sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Até Já

Começou como começou...
Com mil motivos, mil razões...
Se acabou?
Não...
Nada acaba...
Tudo fica
Da mesma forma que os mil motivos e mil razões não deixam de existir, este blog irá persistir... sabático.

Tempo para mim, de introespecção total.

Por todas as tormentas deste Oceano, por toda a tranquilidade por vezes existente, por todos os sonhos não realizados, por todos os momentos quentes, por todos os sorrisos sinceros e presentes.

Aos fieis seguidores, aos pirilampos que aqui e ali foram aparecendo, surpreendendo-me e mimando-me sempre com doces comentários é apenas um...

ATÉ JÁ

Como...

... um pássaro a curar uma ferida que apenas lhe permite planar breves segundos para aterrar e descansar... a curar... a ganhar fôlego... força... com medo de chegar a um precipicio onde se me quiser salvar terei de me esquecer das feridas, concentrar-me no céu e voar.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Wind Beneath My Wings

Não sei quantas vezes dancei contigo ao som desta música.

Quando a dançava abraçada a ti, no auge dos meus 15 anos, nem ligava à letra, apenas sentia liberdade, paz e muita luz.

Hoje, num dia psicologicamente desgastante, em que toda a força que tenho tido para os meus amores, em que todo o equilibrio que tenho mantido, tendeu em derrapar, fui presenteada por um anjo, que teima em nunca me abandonar. Sabias que existem anjos que enviam emails? Este lindo anjo, mais uma vez, acertou em cheio... na hora H... Que bom...

E sabes? Associei a música logo a ti, mas não tive a mesma sensação de liberdade, paz e luz que sentia aos quinze anos. Afinal de contas e passado tanto tempo tornámo-nos manos. Foi uma valente misturada porque desta vez ouvi com atenção, sem ligar apenas à melodia e ouvindo o meu coração.

Descobri que sou ave, descobri que sou vento.

Descobri que sou força pelo amor e protecção que dou aos meus patinhos e que sem eles para amar e proteger a minha força nunca surgiria, nunca conseguiria voar.

E descobri que no meio das minhas derrapagens, dos poços de ar, existe sempre alguém que ajudo a voar.


Beijos


"It must have been cold there in my shadow,
to never have sunlight on your face.
You were content to let me shine, that's your way.
You always walked a step behind.

So I was the one with all the glory,
while you were the one with all the strength.
A beautiful face without a name for so long.
A beautiful smile to hide the pain.

Did you ever know that you're my hero,
and everything I would like to be?
I can fly higher than an eagle,
for you are the wind beneath my wings.

It might have appeared to go unnoticed,
but I've got it all here in my heart.
I want you to know I know the truth, of course I know it.
I would be nothing without you.

Did you ever know that you're my hero?
You're everything I wish I could be.
I could fly higher than an eagle,
for you are the wind beneath my wings.

Did I ever tell you you're my hero?
You're everything, everything I wish I could be.
Oh, and I, I could fly higher than an eagle,
for you are the wind beneath my wings,
'cause you are the wind beneath my wings.

Oh, the wind beneath my wings.
You, you, you, you are the wind beneath my wings.
Fly, fly, fly away. You let me fly so high.
Oh, you, you, you, the wind beneath my wings.
Oh, you, you, you, the wind beneath my wings.

Fly, fly, fly high against the sky,
so high I almost touch the sky.
Thank you, thank you,
thank God for you, the wind beneath my wings"

(Wind Beneath My Wings - Bette Midler)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Blackout

Anestesia... total
Vegetal
Coerência... toda
Racional
Coincidências... nenhuma
Transcendental
Medo... muito
Animal

