começa...
E não me chateio... e pouco me enervo...
São muito poucos os que me tiram do sério...
Ahh... mas o zumbido sempre resulta...
quando ao "Não te chateies..." chego...
A "Paz esvoaçante" aproxima-se...
disperso e voo...
fico calma...
"O teu pai?" - perguntam-me...
Digo "Está melhor... esforça-se para recuperar"
Não vale a pena falar o que sinto e tento não sentir...
Não vale a pena preocupar.... "Está melhor..." portanto...
Ninguém sabe que eu sinto que sinto o que ele sente...
"É só mais um bocadinho para vos ver"
Fica, fica mais um bocadinho para te ver... mas quando quiseres... voa...
Porque sempre que nos meus pensamentos voar...
sempre que na minha paz esvoaçante pairar...
sempre que na minha calma exagerada parar...
é a ti que estou a abraçar...

segunda-feira, 26 de março de 2007

No blop...


Blop!
Fizeste blop bolinha de sabão...

Sopro novamente
Sopro docemente...
- Enche bolinha...
paro de soprar
- És pequenina...

Mais um pouco...
- estás grandinha...
paro de soprar
- vou-te largar...
Largo-te...
- vá aguenta-te...
começas a cair
- vou-te apanhar!

- Ufa! Apanhei-te...
- Ufa! não ouvi blop!

Estás parada a olhar para mim... a reflectir tantas cores... És linda... Sabias? Brilhas! Queres voar? Agora sabes que não vais sozinha... Quando voltar a soprar já não vais ser uma só bolinha...

fuuuu...
voa bolinha...
estás ainda mais linda...

fuuuuuuuuuuuuu...
tantas bolinhas pequeninas...
todas elas a voar....


Pic:
djardinodzoolodjiko

domingo, 25 de março de 2007

Pairar...

E quando páro?
Quando não tenho nada para fazer
Quando não tenho vontade de fazer nada?
Penso...
Observo...
Oiço...
Fico ausente...
Numas vezes sinto-me triste...
Noutras vezes sinto-me em paz...
Ontem e hoje tenho-me sentido assim...
Ausente...
Olho para mim de fora...
e com o que vejo
não fico triste nem contente...
Estou a pairar...
Estou a flutuar no nada...

Acordei mal disposta...
Bebi um batido de banana
e num rasgo de amor próprio
tomei as minhas vitaminas...

Cheia de sono...
Dei o almoço ao meu pai...
E colher atrás de colher pensava...
Nuns minutos dedicava-me
pacientemente ao meu pai...
Noutros observava-o com admiração...
Noutros apagava...
Já lá não estava...
Chamava-me à atenção um melro...
O palácio em obras...
Um avião que passava...
Ou uma lua pequenina que ao longe
na cozinha chorava por não querer comer...

Dúvidas existênciais da minha querida mãe
afastavam-me...
Dei por mim pela primeira vez
a não lhe dizer o que pensava...
Sabia que mesmo com cuidadas palavras
a opinião que ela queria ouvir a iria magoar
ou então deixá-la preocupada...
Malditas palavras...
Calei-me...
Divaguei...

Passámos por uma loja de animais...
Vimos uma mãe coelha e seus seis filhos
tão pequeninos...
dois deles cabiam na minha mão...
Vimos tartarugas e peixinhos...
Perguntei à pequena lua...
- Gostas mais dos peixinhinhos ou da tartaruga?
- Tatauga!
Olhei para o preço... 12 euros...
12 euros... 12 euros...
Um lado meu dizia-me que aquele
era o presente ideal para o dia da criança
ainda por cima barato...
Outro lado... repicava... 12 euros... 12 euros...
12 euros por um ser...

Voltámos para casa a pé e quase caladas...
- Gostaste dos coelhinhos?
- Sim...
- Mãeiii... colo... tem shono...
Agarrei na minha lua pequenina e andei...
andei abraçada a ela...
a sentir o cheiro do seu cabelo...
a dar-lhe beijinhos na testa...

Agora dorme ali na cama
enquanto aqui escrevo...

