sexta-feira, 19 de março de 2010

Abismo

Estas últimas semanas têm sido emaranhadas.
Uma teia de emoções, sensações e hábitos nunca experimentados.
Aprendizagens…
Só posso contar comigo e se sonhar nesta fase tenho de ser comedida, para não cair pelo precipício abaixo. Descobri que estou na berma…
Posso olhar em frente, saborear a doce brisa, abrir os braços, deixar-me sentir ali, quieta.
Posso sentir que em frente tenho o mundo todo, o admirável mundo e saboreá-lo.
Não posso olhar para baixo… as vertigens desequilibram-me…
Não posso olhar para trás, o movimento destabiliza-me…
Posso dar um passo atrás, sem nunca olhar para baixo.
Posso ver o admirável mundo um pouco mais longe, um passo atrás…
Posso ficar ali parada e deixar-me admirar por tudo sem nada tocar…
Ou posso ser destemida e saltar…
Paro para olhar.
Não somos nós que conquistamos o mundo é o mundo que nos conquista com o nosso olhar.
Não precisamos de saltar, de ser destemidos com a ânsia de algo agarrar…
Não há nada para agarrar… a não ser em nós próprios.
Somos nós que não podemos deixar cair a essência mais preciosa, o nosso olhar, a nossa capacidade de ver o mundo em múltiplas cores, admirável…
É ele que nos faz construir as nossas estradas e ao vê-las acreditar num novo caminho.
É esse olhar que irá mostrar-me que afinal não estou na berma…
À minha frente está uma estrada transparente que me leva a algum lugar…
Basta acreditar no nosso olhar, na capacidade que temos de sentir as coisas mais incríveis, e ter a firmeza de dar um passo após o outro e caminhar, caminhar…

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