quarta-feira, 23 de julho de 2008

Corta o vento de rajada

Perdida mas cheia de garra lá ia ela outra vez
Teimosa e embeiçada sacudia as suas tranças
cerrava os punhos e numa passada irritada
cheia de grunfs! e cá se fazem cá se pagam
não pensava, não gritava, mas pensava
repetidamente "O que fiz eu desta vez?"

Apenas um dia há muito tempo atrás
tinha dado um soco na barriga de um rapaz
E até esse soco tinha sido a brincar ao era uma vez...

Mas ao andar irritada de passada larga,
a cortar lancinantemente o vento de rajada
queria um saco para descarregar a raiva
de tudo o que acumulou numa só vez

Mas não encontrou...
Não descarregou...
Cortou as tranças...
e deixou para sempre
de brincar ao era uma vez

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