domingo, 25 de fevereiro de 2007

Diz-me...

Não sei de nada...
Não sei se acredito, sabes?
Custa-me não acreditar, mas também me custa pedir para que vivas mais um pouco a sofrer...
Tu, que sempre foste orgulhoso, de certo não gostas de te ver assim... Será que te vês?
Já me surpreendeste tanto em recuperações fantásticas e improváveis... Mas agora... não acredito... algo em mim me diz que não vais voltar a conversar comigo sobre banalidades... algo me diz que o teu sorriso já não vai ser de felicidade... algo me diz que não vais mais te levantar... Quero tanto estar completamente enganada... Quero tanto acreditar...
Estás tão cansado... Estive hoje quatro horas encostada à tua cama, a fazer-te festas na mão... Só abrias os olhos quando o barulho inundava a sala... aí levantava-me metia conversa contigo e tu... tu anuias, olhavas-me mas depois dispersavas... onde estás?
Tento estar calma e em paz, mas há alturas em que o meu coração bate tão rápido, quase fico sem fôlego... A dor que tenho no peito não me larga... Sinto-me tão alheada... Não sei de nada...
Escorreram-me lágrimas quando hoje ao despedir-me de ti, olhei para ti, apertei o meu coração com a mão e disse-te "Adoro-te muito pai"... abracei-te na maca para que não visses os meus olhos enxaguados e disse-te "Até Já"... ouviste o que te disse? entendes o quanto gosto de ti?
Custa-me que fiques ali deitado sozinho sem a minha presença e a da mãe...
Diz-me que vens para casa...
Diz-me que vais voltar a dar-me aquele sorriso...
Diz-me...
Quero acreditar...

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