Vou vadiando num tunel em que me afasto das paredes, com medo das aranhas, do lado esquerdo ao direito. Sempre no meio de olhos fechados e sem mãos para me guiar. Sigo em frente e forço-me a esquecer do medo sob pena de voltar. É para a frente que tenho de caminhar. O que vejo, se estou de olhos fechados? Só eu sei... fechei-os para não me assustar. Ruídos só os meus... ocupo as minhas mãos tapando os ouvidos numa tentativa desesperada de não me perder com qualquer outro ruído que não o meu. Preciso de me equilibrar. Deixem-me estar. Deixem-me avançar olhando para dentro... só assim consigo chegar.

domingo, 25 de novembro de 2007

Vinil

Existem quatro discos de vinil que me arrependo largamente de ter despachado no meio das minhas não frequentes, mas bruscas e intensas arrumações e consequentes desprendimentos. A propósito, na semana passada deu-me para um momento desses lá no escritório, onde me 'livrei' de coisas que até há um ano guardava por um qualquer significado especial dos últimos sete anos que lá passei. Quando é para ir vai tudo, excepto cartas (antes dos emails), fotografias ou presentes de pessoas especiais. Até coisas que me custaram a comprar se há muito tempo que não as utilizo e se delas não guardo um qualquer significado especial, atiro para o saco. Alguém concerteza lhes irá dar mais valor. Tudo o resto... guardo aqui, debaixo na minha pele, em mim. Mas os quatro discos de vinil, mesmo já sem gira-discos para os tocar (livrei-me dele já com mais de 50 anos em cima ainda com um som fantástico, muito embora as 45 rotações funcionassem como 33, no ano passado), moem-me na memória por não existirem reedições em CD e nem no YouTube os encontrar. O segundo volume do Brincando aos Clássicos da Ana Faria, que para minha sorte re-editaram o primeiro, mas por falta do segundo ainda mais raiva me dá. É que ainda sei as letras todas de cor em salteado... A Banda Sonora da Abelha Maia, um album perfeito tanto em apresentação como nas músicas, dado pelos meus avós... tenho a certeza que foram os meus pais que o compraram (não estou a ver os meus avós há 27 anos atrás enfiados numa loja de música e a acertarem em cheio no meu desejo). O single do Abraço a Moçambique... Só me lembro de uma frase "tantas águas nos separam...", até consigo começar a cantarolá-la mas a dado momento dou por mim a misturar a melodia com a do quarto single que me arrependi de mandar às urtigas o We are the World, já riscado de tanto tocar e de tantas agulhas mudar. E é este último que me faz escrever este post. Encontrei-o no YouTube e passados não sem quantos anos a letra adapta-se ao nosso mundo e em tudo o que fazemos.

A minha mensagem?

"When you're down and out
There seems no hope at all
But if you just believe
There's no way we can fall
Well, well, well, well, let us realize
That a change will only come
When we stand together as one
"

E ía agora ao You Tube buscar o html para adicionar o tão desejado videoclip, e a página está "Http/1.1 Service Unavailable". Uhm... O "Porque não te calas" já deve estar a fazer os seus estragos...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Está...

Quando não há palavras suficientes para dar alento
Quando não há sorrisos que acalmem um coração a gritar
Quando não há nada a fazer para quebrar o desalento
Só há uma coisa a fazer... estar

Eu estou daqui a abracar-te
sem sorrisos, porque não consigo
sem palavras, porque não me saiem
mas estou a tentar agarrar-te

Não caias, não podes
Pára, sente-te, encontra-te
Dá-te a quem realmente te merece
Tudo o resto, hoje, amanhã...
Esquece!
Aqueles que não compreenderem, não te abraçam
Quem de ti gosta, há-de sempre estar

Eu ESTOU

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

De Alimentar a Sentir o mundo (de 84 a 00)

Descubram as diferenças...
De 1984

a 2000...

Crescemos, mudámos, individualizámo-nos demais... mas a consciência existe e somos mais, nem que seja apenas no fim... Confesso que me atrai mais o de 1989 pela alegria, jovialidade, consciência de grupo e pelo saudosismo de uma época que para mim, ainda criança, ainda não me dava preocupações. Mas também me chegam lágrimas aos olhos quando ao olhar e ouvir o de 2000, vejo a coerência e persistência de pessoas como o Bono e o Bob, a pureza e suavidade das novas meninas e acima de tudo o continuar a acreditar.

