segunda-feira, 20 de julho de 2009

Onde estás?

Aninho-me à socapa na tua cama sem ninguém ver...
Enquanto ao fundo se ouvem vozes e pratos de quem prepara mais um almoço na copa, na tua cama enrolo-me por segundos em posição fetal com as lágrimas a encherem-me os olhos e numa luta para não deixar que alguma escorra perdida, que os olhos fiquem esverdeados de choro, para ninguém me apanhar...
Tudo porque ninguém pode ver que choro... por ti, por saudades do teu corpo, aqui.
Tenho saudades... tantas...
Tento lembrar-me de ti saudável, mas a melhor e mais terna memória ao contrário do que desejarias é a de ti velhinho. Velhinho, sim, mas muito doce e a sorrir. Lembro-me de cada nota da tua voz, como se nunca tivesses saído daqui e como em criança é a ti que me socorro e da mesma forma em silêncio, em reconhecimento por um unico olhar, sempre que algo me faz mal, me preocupa, me faz chorar.
Aconchegas-me a roupa à noite ao deitar?
E se a meio da noite gritar, levantas-te e vens-me aconchegar?
Diz-me no teu tom de voz sábio que tudo irá passar...

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