Ei...
O sol acabou de inundar esta sala...
Vou curti-lo para o sofá...

sexta-feira, 23 de março de 2007

Arte?

... Mais uma vez, a conduzir no caminho para casa, comecei a divagar... e questionei-me o que era arte... Dificil, impossível e fascinante, definir arte... não consigo... a forma como vejo arte é tão vasta... pensei em tudo o que para mim era arte... e....

Arte...
Arte é algo que é feito com amor e empenho...
Arte é aquela pintura que nos transmite os sentimentos do pintor...
Arte é aquela música que nos encanta, faz voar e sentir...
Arte é aquele poema que nos arrebata, aquele edíficio que nos inquieta...
Arte é aquela estátua que nos abraça, é aquela árvore que cresce...
Arte é aquela peça que nos envolve, aquele filme que nos faz pensar...
Arte é aquele avião a voar no céu... vês? não cai...
Arte é...
Arte é o amor entre dois seres, o nascimento de uma criança...
Arte é a amizade e cumplicidade...
Arte é sobrevivermos, a nossa existência...
Arte é o mar, o céu, a Terra, estrelas, satélites e planetas
É tudo aquilo que vemos e que não vemos e sentimos...

Somos todos diferentes...
Vemos todos tudo de uma forma diferente...

Arte é tudo ao que ao nosso coração chega...
Arte é Heart...
Arte é amar-te!


Para os amores da minha vida.
Um beijo enorme...

quinta-feira, 22 de março de 2007

Sonhos trocados



Já tive medo de ir dormir...
Tinha medo dos pesadelos, do escuro, que algo me tocasse...

Tapava a cabeça com o lençol e assim ficava...
Do meu corpo apenas a boca ficava de fora...
e por entre essa nesga de lençol respirava...

No escuro conseguia ver tudo, tudo imaginava
a luz da lua trazia-me dos contornos dos móveis
personagens e figuras que me assustavam...

Por vezes a meio da noite alguém me tocava...
Não sei se em sonhos, se acordada...
abria a luz e nada encontrava...

Sonhava com bichos, cobras, lagartos e ratos...
todos eles inundavam a minha cama...
ou me levantava e me enfiava na cama dos meus pais
ou do meio do nada, no meio do desespero gritava...

E gritava tão alto que os meus pais se assustavam...
e nem depois de muito mimo o meu coração acalmava...

Levantava-me a meio da noite e passeava...
fazia asneiras umas atrás das outras e acordava...
nunca saí da zona dos quartos
e todas as asneiras que fiz não me magoaram...

Lembrava-me de todos os sonhos maus e afastáva-os...
os sonhos bons? guardava-os...
e já pela manhã sentava-me e recordava-os...

A meio do dia lembrava-me de fragmentos de sonhos
e pensava...
"Tenho de me lembrar, para quando me deitar voltar a sonhar"

Algo mudou...

Dos pesadelos que me faziam gritar, suar e chorar... nem sinal...
Dos ataques de sonambulismo nem uma marca...
Dos sonhos maus? O que é deles?
Dos sonhos bons?
Os sonhos bons já são menos frequentes
mas a meio do dia lembro-me de fragmentos...

Sim, deito-me todos os dias e penso em sonhar...
aninho-me na almofada e começo a pensar...
penso em momentos bons, em coisas boas...
imagino situações queridas e tolas...
e consigo descansar...
Sonhos bons, meigos e tolos...
calmos, doces e a rodos...
todos...
todos...
que me façam desejar
mais cinco minutos de sonho pela manhã...
mais cinco minutos doces e tolos...
se não me lembrar deles de dia?
sonho com eles à noite...
e sorrio...
Bons sonhos!
vou sorrir...