Que seja mais um principio... De alimentar a sentir

Gostava... posso?

O meu pai ensinou-me e eu aprendi.
Eu quero ou queria, sempre foram palavras rasuradas no dicionário verbal lá de casa.
Em sua substituição por muito que quisesse apenas diria gostava ou gostaria.
E então? Digo eu ao fim de 33 anos. Em prol da boa educação e dos bons costumes sempre gostei, sempre desejaria, muito tive e pouco queria. Resultei numa filha única pouco egocêntrica, pouco egoísta, e pouco mimada. Penso que o resultado pretendido foi atingido...
E agora? (posso dizer?) É que eu... queria... tanta coisa. É que eu queria... ser corajosa e destemida. É que eu... queria ter equilibrio... É que eu queria dar e receber na mesma proporção... É isso. Eu não queria, eu gosto, gostava, gostaria... Ai! (eu quero!)


ouvindo: Padoce de ceu azul - Lura

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Que...

Se hoje tivesse uma varinha de condão e pós de prelimpimpim tocava em ti, em ti e em ti.
Erguia o meu braço de mangas translucidas e com leves agitares de mão começaria assim:

- Que a nuvem que hoje se abate sobre ti, se transforme em nuvens muito pequeninas, se dissipe e que através de flocos já esbatidos no meio de um enorme céu azul consigas ver a luz.

- Que o fio de nylon que hoje percorres, invisível e fino, se alargue numa via láctea de estrelas para com elas caminhares em segurança e brilho.

- Que aquela ave que antes vias lá em cima a paiar e que hoje teima em não voar, ganhe balanço e que contigo se vá encontrar.


- E a vós que, depois das nuvens se dissiparem, depois do vosso caminho se alargar, e de lá de cima me conseguirem encontrar, me lancem os vossos pós de prelimpimpim para até vós conseguir chegar.



sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Interrogação ou Freedom??

Sabia o caminho. Pela José Malhoa acima a conduzir numa noite tão diferente das outras. O meu destino? A casa dos meus pais. Passo o viaduto da Gulbenkian e de repente tudo escurece. Nem candeeiros que iluminem a estrada, nem prédios com janelas iluminadas, nem o brilho da lua das estrelas me guiavam. Até os faróis do meu carro eram fracos, tão fracos que nem meio metro de estrada iluminavam. O medo, o terror inundaram-me. Junto ao que na minha memória guardava com distâncias mais ou menos calculadas de caminhos tantas vezes percorridos, localizei-me junto à mesquita e encostei o carro assustada, com medo de levar com um carro ou bater em qualquer coisa que não imaginava. Saí do carro e pelo meio do que os meus pés diziam ser estrada caminhei às escuras. Ao longe comecei a ver luzes lentas e amarelas a caminharem na minha direcção. Gentes tristes com capas velhas e castanhas com capuz pontiagudo começaram a passar por mim. Sempre de olhar cabizbaixo, a caminharem como se de uma procissão se tratasse, mas com passos de desalento e uma tristeza e inexpressão estampada em rostos sorumbáticos. Rodei sobre os calcanhares parada, parva e com medo. Aproximou-se um polícia de mim e aconselhou-me a juntar às gentes tristes, que ficaria mais segura. Não... Não! e Não! Comecei a andar para trás e enfiei-me no meu carro, mesmo sabendo que o caminho que nele percorresse seria incalculavelmente escuro e que dependia inteiramente dos meus instintos. Os primeiros metros conduzidos foram com pouca luz. Comecei a descer a medo a rampa do teatro para a Praça de Espanha, mas ao invés de ela inclinar para a esquerda, começou a inclinar para a direita... deixei-me seguir. Ao mesmo tempo que o caminho à minha frente se estreitava o céu tornavasse cada vez mais limpo e começava a nascer o dia. O caminho tornou-se tão estreito ao ponto de o meu carro não conseguir avançar mais. E resolvi deixá-lo ali, naquele beco sem saída, por motivos de largura... Saí do carro e pisei uma calçada irregular de granito. Olhei em frente estava num largo cheio de casinhas. À frente o único caminho. Percorri subindo a rua de granito no meio de um imenso sol, passei por um arco antigo e comecei a subir, a correr a caminho de ...


