sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pescador sem linha

Jogo de palavras que se esquece, troca de pensamentos que flui, como um pensómetro que recolhe todos os sentimentos e pensamentos verbalizados, catapultados para um espaço, para o ar, dentro de um cubículo enclausurado. Como uma varinha que suga ao de leve, suga continuamente como se pescasse uma sereia sem a querer magoar, libertando novelos de linhas de raciocínio a pesar. Há medida que as palavras saiem, sem nelas pensar, sem pescador com isco, sem um pingo de malícia, a cabeça menos cheia começa a flutuar e o coração persistente, graciosamente teimoso, bate aceleradamente bombando todas as veias, reanimando todos os órgãos, enchendo o cérebro de ar.

Sim, porque esse pescador não pesca, não sabe o que é pescar, nem mesmo sabe que pesca, nem como se faz para pescar. Sente que uma sereia lhe canta, lhe enche o mundo de palavras, de pensamentos altos meio tolos, de palavras impensadas, de películas fantásticas nunca imaginadas e lhe fala melódica e celestialmente do meio do lago: O mais romântico que poderia fazer na vida, caro inconsciente Pescador, era sair destas águas e andar. E tu? Sabes nadar?


A ouvir: Yiruma - River Flows in You

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