Pic: gilad

terça-feira, 20 de março de 2007

Cocktail de Genes


Vinha no caminho para casa a pensar em tudo o que herdamos e em tudo o que nós somos... Não posso falar sobre ninguém, mas posso falar sobre mim e sobre o pouco que de mim conheço. Sei ser muito o meu pai, em traços físicos e personalidade... da minha mãe ganhei a sensibilidade, um pouco da gigante força que tem e a teimosia. Mas há traços que são nossos e apenas nossos... e foi por aí que comecei hoje a divagar enquanto conduzia... Andei em colégios, vivi rodeada pelas chamadas "pessoas de bem", de berço, toda a minha infância e adolescência. Durante esse período o André podia ser apenas o André, a Sara a Sara, o Miguel o Miguel... Não havia apelidos, já que todos os que me rodeavam eram filhos de beltrano ou citrano, todos gente de bem. Entrei para o liceu e as coisas mudaram. Sempre que qualquer pessoa entrava no meu circulo de relacionamento era bombardeada pelo meu pai com a mesma pergunta:
- Como se chama?
- Sofia...
- Mas Sofia quê?
- Sei lá...
Mais cedo ou mais tarde acabava por saber o raio do apelido e lá lhe dizia... Se fosse um nome sonante:
- Andersen? Por acaso o pai dele não se chama "nome"?
- Sei lá...
Se o nome não lhe soasse a nada, por ser conhecido publicamente ou por ser um apelido familiar respondia com - Ahh...
Em algumas vezes que lhe disse apelidos ,de facto acabámos por mais tarde chegar à conclusão que era um neto de um amigo dele de infância, um filho de alguém com quem trabalhou, um sobrinho de uma grande amiga... Criavam-se laços especiais, falava-se da vida dos avós, pais e tios... e a relação mantinha-se... mas só porque existia um elo especial entre o meu pai e alguém na vida deles...
Infelizmente para o meu pai sempre fui "neutra"... ligava aos nomes por ligar, mas nunca me ligava às pessoas por interesse... chegava a fugir... fugia da pedantice. Confesso que por vezes me senti inferior na viragem adolescência/juventude, por estar rodeada de pedantice... e apenas fui inferior porque me deixei levar pelo peso dos nomes... o liceu estava cheio deles... e assim comecei a dar-me com os Silvas só Silvas, os Santos só Santos e todos os nomes que sózinhos, sem "de's" e "da's" e "e's", não eram sonantes. Houve algumas vezes que cheguei a casa com novos amigos e sendo ou não fase da moda de calças rasgadas e aspecto desmaselado, o meu pai delicadamente cumprimentava, oferecia a casa e dáva um exemplar banho de diplomacia e cortesia às minhas visitas. Depois de sairem, nem me perguntava os apelidos... não valia a pena.
Por fim, tinha alguma desilusão, algum deles me magoava e chegava a casa triste e deprimida... Não valia a pena sequer perguntar. Sempre me leu de frente e do avesso e graças a Deus nunca me disse "Eu bem te avisei...", porque nunca me avisou. Deixou-me sempre experimentar, tomar as minhas decisões se eu achasse que eram as certas... se eu caísse, lá estava ele para me apanhar, sem me recriminar e a olhar-me com um olhar triste por ver a minha decepção. Desiludi-me muito também com as pessoas chamadas "de bem" e com essas o meu pai teve a mesma reação, provavelmente com uma dose extra de tristeza, já que eram os "dele" que me magoavam... e não podia ser...
Acho que o único defeito que alguma vez lhe apontei e lhe disse na cara, naquela fase avariada e de afirmação que é a juventude, foi - És um snob! - Não ligou, e hoje que penso nisso é coisa que não é, de facto. Quis o meu bem, quis saber com quem andava e, se fosse filho, neto ou sobrinho de alguém que ele conhecia sentia-se seguro, sentia que estaria em boas mãos... e com 70 e tal anos na altura, conhecia realmente meio mundo... É justo... É um medo natural dos pais... "Diz-me com quem andas, digo-te quem tu és" lá diz o povo, e por muito que tentemos mudar, a sociedade leva-nos involuntariamente a pensar assim.
Fiz as minhas amizades, criei a minha redoma sem pensar em nomes sonantes, aumento a minha redoma com aqueles que me fazem sentir bem, que têm amor escrito por toda a pele... são amor.

Sei que o meu pai quando hoje me olha reconhece isso, sei que sente orgulho na filha que tem e que sabe que o vejo a ele e à minha mãe como pilares, o exemplo a seguir em toda a minha caminhada. Sou um cocktail de genes fantásticos, as qualidades são todas deles, os defeitos são todos meus, mas as qualidades deles juntas neste cocktail fazem com que alguns dos meus muitos defeitos por vezes fiquem escondidos.