Até há uma semana atrás tinha dois sonhos que me marcavam a vida. O sonho de infância recorrente em que um lobo mau me perseguia à volta do palco da escola. E o sonho recorrente de adulta daquela casa sempre igual que terminava sempre numa divisão diferente. Não os tive mais e nunca os hei-de esquecer. No sábado passado em pleno descanso este sonho inundou-me por completo. Por medo, receio, segurança e insegurança, por todos os sentimentos arrebatadores e intensos de dúvida. Não o esqueci. Acordei a caminho de... Acordei a tremer, cheia de medo. Acordei com um ponto de interrogação na minha cabeça "O que é que isto quer dizer?". Hoje, ainda hoje, consigo lembrar-me de todos os seus minimos detalhes e o ponto de interrogação ainda me vai passando pela cabeça. Mas já não me assusta...


Ouvi enquanto escrevi - "Freedom" da BSO Braveheart

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Na mouche

A SMS da manhã veio na hora, no minuto certo. Sorri. E não foi pela pontaria, mas sim por saberes sempre o momento certo. Obrigada Ritinha (a putty tem razão)

Saco vazio???

Então meu amor, o que vais pedir ao Pai Natal este ano?
- Ahn?
O que gostavas que o Pai Natal te desse?
- Um presenti!!!!
Sim, meu amor, mas que presente gostavas que ele te desse?
- Um Noddy!
Oh meu amor, tu já tens dois iguaizinhos...
- Ah... pois é... tem razão!
Então o que é que gostavas que o Pai Natal te desse?
- aaaaa.... uma árvori de Natali!!!!
Mas a árvore de Natal não é o Pai Natal que traz, somos nós que a fazemos para dar boas vindas ao Natal... Então o que é que o Pai Natal te vai trazer?
- Mais nada.


PIc: g-i-g-a-s

domingo, 11 de novembro de 2007

Não sou

"És uma valente, filha" diz o meu pai, no meio de palavras meio comidas e pouco perceptiveis. Será que sou? Olho para mim e vejo que a minha capacidade de tomar decisões, a qual nunca foi o meu forte, continua igual ao de sempre. Tomo-as, é certo, mas quase sempre no limite, quando não há mais nada por fazer, dizer ou nenhuma hipótese a dar. Se estou no meu limite? Talvez... Mas sim, sei que sou uma valente numa coisa, na facilidade que tenho de transmitir aos outros que me aguento, que me hei-de arranjar, que não têm de se preocupar comigo. Foi isso... A resposta do meu pai veio no seguimento da sua preocupação comigo, que embora me vendo sempre com um sorriso, se apercebe que muitas das coisas não me têm corrido tão bem como ele desejaria. Em resposta à sua preocupação, respondi-lhe que não se preocupasse comigo, porque eu não me preocupo tanto assim. Se é da boca para fora? É sim, mas muito sentido... não é que não queira que se preocupem comigo, apenas não quero é que sofram por mim nem comigo. O mundo já é tão atribulado, tem tantas tensões... Não quero ser mais um problema, uma preocupação na vida de alguém. Apenas quero carinho, dedicação e afecto. Silêncios cúmplices e compreensão. Sentir que não caminho só. Mas pelos vistos às vezes é necessário dizer que sim, preocupem-se comigo, para receber alguma atenção. Porque aqui neste cantinho, onde ninguém me vê, ninguém se apercebe, porque me acham forte. Pois... não sou.

