sábado, 3 de fevereiro de 2007

A Maravilha de Portugal


Já votei nas sete maravilhas de Portugal...
Castelo de Almourol, Convento de Cristo de Tomar, Mosteiro dos Jerónimos, Palácio Nacional da Pena, Templo Romano de Évora, Torre de Belém e Mosteiro de Alcobaça são os meus contemplados.

Castelo de Almourol e Convento de Cristo de Tomar por associação aos templários, Mosteiros dos Jerónimos e Torre de Belém por serem os monumentos mais imponentes da minha cidade, Mosteiro de Alcobaça por D. Pedro e D. Inez, Templo Romano de Évora por óbvias e naturalissímas razões e por último Palácio Nacional da Pena pela sua magia.

Se fossem as dez maravilhas de Portugal rapidamente adicionaria à minha escolha o Castelo de Monsanto, Palácio da Regaleira e o Castelo dos Mouros, infelizmente não contemplados na listagem dos 21 finalistas.

Mas o meu vencedor? O único, o principal? Palácio da Pena... Mas não vence per si... vence por ele e por tudo o que o rodeia... Pela serra, castelo, palácios, palacetes, ruas estreitas, árvores centenárias, pedras gigantes, mistério, fantasia, magia... O local perfeito...
Quem não vota em Sintra nunca a visitou, nunca se aventurou a subir a serra por entre gigantescos pedragulhos, nunca se deslumbrou em pleno... Serra de Sintra é magia.

Recordo com saudade a tradição do dia dois de Janeiro. Foram quatro anos em que eu e os meus amigos nos enfiávamos no combóio, na estação de Cruz de Pedra em Benfica, logo de madrugada, em direcção a Sintra. Chegados à vila começáva-mos a subir a serra sempre em corta-mato. Nunca percorremos o mesmo caminho, apenas o ínício e o fim eram iguais. O objectivo? Galgar as muralhas do Castelo dos Mouros sempre sob o olhar surpreendido dos turistas. Perdemo-nos imensas vezes, fugimos de cães por inadvertidamente entrarmos em propriedade privada, saltámos muros de três metros, trepámos inconscientemente, passámos por espaços ridiculamente pequenos, escorregámos em folhas molhadas e caímos de alturas ridículas... Chegar a meio do caminho a dizer "não aguento mais..." era uma constante nas meninas... mas com a ajuda uns dos outros chegávamos lá acima. O dislumbre! O objectivo não era apenas chegar lá acima... era sentir a serra, lutar por ela, esforçar-nos por tê-la. Era assim que eu me sentia assim que galgava as muralhas... Merecia tudo o que estava a ver e a sentir, sentia que a serra era minha.
A volta para casa? Depois da passagem pela Piriquita, entrávamos no combóio. Todos nos olhavam como se fossemos mendigos... Calças de ganga azuis, castanhas de tão sujas e ainda por cima rotas... meio caminho andado para o caixote de lixo. E muito, mas muito, desgrenhados... Mas eu sentia-me muito limpa, por dentro. Sentia-me super saudável e pronta para outra...
A imagem do dia seguinte? Eu e a Joana a subir a escadaria do Liceu a 1km/hora... Ai! Nem as pernas conseguíamos dobrar...
Saudades...


Pic: uma das velhas fotos que resistiram aos pioneses do painel de cortiça lá de casa (cortei caras por excesso de zelo...)

1 comentário:

  1. Ahhh... os bons "velhos" passeios a Sintra ... que saudades! Também eu me aventurei por aquelas encostas e nunca mais me esqueço daquele passeio em que descobri, entalada entre 2 rochas, uma moeda esverdeada, furada ao meio, com uma inscrição ilegível, e que oarecia muuto antiga. Durante meses achei que tinha descoberto um artefacto do tempo dos Reis e que um dia ela (e eu) íamos ser alvo de notícia :-). Infelizmente perdi a moeda e nunca mais saberei se de facto tinha feito uma descoberta incrível!

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