Santo cocktail que me dá força, que me faz suar de amor por todos os poros e me faz encaixar em qualquer sitio.



segunda-feira, 19 de março de 2007

Almofadas

- Estou bem... a sério, juro que estou... no meio de tudo... estou bem... não me caiem lágrimas... que estranho não é? Estou cá, estou lá... estou no meio... salto para lá quando as tristezas e medos se aproximam, salto para cá quando este espaço me parece confortável... quando sinto que este chão onde piso não me pica... será por isso que gosto tanto de almofadas? almofadas grandes e fofinhas, alegres e coloridas... cheias de brilhos, missangas e vidrinhos... Estou bem, juro que estou... mas hoje tive de saltar um pouco para lá... o chão daqui hoje sem motivo aparente começou a revoltar-se... e o que me irrita, agora que estou lá e vejo o de cá, é que revoltou-se porque eu sem querer o quis... em bom tempo saltei... mas de lá irrito-me e vejo que sem querer levei a revolução comigo... de lá vou atirar umas almofadas alegres e coloridas, umas brancas também para me acalmar o espirito e vou correr, vou voar e mergulhar neste canto fofinho...
Pic: Delacorr

sábado, 17 de março de 2007

Magia de um Anjo chamado Rita

Gosto de pintura, sempre gostei... Não sou conhecedora..., mas tenho algumas bases por influência do meu pai e dos amigos que o rodeavam. Já em criança ía a exposições de pintura com o meu pai. Aprendi a não valorizar uma pintura pelo seu tamanho, mas pelo que ele nos transmite. Aprendi a não valorizar uma obra por ser bonita e ficar bem numa sala, mas pelo que sinto quando a vejo. Logicamente não aprecio pinturas que me deprimem...

Há quatro anos conheci uma artista que pintava quadros lindos, com alma e sentimento, tudo com as mãos... fiquei fascinada. Fiquei fascinada pela pessoa que vi e pelo seu amor e ternura na pintura. Nunca a esqueci e hoje é uma das fieis companheiras do meu coração. É difícil acharmos que nos podemos surpreender ainda mais com alguém que achamos ser maior que tudo. Mas é verdade. Hoje limpei a alma, encantei-me, bebi elixires de beleza e abri os olhos para ver e devorar tudo. Comentários como "(...) transmite-nos o prazer de ficar perante o quadro e fruir a alegria e a beleza de uma obra que é, sem dúvida, uma dávida enorme e simultânea de amor e de arte.*" não são de todo exagerados... são a realidade... fico sem palavras... Um sentimento enorme invade-me quando ao apreciar cada uma das obras sinto a minha Rita...

Que orgulho... como cresceu, como está cada vez mais bonita... Pinturas como "Magia das Fadas", "Alegria", "Virgem Maria", "Pólos", "Sonho" e "Árvore da vida" deixam-me encantada... Não tenho palavras que os descrevam... são fortes, doces, cheios de energia, cheios de vida... são... brilhantes. Ilustrações sobre fundo negro que transmitem paz? É verdade... nunca pensei... mas foi o que senti... A minha justificação para que os quadros não valem pelo tamanho? "Adoração" é a resposta... Tão pequenino e lindo... Em "Pólos" amei a ligação entre eles... E a reacção estranha quando vi "Grande Espiral"... sorri... sem saber da existência do quadro, escrevi há pouco tempo sobre o tema...

E podia ficar aqui horas a escrever e a descrever tudo o que senti e vi no espaço de meia hora... por sentir que todas as palavras que escrevo são infinitamente pequenas para descrever alguém como Rita Oom, o meu anjo azul.

Beijos enoooormes elevados a mais infinito



Pintura: Rita Oom
* Comentário de Jorge Gomes - CNAP


Exposição de pintura de Rita Oom
CNAP - Clube Nacional de Artes Plásticas
Rua Professor Francisco Gentil, Nº 8 Loja D/E, 1600-624 Lisboa
De 8 de Março a 29 de Março
Entre as 11h e as 14h e entre as 15h e as 19h de segunda a sábado

sexta-feira, 16 de março de 2007

Eu sei...

