sábado, 7 de fevereiro de 2009

Ver não vendo

Como explicar o inexplicável?
Como compreender o incompreensível?

No outro dia apanhei um valente susto com a minha filha
Seis horas de Porquês, de corrosão, de coração apertado
Horas de intensa introspecção, silêncio e interpretação
Que terminaram numa súbita, repentina recuperação
Como se o tempo fizesse rewind e voltasse horas atrás

Repensei em flash toda a minha vida, todas as escolhas
Tentei interpretar sinais, chamadas de atenção
Olhando-a pelo canto do olho, vigiando-a e protegendo-a
E desde aí que tenho ficado em silêncio, até hoje…

Hoje, dou graças ao Amor que existe entre Nós
Relembro-me do sentimento da presença do meu pai
Enquanto olhava para os seus infantis grandes olhos
Envolvida num cobertor, numa viagem alucinante, ao meu colo

Não reconhecendo fisicamente os olhos do meu pai nos dela
Sei que estava ali no meio, entre mim e ela
Dentro dela a olhar para mim, de mim a olhar por ela

Aninho-a em mim
Aninho-me nela
E sorrindo, não compreendendo
Sublinho o acreditar que nos protegem
Que mesmo não vendo, sinto
E sentindo, acredito…

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