Trocas iguais

Gosto de gente inteligente, ou melhor, gente não intransigente. Ontem passei a noite em troca de argumentos, de ideias completamente díspares.

Engraçado que entre agnósticos, médicos e aqueles que, tal como eu, se rendem pelo simples aconchego da palavra acreditar, tivemos uma conversa saudável que sem ser limitada, respeitou os limites de cada um.

A palavra coincidência surgia de todos os lados, eu traduzia-a para sinais, caminhos, para energia e comentava que não achava uma coincidência estarmos ali todos juntos, mas sim que algo nos fazia juntar, aproximar-nos daqueles que nos fazem sentir bem, em quem nos reconhecemos de alguma forma.

Cada um tem o seu ritmo, a sua função nesta grande aldeia. Esta aldeia precisa de agnósticos com foco nas coisas práticas da vida, coisas que os (se quiserem chamar) lunáticos, tal como eu, não têm propensão para. Precisa de médicos, de ciêntistas que nos segurem e nos dêem segurança quando o "acreditar" teimar em nos deixar. E precisa daqueles que sem prova, sem nada, apenas com o seu sentir, acreditam na infinita probabilidade da existência de algo mais, que nos move, que nos faz amar, juntar, viver e acreditar.

É essa a magia... nós, seres humanos mágicos por natureza, todos diferentes e em constante equilibrio.

Gostei particularmente do abraço de final de noite à médica de serviço que em surdina me disse: "Amiga... adorei a nossa conversa. Podes não acreditar, mas vou com outro ânimo para o banco de 24 horas, a começar já daqui a quatro..."

sábado, 10 de novembro de 2007

Hero!

Doces memórias...
Mas hoje faz tanto sentido...



Metallica - S&M - Hero of the Day

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Perspectivas

O mundo está do avesso e esforço-me em olhá-lo ao contrário...
Procuro diferentes formas de olhar, cada uma sempre mais perfeita que a anterior, agarro-me de pés para o ar, sorrio com cada vitória em algo bonito encontrar...
Idealizo novas posições para me acomodar, encaixo-me de forma a não me magoar e continuo de pés para o ar, à procura de algo em que me agarrar para me impulsionar...
Diferentes perspectivas, diferentes olhares, mas nada que me dê o momentum para girar e voltar a descansar.

Já faz muito tempo...


Pic: kuschelirmel

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Busca...

Não interessa a excelência, quando ela não depende apenas de nós mesmos
Não interessa o ser perfeito, apenas à espera de um qualquer agradecimento
Não interessa a preocupação, da nossa excelência da nossa perfeição
em dar a cara por não excelências e imperfeições não nossas
quando todos os caminhos e forças teimam em desencontra-se
Ninguém o faz por nós, ninguém rema como nós, quando a busca pela excelência, a perfeição se encontra apenas de um lado, o nosso.

O que interessa não é o reconhecimento ou ainda melhor o agradecimento dos outros.
O mundo avança tão rápido sem dar tempo ao tempo para nos encher de ego.
O que interessa é sentir que nos reconhecemos quando olhamos ao espelho, que a busca para a nossa perfeição e excelência faz parte do nosso caminho e que nos esforçamos por isso, seja ele a escolha certa ou errada, mas sempre certa para nós num dado momento da nossa vida.

O que interessa é sentir que percorremos este caminho, este nosso caminho, e que minimizamos o impacto que as nossas escolhas positivas têm de negativo nos outros.

Quero morrer descansada, sem nada por que me arrepender. Quero seguir esta minha viagem sem ficar nada do que sinto por dizer, por meias palavras ou por palavras inteiras. Encher a boca para dizer "Amo-te" e sentir que até essa expressão é uma meia palavra por nunca conseguir preencher por completo as necessidades de explodir com o que sinto. Quero viver relaxada sem ter medo de um dedo apontador. Quero aceitar os maus momentos como sendo uma ínfima parte de um belo todo que preenche todo o meu caminho para ser. É só nisso que tento ser excelente, é só nisso que procuro perfeição, não no meu eu, mas na minha busca pelo meu todo.

domingo, 4 de novembro de 2007

é isto...