Tudo pode acontecer...
Eu sei...
Eu sei o que é hoje...
Amanhã?
Quem sabe?
Eu não...

Eu sei...
Eu sei que não sei
o que amanhã trará

Eu sei...
Eu sei que o bonito de hoje
pode ser feio amanhã...

Eu sei...
Eu sei que as lágrimas de hoje
podem ser a alegria de amanhã...

Eu sei...
Eu sei que aqueles que amo
estarão sempre aqui comigo...

Eu sei...
Que quem está hoje
pode não estar amanhã...

Eu sei...
Que tudo o que vejo hoje
pode desaparecer num segundo...

Eu sei...
Sei que o que guardo hoje
estará para sempre comigo...

Eu sei...
Eu sei que posso não ser amanhã...


Não sei o amanhã...
Não me interessa...

Sei o que hoje vejo...
Sei o que hoje sinto...
E guardo...
Guardo o que vejo...
Guardo o que sinto...
Sorrio com o que guardo
o que guardo com carinho...

E sei...
Que cada sorriso que guardo...
me sorri quando preciso...

E sei...
Que cada momento guardado...
me aconchega o destino...

Eu sei...
Que sonho olhar para o céu e ver flores...
e de braços abertos mergulhar...
Mergulhar num mar azul intenso...
e orientada pelas flores
nadar e tocar em estrelas...

quinta-feira, 15 de março de 2007

Pinta...

Faz do chão cheio de papel a tua tela
Agarra nas tintas coloridas e pinta-te
pinta com todas as tintas que tens à mão

O que pintas?
tudo com as cores que quiseres...
usa a tua imaginação

Queres pintar bébés?
Pinta meu amor...
Queres pintar um Sol?
oh! Se faz favor...

Queres pintar bonecos
por-lhes chuchas e ó-ós?
Pinta meu amor...

Queres encher as mãos de tinta
manchar o papel de amarelo e azul?
Queres misturar cores e
pintar, pintar, pintar?
Pinta... se faz favor..
Pinta o que quiseres...
Pinta como quiseres...

Amo ver o teu ar deliciado a pintar cada dedo de cada cor...
Amo ver o teu lado efusivo e feliz quando te sentes confiante por teres muito espaço para pintar...
Amo ver o teu lado dedicado e atento, cuidado e carinhoso quando só tens um bocadinho muito pequenino de espaço para pintar...

Mãe, vamos Pintar?
Sim, meu amor...

quarta-feira, 14 de março de 2007

Abre-te!

Tenho de ligar
Tenho de fazer
Tenho de estar
Tenho de ir
Tenho de correr
Tenho de escrever
Não posso falhar
Tenho de ser
Quero parar
Quero sentir
Quero ouvir
Pernas Parem!
Cabeça Relaxa!
Olhos molhem-se!
Coração?
Acorda e sente...
Bate rápido
Bate lento
e SENTE!
Tenho a chave do teu cofre
Fechei-te e protegi-te...
Mas não quero mais...
Agora...
Corro para o abrir...
Tenho de correr
Não posso falhar
Quero sentir

Pic: Foux

terça-feira, 13 de março de 2007

A lua toda!

"I pictured a rainbow
You held it in your hand
I had flashes but
You saw the plan
I wandered out in the world for years
While you just stayed in your room
I saw the crescent
You saw the whole of the moon
The whole of the moon

You were there in the turnstiles
With the wind at your heels
You stretched for the stars
And you know how it feels
To reach too high (too high)
Too far (too far)
Too soon (too soon)
You saw the whole of the moon

I was grounded
While you filled the skies
I was dumbfounded by truth
You cut through lies
I saw the rain dirty valley
You saw "Brigadoon"
I saw the crescent
You saw the whole of the moon
Yeah

I spoke about wings
You just flew I wondered
I guessed and I tried
You just knew and I sighed
And you swooned
I saw the crescent
You saw the whole of the moon
The whole of the moon
The whole of the moon

