sábado, 16 de janeiro de 2010

Voltei!

Estas semanas têm sido, digamos que, cheias...
Cheia de tudo! Cheias de intensidade, cheias de emoção, cheias de receios, cheias de fé. Uma confusão.

Ontem tirei o dia!
Pedi a quem se encontra a ajudar-me exaustivamente, espaço. Pedi...
PRECISO de assentar arraiais. Preciso de fazer o meu luto, parar, sentar, vegetar, dormir, tomar banhos longos, cuidar do meu corpo, vestir um pijama novo, ler e escrever. PRECISO de parar e não pensar. Dificil...
Têm sido tantas as coisas e pensamentos surreais que me têm passado pela cabeça. A falta de fé em mim, a falta de vontade em executar, deitaram-me verdadeiramente a baixo e toda aquela confiança constante que me acompanhou a bem ou mal no último ano e meio fez... puff!

Às vezes é preciso encontrar alguém que gostamos e admiramos com o mesmo estado de espírito que nós para arranjarmos força.

Tive uma quinta-feira estranha depois de uma quarta-feira brutalmente cinzenta. Uma quinta-feira que começou apenas como mais um dia e que de um momento para o outro mudou. A levar uma manhã calma após deixar a princesa no colégio. Café da manhã com um ou dois amigos, levantar uma encomenda, tudo pacato, como deveria, mas com um desolamento triste da memória e recém chegada menos boa experiência do dia anterior, triste e assustador. Entro no carro, céu cinzento, ligo o rádio e toca Tokio Hotel. Deixei ficar a música, afinal de contas, alguém um dia dedicou-me o titulo daquela música no MSN, e essa lembrança fez-me sentir diferente, melhor, relembrou-me que não sou uma ninharia. The Sun will Shine for you. E o céu abriu, as nuvens dissiparam, o sol brilhou e o telefone tocou. Agendamento para dentro de uma hora para a visita de uma casa que havia gostado no site de imobiliário. Liguei à minha mãe. Estava na missa por alma do meu pai e pela primeira vez tinha-se esquecido do telemovel ligado. Fomos ver a casa e ao contrário das casas do dia anterior que me tinham deixado completamente deprimida esta inundou-me de luz e fez-me ver que afinal podem existir hipoteses de ser feliz num outro sitio que esta actual casa. E o dia continuou luminoso, o sol continuou a brilhar e o telefone, nessa tarde, com tantas outras coisas novas para fazer, não parou de tocar. Mostrar a casa... No meio disto tudo também tenho de mostrar a minha actual casa, para a vender. Pronto! Foi mais um Puff! O nada de definitivo de casa para ir, e o nada de definitivo de conclusão, fecho de venda da casa, deixou-me no meio, no vácuo e mais uma vez triste e a gritar por dentro "Dêem-me espaço!!! Dá-te espaço!!!".

E foi assim, em que numa sexta-feira, parei e disse-me, hoje não marco, nem faço nada! E até nisso o telefone me ajudou. Não tocou. E o dia foi todo manhã, morning... Não saí. Só saí às cinco da tarde para ir buscar a pequenina. E a calma até aí foi pertinente, o problema foi ter saído quando o dia já começava a escurecer, deprimindo-me e assustando-me todo aquele céu nebulado, cinzento, triste.

E mais uma vez as preocupações surgiram, não as logísticas, mas as de fé nos seres em que quero e preciso ter perto e que não são certos. Devia pensar e assimilar que só posso contar comigo, mas a vida assim, como a conheço não faz sentido. Sou dependente do sorriso e da presença da minha filha. Sou dependente da presença da minha mãe. O meu pai, sei que está sempre comigo. E os outros? Aqueles que fazem parte de mim, aqueles poucos mas bons amigos, que considero complemento da minha alma, que fazem com que tudo pareça perfeito na comunhão perfeita da nossa essência? Esses, sim... Vão estar se eu precisar? Vão-me abraçar quando me apetecer chorar? E a dúvida assolou-me. E essa dúvida fez a perfeita divisão entre aqueles que são mesmo meus amigos e aqueles que partilham ou partilharam comigo apenas alguns troços do mesmo caminho. Apenas a um liguei e perguntei. E liguei por ser uma das almas que me acompanha e mais adoro, e por insegurança precisei de ouvir "Sim, podes contar comigo". Acalmei... E minutos depois, abracei a minha filha. Perfeita uma hora de sentimentos.

Chegar a casa para depois, arranjar-me para jantar com amigas, coisa que não fazia há mais de duas semanas. Confesso, não me apetecia sair de casa. Queria ficar no choco com a minha mais-que-tudo enroladas no sofá debaixo do cobertor, como frequentemente fazemos. Mas por ser uma amiga que não via há mais de um ano, arranjei coragem e fui. Para além de que ela também se encontra numa fase de vida muito semelhante à minha. A separar-se. A frase "Também a ti te dizem que vai tudo correr bem, que tu és forte e cedo vais endireitar a tua vida?", foi a que atenuou tudo. Não sou a única. E se acredito que ela se vai endireitar, mesmo sem filhos, também eu consigo. Muito embora, tanto eu como ela, nos sintamos desencantadas com o nosso actual estado de espirito. São tudo fases, tudo irá mudar, é apenas questão de me habituar. E acima de tudo e de uma vez por todas, deixar de ser mimada e aprender a lutar.

Pensava eu que era uma lutadora... Agora é que o tenho de mostrar...
A mim própria.

Vamos a isso!

2 comentários:

  1. hey :) LOVE YOU espcialmente em azul ... mas em ti o arco-iris torna-se magnifico :)

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  2. Luna,

    muitos dias sem estar aqui. corta-me a alma as dores dos seus dias e as aflições por tais desenlaces. sei como são. já por isto passei. o que me entorta as horas atualmente é a dúvida. saio de uma cirurgia não programada para a retirada de um indesejável tumor no rim esquerdo, que veio assim, visitar-me sem nenhum convite ou programação. em casa, aguardo que o corpo se restabeleça da cirurgia, enquanto o resultado da biópsia não chega... duras horas, duros dias.
    mas estou com você em cada passo seu. embora distante, conte comigo!.
    um beijo na testa da miúda.

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