quinta-feira, 23 de abril de 2009

NOrte

Aos poucos desencontro-te
E no meio de palavras vagas
Sinto que perco…
Já me perdi em tantas máscaras, cortinas e nevoeiro
Que já quase não te vejo…

Dantes bastava um leve afastar de cortinas brancas
A luz por detrás de ti deixava antever em contornos a tua existência
E no meio da claridade…
confundia a minha com a tua sombra
numa luz que era apenas nossa…

Não aguentaste a luz…
e foste fechando cortinas uma após a outra…
tornando a tua divisão cada vez mais invisível, distante

Por amor acreditei que nesse espaço existiria sempre luz
um núcleo de amor fechado, para sempre preservado
Por amor senti que teria de afastar cortinas espessas
uma após a outra, mesmo que pelo meio ficasse sem luz
mesmo que andasse às cegas…
Sabia o caminho e isso bastava

“Norte, vai para norte, onde o sol pouco brilha, mas está sempre mais próximo”

Segui, encontrei a última cortina, branca…
Mas a luz desse lado estava fraca…
Quis afastá-la…
Mas terias que ser tu a desejá-lo
Da jornada a minha luz ficou fraca…
Não me viste, pouco te vi
Apenas a minha sombra de pés a fundir-se com os teus

Refiz o caminho que percorrera
Passei por todas as cortinas que passara
Cheguei ao meu lado e encandeei-me com o brilho do meu corpo
que há muito parecia não saber o que era o ar

Pondero voltar…
Este brilho não é tão intenso como aquele que não consigo deixar de lembrar
Pondero porque pergunto-me…
- Será que voltará a não aguentar?

Sem comentários:

Enviar um comentário