The torch in your pocket
And the wind on your heels
You climbed on the ladder
And you know how it feels
To get too high (too high)
Too far (too far)
Too soon (too soon)
You saw the whole of the moon
The whole of the moon

Unicorns and cannonballs
Palaces and Piers
Trumpets, towers, and tenaments
Wide oceans full of tears
Flags, rags, ferryboats
Scimitars and scarves
Every precious dream and vision
Underneath the stars
Yes, you climbed on the ladder
With the wind in your sails
You came like a comet
Blazing your trail
Too high (too high)
Too far (too far)
Too soon (too soon)
You saw the whole of the moon

The whole of the moon
Yeah, you saw the whole of the moon"

Musica: Waterboys
Pic: boyangz

segunda-feira, 12 de março de 2007

Inventário

Dou por mim ultimamente fechada...
fechei-me para inventário, mantive a fachada

Encontro momentos escondidos...
Afasto o pó e vejo o que me esqueci
Ponho o gira-discos a tocar
sinto as sensações que um dia senti

Visto camisas velhas rasgadas
Lembro-me de namoricos e cowboiadas

Descubro fotos soltas, perdidas e esquecidas numa caixa
encontro-me em cada foto numa enorme gargalhada

Abro o cofre de madeira pintada com a fechadura rebentada
Leio postais, cartas, papeis pequenos de tantos que já não me lembrava

Fecho os olhos e inspiro...
Sinto o cheiro a madeira e a papel envelhecido...
Imagino-o e inventario-me...
Sinto o velho, o ontem e inspiro-o...

É todo meu...

Fecho-me para inventário mas sinto
e é por isso que na minha fachada sorrio


quinta-feira, 8 de março de 2007

Frases que ficam VI

- Acabei de descobrir que a bimby tambem faz detergente para a máquina da louça e com a vantegem de ser 100% biologico! - Psique
- A BIMBY VAI SALVAR O PLANETA - CMS

Sonhos vertiginosos


Divagava no meio do nada
não sei onde estava
não sei por onde andava
mas divagava...

Saltava por janelas
mudava de espaço
abria portas
tanto tempo fechadas

Entrava em cena
encontrava gente
e assim de repente
tudo parava

E os espaços inundados
de som, risos e sorrisos
ficavam vazios
calados e parados...
O tempo parava
e eu afastava o olhar...

Quando algo focava
vertiginosamente me apressava
a alcançar com os meus olhos
aquilo que observava...

E vertiginosamente o meu corpo
alcançava o espaço que cobiçava...
encontrei-te a ti e a ti também...
Se também lá estavas?
Não sei...

Virava o olhar, focava alguém
o meu corpo alcançava-o...
Mas os meus olhos...
os meus olhos não o viam...

Com leves lembranças
procurei rodando
o espaço onde antes estava...

Olhei e cheguei...
vi-te de costas e a ti também...
viraram-se quando os chamei...

E de repente...
tu já não eras tu e tu também...
já não era a ti que via ou tu que aparecias
Era alguém que eu não conhecia...


Pic:
lucas ogasawara

quarta-feira, 7 de março de 2007

Ritinha:

Já está iluminado!
Cheio de luz!
Cheio de luz para ti, que irradias luz por todo o lado...
Hoje, hoje dia 8 de Março...
BRILHA, brilha mais que nunca!
Os meus olhos brilham de orgulho e alegria por ti...
FORÇA e Ri-te com as cócegas na barriga...
É apenas nervoso miudinho...

Beijos enormes
Abraços muito, muito apertados!
Adoro-te!

Pintura: Rita Oom

Come what may


"Suddenly the world seems such a perfect place
Suddenly it moves with such a perfect grace
Suddenly my life doesn't seem such a waste
It all revolves around you

And there's no mountain too high no river too wide
Sing out this song and I'll be there by your side
Storm clouds may gather and stars may collide
But I love you until the end of time
"


Ost Moulin Rouge
Pic: moulin rouge2 por lunha

Tema da Zu


"Encontrei o teu olhar perdido
numa mágoa sem sentido
deixa dizer-te um dia
és aquilo que eu mais queria ver...

sorrir simplesmente ver-te sorrir
dou-te o mundo pra te ver sorrir
deixo tudo basta
pedires-me um segundo
És o meu corpo caído,
prendes o meu ser despido
caminho sem coragem,
mas levo a tua imagem a...
sorrir simplesmente ver-te sorrir
dou-te o mundo pra te ver sorrir
deixo tudo basta
pedires-me um segundo
Amor escuta agora
o silêncio que te adora
vem ter comigo...
vem...
vem ter comigo..."