Dos 38 graus aos 4 e dos 4 aos 18 num dia

Adoro conhecer sitios novos, principalmente quando não é uma coisa que acontece todos os dias.
Gosto muito de calor, de muito calor, mas apenas para o descanso, num local paradisiaco.
Mas a minha casa, o meu sossego, o meu aconchego é a Europa... num qualquer país.
Não consigo explicar o que senti ao sair do avião de alças finas, com um frio que me enregelou os ossos. Vesti a camisola, o meu nariz ficou rosado e mesmo com frio, senti-me reconfortada. Embora não no meu país, senti o frio do meu conforto, senti-me em minha casa. O meu coração deixou de acelerar e ansiar o regresso desde que poisei em Malpensa. É tudo tão próximo... É tudo tão eu... Temperado ou frio, não interessa. Gosto tanto de bikinis como de camisolões. Português ou Italiano, não interessa. Somos quentes de coração e com ele entendemo-nos. O que me aconchega são raízes, história e gente que me aquece. Voei mais uma vez desta feita para o meu país. Reduzi uma hora no complicado relógio e calculei por alto o tempo até ver a minha filha. Parei de contar os minutos a partir do momento em que o avião começou a sobrevoar a grande Lisboa. Ponte Vasco da Gama à vista, ponte 25 de Abril, estádio José Alvalade, estádio da Luz, Torre de Belém, marginal, volta sobre a Caparica e aeroporto here i go. Que cidade Linda! Cinco minutos para apanhar as malas. Saí sobre uma montanha de gente. Como que diacho é que ía encontrar a minha pequenina? A resposta à minha frente... Com o maior e mais bonito sorriso correndo pela rampa acima e gritanto "Mãe!!!!!!!!!!!!". Larguei o trolley e abracou-me toda com as suas já longas pernas apertando a minha cintura. "Gosto tanto de ti, mãe..." disse-me ao ouvido. Eu também minha eterna pequenina.


De São Paulo a Milão e de Milão a Lisboa num dia
Pic: skywalker

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Bikinis e Sapatos

Meti-me num taxi e enfiei-me para um shopping mais baratucho. O do outro dia era lindo de morrer, com gente muito bonita (dizem que é o shopping que Gyanni frequenta), mas muito caro. O de hoje, cheio, feio e complicado. Não haviam montras bonitas que me cativassem nem gente bonita que me prendesse o olhar. Não tinha um outro objectivo que comprar bikini, all star, havainas e uma mala para os poder levar. Comprei all star para a princesa, uma havainas para mim e comecei na busca incessante e dificil de bikinis giros e baratos. Não encontrava bikinis giros e muito menos baratos. Já quase a desistir, a caminho da saída do feio shopping, passei por uma loja de surf. Entrei já conformada com a possibilidade de sair de mãos a abanar, mas algo me fez parar. A música que começou a tocar mal entrei na loja. Os acordes iniciais prenderam-me à loja e fizeram-me lá ficar até que a música acabasse "I would tell you about the things...They put me through...The pain I've been subjected to.... But the Lord himself would blush... The countless feasts laid at my feet... Forbidden fruits for me to eat... But I think your pulse would start to rush... Now I'm not looking for absolution...Forgiveness for the things I do... But before you come to any conclusions... Try walking in my shoes... Try walking in my shoes". A rapariga da loja, que se encontrava vazia, viu-me a olhar para os bikinis e assim que a música acabou disse "bonita esta música, né?", respondi-lhe com um sorriso que "sim, gosto muito...". Voltou a tocá-la para mim. Como cada vez mais acredito em sinais e não em coincidências, fiquei por lá mais um bocadinho e acabei por encontrar três bikinis lindos, ao preço dos de Lisboa, mas lindos de morrer.