Ver video

Letra: Yolanda Soares
Música: Abel Chaves

terça-feira, 6 de março de 2007

Força

Recebi o seguinte email hoje:

"Muitas vezes tem que se reinventar a força ...
Beijos grandes da tia


"Ser forte é amar alguém em silêncio.
Ser forte é irradiar felicidade quando se é infeliz.
Ser forte é tentar perdoar alguém que não merece perdão.
Ser forte é esperar quando não se acredita no retorno.
Ser forte é manter-se calmo no momento de desespero.
Ser forte é demonstrar alegria quando não se sente.
Ser forte é sorrir quando se deseja chorar.
Ser forte é fazer alguém feliz quando se tem o coração em pedaços.
Ser forte é calar quando o ideal seria gritar à todos a sua angústia.
Ser forte é consolar quando se precisa de consolo.
Ser forte é ter naquilo que não se acredita.
Por isso, mesmo diante da dura realidade e por mais difícil que a vida possa parecer:

Ame-a e seja Forte!" Autor desconhecido"


Obrigada tia... milhões de beijos!

Tão simples não é?

Nestes últimos tempos escrevi tanto ao meu pai, que me desabituei de escrever qualquer coisa diferente. No momento em que escrevo dou por mim a esforçar-me para não mudar o sentido do texto e a escrever para alguém. Parei... Palavras, where are you?. Esqueci-me delas... ou não...
O meu pai já está em casa, acamado é certo, mas tem momentos em que demonstra ter vontade de recuperar... Hoje quis que o pusessem na cadeira de rodas para receber a neta sentado! E a neta? Abraçou-o e deu-lhe um grande beijo. Lindos... que orgulho! Parei... Palavras, where are you?. Aqui dentro algo me diz "agradece, agradece, agradece", mas algo grita "Como?! Como se agradece o amor?!"... Amando... Tão simples, não é? Por cada sorriso que recebi, por cada palavra escrita, falada, por cada abraço, por cada silêncio reconfortante, por toda a companhia, por todos os fios que puxaram e me agarraram... por tudo e por tanto que nos últimos dias vi, senti e aprendi, por tudo... Obrigada! Para vocês todo o meu AMOR.

sábado, 3 de março de 2007

Sabes...

Sabes, estou feliz...
Sim, estou feliz por te ver a reagir...
Lentamente... mas reages...
Consigo ponderar a hipótese de recuperares algumas das coisas que já achava irrecuperáveis, mas já não me prendo a elas. Não me prendo, para não me ferir numa próxima queda. Estou feliz agora, amanhã não sei... "Deixa fluir" disse a Rita, estou a deixar... "Isto também há-de passar" disse a Bee, começo a acreditar...
E deixo fluir e penso... no meio de tudo tenho TANTO...
Nesta semana e picos que passou, passei por imensas confusões, guerras interiores, esperanças, não esperanças, enfim... Mas agora olho para trás, olho para hoje, para ontem e para tudo o que me rodeia e penso na sorte que tenho... Estou em paz comigo por sentir que um dia quando fores não há-de ficar nada por dizer, por fazer... Estou em paz por nunca te ter recriminado de nada, culpado de nada, por tu e a mãe serem SEMPRE os meus Ídolos, o exemplo a seguir. Sei que nem eu nem vocês somos perfeitos, mas tudo o que vejo é positivo... só vejo amor, carinho, amizade, paz e dedicação... Aos meus olhos vocês são perfeitos... E tenho tanta sorte... Por tudo... A imagem que tinha dos hospitais públicos era tão, tão ruim... Fiquei em choque com as urgências do hospital, com o quadro que vi... mas desde que foste para o quarto... tudo mudou... nunca imaginei que do pessoal médico, de enfermagem e auxiliar pudesse existir tanto carinho... Os cuidados de saúde são essenciais mas o carinho, a paz... fazem toda a diferença. Ainda estou deliciada pelo carinho e dedicação que todos te têm dado... E tenho tanta sorte, por ter uma mãe coragem... Um marido dedicado que na minha ausência se torna também numa mãe carinhosa e dedicada e não me recrimina por eu estar pouco tempo em casa... Uma filha linda, linda, linda que no pouco tempo que ultimamente lhe dedico, me bombardeia com bombons, sorrisos luminosos, gargalhadas felizes e ternura, muita ternura... E tenho tanta sorte, por ter os tios que tenho... incansáveis no apoio à minha mãe, na sua ternura e companhia... E nos meus amigos... os meus amigos... que me ouvem e me aturam, me escrevem e em mim pensam, que me dizem que lhes faço falta... que me sorriem, me dão alento e que estão aqui sempre comigo...
Sinto amor por todo o lado... e é esse amor que me faz deixar fluir...
Vês pai? É esse amor que nos rodeia que me faz sorrir mesmo quando me apetece chorar...
Vês pai? A sorte que temos?
Vês pai? Hoje vejo... e vou tentar ver todos os dias...
Adoro-te

quinta-feira, 1 de março de 2007

Frases que ficam V

- Não és uma montanha, és a lua... mas não és uma montanha... - Rita
- Deixa fluir - Rita
- És muito Zenki - Rui
- O doutor é um borracho - Mãe
- Força pequena Grande Lua - Ana
- "Já percebi que não tens face, tens energia, vitalidade, subtileza e sinceridade... (...) Tens exactamente o rosto que preciso de ver. Tu não tens nome, não te podem rotular. O teu nome varia consoante a minha necessitade, és homem, és mulher, companheiro, amiga, Pai, Mãe, irmão, mestre e aprendiz. Não tens corpo, tens presença, ocupas todo o espaço vazio em redor de mim. Ao pé de mim não tens sede nem fome, és alimento. E também não tens tempo... tens a eternidade da minha vida." - CdaPluma
- Mãe... o avô tá milhori? - minha lua pequenina
- Anda cá, agora sou eu que quero falar contigo - Major Alvega
- Olha filhota, fico cá até sexta - Tia G.
- Foram duas horas muito dificeis de passar... sempre a olhar para o telemovel - Mãe
- Já sabe... estamos aqui para o que precisar - João
- Não queres jantar cá em casa? Para te distraíres... - Mimi

- Lua, Anda cá... viste? - JC
- Desculpa-me... - Pai
- Não me canso de olhar para ti... - Pai
- Cuida da tua mãe - Pai

Não sei sequer como me sinto...

A tristeza das seis às oito já começa a ser uma constante...
Já não sou optimista para não cair de tão alto...
Não sou pessimista para não ficar sempre em baixo...
E esta tristeza escondida por detrás de um sorriso e de muita calma, começa a ser rotineira...
O resto do dia? Se me dispersar, até acabo por ultrapassar... e bem...
Não quero entrar na rotina, mas também não quero andar entre topos de montanha e vales... o meu coração não aguenta...
Acreditar... não acreditar... não sei...

Vais para casa na segunda, para o teu canto... Fico contente, mas tenho medo...
Sim, tenho medo...
Tenho medo que o ires para casa seja aquele passo que falta para a tua partida... e ao mesmo tempo sinto paz...
Tenho medo que o ires para casa seja o final da tua queda, lenta, dolorosa e triste...
Tenho medo...
E com esse medo esqueço-me que podes recuperar... e que ainda te posso ter mais um bocadinho...
Devia focar-me nisso... acreditar na tua recuperação e em ter-te mais um bocadinho... mas não consigo... hoje doi-me demais ver-te cansado, doi-me demais ver-te baralhado...
Não sou, não estou optimista nem pessimista...
Estou numa luta intensa entre a razão e o coração... e nenhum deles vence por completo...
Estou confusa... não sei sequer como me sinto... nem o que digo...